Volume11,Number1(ene-jun2017)
ÓrganooficialdelaAsociaciónPeruanadeHelmintologíaeInvertebradosAfines(APHIA)
Lima-Perú
VersiónImpresa:ISSN2218-6425VersiónElectrónica:ISSN1995-1043
Auspiciado por:
ISSN Versión impresa 2218-6425 ISSN Versión Electrónica 1995-1043
Neotropical Helminthology, 2017, 11(1), jan-jun: 37-43.
ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL
PARASITES OF RHYTIODUS MICROLEPS KNER, 1859 (CHARACIFORMES:
ANOSTOMIDAE) COLLECTED IN LAKES OF THE AMAZONIAN FLOOD PLAIN
PARÁSITOS DE RHYTIODUS MICROLEPIS KNER, 1859 (CHARACIFORMES:
ANOSTOMIDAE) COLECTADOS EN LAGOS DE PLANICIE DE INUNDACIÓN
AMAZÓNICA
PARASITAS DE RHYTIODUS MICROLEPS KNER, 1859 (CHARACIFORMES:
ANOSTOMIDAE) COLETADOS EM LAGOS DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO AMAZÔNICA
Laboratório de Parasitologia de Peixes/ Coordenação de Biodiversidade/ Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA.
Corresponding author* atjsouza15@gmail.com
Amanda Karen Silva de Souza*; Daniel Brito Porto; Edilson Araújo Silva & José Celso de Oliveira Malta
ABSTRACT
Keywords: Amazon– lakes – parasites – Rhytiodus microlepis
The parasitic fauna Rhytiodus microlepis Kner, 1859 (Characiformes: Anostomidae) collected in the
Amazon floodplain lakes were studied. Eighty three fish collected and analyzed had an average length of
23,15cm and weighed 163.5g, and 13653 parasites were collected from three phyla, Platyhelminthes,
Acanthocephala and Arthropoda. Urocleidoides paradoxus Mizelle & Price, 1964 (Monogenea),
Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973 (Acantocephala), Dolops bidentata (Bouvier,
1899) (Branchiura), Dolops striata (Bouvier, 1899) (Branchiura), Dolops discoidalis (Bouvier, 1899)
(Branchiura), Argulus chicomendesi (Malta 2000) (Branchiura) and Ergasilus leporinidis (Thatcher,
1981) (Copepoda) were identified. The parasites E. leporinidis, D. striata, D. discoidalis and A.
chicomendesi are first records for this host.
Neotropical Helminthology
37
RESUMEN
Palabras clave: Amazonas – lagos – parásitos – Rhytiodus microlepis
Se analizó la fauna parasitaria de Rhytiodus microleps Kner, 1859 (Characiformes: Anostomidae)
colectada en los lagos de planicie de inundación del Amazonas. Se colectaron y se analizaron 83 peces,
com una longitud promedio de 23,15 cm y un peso de 163,5 g, y 13653 parásitos de tres filos
Platyhelminthes, Arthropoda y Acanthocephala fueron colectados. Urocleidoides paradoxus Mizelle &
Price, 1964 (Monogenea), Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973 (Acantocephala),
Dolops bidentata (Bouvier, 1899) (Branchiura), Dolops striata (Bouvier, 1899) (Branchiura), Dolops
discoidalis (Bouvier, 1899) (Branchiura), Argulus chicomendesi (Malta 2000) (Branchiura) y Ergasilus
leporinidis (Thatcher, 1981) (Copepoda) fueron identificados. Los parasitos E. leporinidis, D. striata, D.
discoidalis y A. chicomendesi son nuevos registros para este hospedero.
INTRODUÇÃO
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RESUMO
Palavras–chave: Amazônia – lagos – Amazônia – Rhytiodus microleps
Foi estudada a fauna de parasitas de Rhytiodus microleps Kner, 1859 (Characiformes: Anostomidae)
coletados em lagos de várzea no Amazonas. 83 peixes foram coletados e analisados com comprimento
médio de 23,15cm, peso médio de 163,5g, e 13653 parasitas foram coletados. Urocleidoides paradoxus
Mizelle & Price, 1964 (Monogenea), Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973
(Acantocephala), Dolops bidentata (Bouvier, 1899) (Branchiura), Dolops striata (Bouvier, 1899)
(Branchiura), Dolops discoidalis (Bouvier, 1899) (Branchiura), Argulus chicomendesi (Malta 2000)
(Branchiura) y Ergasilus leporinidis (Thatcher, 1981) (Copepoda) foram identificados. Os parasitos E.
