Comparação de análises multimodelo: abordagens Frequentista vs. Bayesiana aplicadas a estudos de idade e crescimento de peixes ósseos e cartilaginosos

Resumo

O objetivo foi comparar as abordagens frequentista e bayesiana na análise multimodelo de idade e crescimento de peixes ósseos e cartilaginosos, a fim de avaliar suas diferenças na estimativa de parâmetros-chave, como o comprimento assintótico (L∞), o coeficiente de crescimento (k) e o comprimento ao nascer (L₀). Foram analisadas cinco espécies, três cartilaginosas (Prionace glauca, Carcharhinus falciformis e Alopias pelagicus) e duas ósseas (Selene peruviana e Peprilus medius), utilizando os modelos de crescimento de von Bertalanffy, Gompertz e logístico. Os resultados mostraram que os modelos bayesianos tenderam a estimar valores mais altos de L∞ e mais baixos de L₀ em comparação com os modelos frequentistas, sugerindo que estes últimos podem subestimar o tamanho máximo atingível e superestimar o tamanho ao nascer. Da mesma forma, o coeficiente de crescimento (k) foi mais baixo nos modelos bayesianos, refletindo taxas de crescimento mais lentas, porém biologicamente mais plausíveis. Em relação à seleção de modelos, a abordagem frequentista favoreceu o modelo logístico de acordo com o critério AICc, enquanto a abordagem bayesiana favoreceu o modelo de von Bertalanffy segundo o critério LOOIC. Esses achados destacam a utilidade dos modelos bayesianos para representar com maior precisão a dinâmica de crescimento, especialmente em contextos com dados limitados ou enviesados.