leporinidis, D. striata, D. discoidalis y A. chicomendesi son primeiro registro para este hospedeiro.
eles podemos citar Protozoa, Platyhelminthes,
Acanthocephala, Nematoda e Crustacea. São
descritos parasitando R. microleps o monogenea
Urocleidoides paradoxus Kritsky, Thatcher e
Boeger, 1986 e os branquiúros Argulus sp. e
Dolops bidentata (Bouvier, 1899) (Thatcher,
2006). Este trabalho teve como objetivo descrever
a fauna e registrar a ocorrência de parasitas para R.
microleps coletados em lagos da planície de
inundação amazônica.
As coletas foram realizadas nos anos de 2008
(n=22) e 2009 (n=25) nos lagos do trecho Coari-
Manaus, lago Baixio (03°17'27,2” S/60°04'29"W),
lago Ananá (03°50'38,2” /61°39'46,8"W) e lago
Preto (0321'1,7” S /60°37'28,6"W) através de um
convênio com o Projeto Piatam IV, e no lago
Rhytiodus microleps Kner, 1859 pertence à família
Anostomidae, é um peixe de porte grande
alcançando até 40 cm de comprimento, tem hábito
alimentar herbívoro e desova uma vez ao ano. Os
membros da família Anostomidae possuem o corpo
alongado e fusiforme, a maioria das espécies forma
cardumes e empreende migrações tróficas e
reprodutivas e, algumas delas têm destacada
importância comercial (Santos et al., 2006).
Os peixes são os vertebrados mais parasitados por
serem os mais antigos na Terra. São o substrato
vivo com maior tempo de exposição e de adaptação
para os organismos simbiontes, além de viverem
em ambientes aquáticos que facilitam transmissão
e a dispersão dos parasitas (Malta, 1984).
Os peixes são parasitados por um grande número
de espécie pertencente a diferentes grupos dentre
Neotropical Helminthology, 2017, 11(1), jan-jun
MATERIAL E MÉTODOS
Silva de Souza et al.
Espécies P% IM
AM LF
2008
Urocleidoides paradoxus 95,4
590,5±670
563,5±665 B
Octospiniferoides incognita 31,8
4,5±2,7
1,4±2,6 I
Ergasilus leporinidis
63,3
7,5±11,3
0,09±10,5 SC
Dolops bidentata
9 1
7,1±0,2
B
2009
Urocleidoides paradoxus 15 49,2±35,3
21,6±33,8
B
Octospiniferoides incognita 2,1 9,7±11,3
3,2±7,6
I
2015
Urocleidoides paradoxus 65,6
13,9±8,2
9,1±9,4
B
Octospiniferoides incognita 34,3
3,5±2,9
1,2±2,4
I
Ergasilus leporinidis
15,6
10,8±14,8
1,6±7,2
B
Dolops bidentata
12,5
4±2,8
0,5±1,5
SC
Dolops striata 9,3 1,3±0,8 0,1±0,4 SC
Dolops discoidalis 6,2 4,5±3,3 0,2±1,2 SC
Argulus chicomendesi 15,6 5,8±4,5 0,9±2,6 SC
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Neotropical Helminthology, 2017, 11(1), jan-jun
Catalão (3º10'04'' S 59º54'45'' W), no município de
Iranduba em 2015 (n=36). As coletas foram
realizadas nos períodos de cheia e seca. Os peixes
foram coletados por meio do uso de redes de
espera, com fio 0,25mm malha 30mm e fio
0,25mm malha 35mm dispostas aleatoriamente. O
tempo de permanência das redes na água foi de
aproximadamente 10 h no período diurno para os
lagos Baixio, Ananá e Preto, com três despescas ao
longo deste tempo, e no lago Catalão as despescas
eram realizadas a cada duas horas.
Os peixes foram identificados e examinados em
campo, os dados biométricos foram registrados em
fichas de necropsia, ectoparasitas quando
encontrados foram conservados em álcool etílico a
70%, em seguida os peixes foram necropsiados e
seus órgãos fixados para análise no laboratório de
Parasitologia de Peixes (LPP) do Instituto
Nacional de Pesquisas do Amazonas (INPA),
Brasil.
Para identificação dos parasitas foram
confeccionadas laminas permanentes segundo
metodologia especifica para cada grupo (Amato et
al., 1991). Monogenea o método de Gray & Wess.
Crustáceos com Eosina/Orange G. os espécimes
mais representativos foram depositadas na coleção
do INPA
Para análise estatística foram calculados os índices
parasitários segundo Margolis et al. (1982), Bush
et al. (1997). Analise incluiu somente espécies com
prevalência maior que 10% (Bush et al., 1990). O
cálculo da Dominância relativa média foi feio
seguindo (Rohde et al., 1995).
Foram analisados 83 peixes e os peixes
apresentavam comprimento médio de 23,15cm e
peso médio de 163.5g. Foram encontrados 13653
parasitas distribuídas em 7 espécies, 13.273
indivíduos da espécie Urocleidoides paradoxos
Mizelle and Price, 1964, 171 da espécie Ergasilus
leporinidis (Thatcher, 1981), 16 Dolops bidentata
(Bouvier, 1899), 4 Dolops striata (Bouvier, 1899),
9 Dolops discoidalis (Bouvier, 1899) e 29 Argulus
c h i c o m e n d e s i ( M a l t a 2 0 0 0 ) e 1 4 9
Octospiniferoides incógnita Schmidt & Hugghins,
1973.
Parasites of Rhytiodus microleps
RESULTADOS
Tabela 1. Índices parasitários de R. microleps coletados em lagos de várzea do rio Solimões. P% =Prevalência. IM=
Intensidade média, Am= Abundância média. LF= local de xação, B=Brânquias, I= Intestino, SC= Superfície do
corpo.
Espécies de parasitas ID
d
2008
Urocleidoides paradoxus 787
175,6
Octospiniferoides incognita
4,6
10,5
Ergasilus leporinidis
15,2
20,2
2009
Urocleidoides paradoxus
2,4
43,5
Octospiniferoides incognita
6,1
23,3
2015
Urocleidoides paradoxus
9,7
16,7
Octospiniferoides incognita
4,7
9,2
Ergasilus leporinidis 33,1 0,3
Dolops bidentata 4,8 -4,8
Argulus chicomendesi 7,8 -3,9
40
Para R. microleps é registrado a primeira
ocorrência de quatro espécies de crustáceos: E.
leporinidis, D. striata, D. discoidalis e A.
chicomendesi. Não foram observadas lesões na
superfície do corpo e brânquias do hospedeiro
causados por Branchiura e Copepoda. U.
paradoxus e O. incognita ocorreram nos três anos
de coleta, Branchiura apresentou uma abundância
significativa em 2015 com quatro espécies
parasitando a superfície do corpo de R. microleps.
Maior Prevalência, Abundância e Intensidade
média de parasitismo foi registrada em 2008,
seguida de uma queda em 2009 e em 2015 os
í n d i c e s p a r a s i t á r i o s a u m e n t a r a m
significativamente (tabela 1 e 2). Urocleidoides
paradoxus foi a espécie que apresentou a maior
prevalência nos três anos de coleta seguido por O.
incognita. Os parasitas de Rhytiodus microleps
apresentaram distribuição agregada (tabela 3).
Neotropical Helminthology, 2017, 11(1), jan-jun Silva de Souza et al.
Tabela 3. Índices de dispersão e d estatístico dos parasitas de Rhityodus microleps.
DISCUSSÃO peixes de água doce ou salgada. A dominância
geralmente é pelo grupo de endoparasitos
(Abdallah et al., 2004; Alves & Luque, 2001;
Morais, 2011; Porto et al., 2012, Dumbo, 2014).
Porém a comunidade de R. microleps é formada na
sua maioria por espécies de ectoparasitas
ocorrendo somente uma espécie de endoparasito.
Apesar da dominância de ectoparasitos não ser
muito frequente na comunidade componente,
outros peixes apresentaram resultados similares.
Silva (2010) estudando a fauna de Schizodon
fasciatus encontrou Copepoda como espécie mais
dominante dos ectoparasitas de sua comunidade
componente. Lemos et al. (2007) estudando os
metazoários parasitos de Brycon amazonicus de
canais de igarapé obtiveram 100% de ectoparasitos
todos ocorrendo nas brânquias.
O hábito alimentar é um dos fatores que mais
influencia a riqueza de espécies na comunidade
componente de peixes. Sendo que geralmente os
carnívoros possuem uma fauna com maior riqueza
em endoparasitos (Dogiel, 1958). Rhityodus
microleps possui o hábito alimentar herbívoro
alimentando-se de macrófitas disponíveis nos
lagos de várzea (Santos et al., 2006). Neste
trabalho foi observado que a grande maioria dos
parasitos que ocorreram parasitando esta espécie
de peixe foram de ectoparasitas do táxon
Monogenoidea seguido por Branchiura.
A dominância de ectoparasitas em peixes não é um
padrão comum às comunidades parasitárias em
41
Neotropical Helminthology, 2017, 11(1), jan-jun
Alguns autores que estudaram a fauna de peixes
herbívoros também obtiveram resultados similares
ao deste trabalho. Guidelli et al. (2006) estudando
Leporinus lacustres Amaral Campos, 1945
observou que os ectoparasitas neste hospedeiro
apresentaram maior prevalência que endoparasitas
e que estes eram específicos para a família
Anostomidae.
Para R. microleps o táxon dominante foi
Monogenoidea ocorrendo nos três anos em que
foram coletados, provavelmente este fato pode
estar relacionado a formação de cardume pelo
hospedeiro e com isso facilitar a transmissão dos
ectoparasitas.
Monogenoideos podem ser responsáveis por
grandes prejuízos em sistemas de criação (Eiras,
1994; Pavanelli et al., 2002; Boeger & Vianna,
2006). Porem em ambiente natural não são muito
frequentes em grandes quantidades exceção
Gyrodactylus salaris Malmberg, 1957 que é o
único registro de parasita que causou a perda de
uma população de Salmos salar Linnaeus, 1758 na
Noruega (Johnsen & Jensen, 1991). Neste trabalho
apesar de ter uma grande quantidade de
Monogenoidea nas brânquias elas não
apresentavam nenhum sinal de patologia.
O parasitismo poder ser influenciado por inúmeras
variáveis, bióticas ou abióticas. Entre as bióticas, o
sexo e o tamanho dos hospedeiros são variáveis
importantes pois podem estar relacionadas
respectivamente com as condições fisiológicas do
microambiente do parasita e com os hábitos e dieta
do hospedeiro (Guidelli et al., 2006).
A biodiversidade de parasitos em peixes da
Amazônia a cada ano vem aumentando com novas
descrições. Atualmente cerca de 400 espécies são
conhecidas, distribuídas entre protozoários e
metazoários, este número representa 4% da fauna
parasitária estimada para os peixes da região.
Sendo que somente havia registro de três espécies
U. paradoxus, Argulus sp e Dolops bidentata
(Thatcher, 2006). Neste trabalho ocorreram mais
seis espécies de parasitos para R. microleps
incluindo novos registros de parasitismo para
espécies de parasitas.
Com relação aos endoparasitas somente uma
espécie de Acanthocephala foi identificada para R.
microleps, Octospiniferoides incógnita Shimdt &
Hugghins, 1973. Espécie relatada como
especificidade para a família Anostomidae. Seu
primeiro registro é para S. fasciatus coletado na
Bolívia onde a espécie foi descrita somente com
espécimes imaturos (Shimdt & Hugghins, 1973).
Thatcher (1998) redescreveu a espécie também
coletado no mesmo hospedeiro a partir de adultos,
coletados na porção final do intestino. Somente o
local da coleta do hospedeiro foi diferente foram
coletados no rio Guaporé no estado de Rondônia.
Este parasito é relatado somente para a família
Anostomidae pois sua especificidade pode ser
observada em outros trabalhos. Guidelli et al.
(2006) estudando a fauna de parasitos de duas
espécies da Família Anostomidae Leporinus
friderici e L. lacustre encontrou O. incognita
parasitando apenas em uma destas espécies no rio
Paraná, e afirma em seu trabalho que esta espécie é
apenas encontrada em Anostomidae. Em outro
estudo com o anostomídeo S. fasciatus (Silva,
2010) encontrou duas espécies de Acanthocephala
Quadrygyrus sp. e O. incognita parasitando o
intestino. Neste trabalho para R. microleps foi
encontrado somente O. incognita no intestino
corroborando com a ideia que este parasita possui
uma especificidade com esta família de
hospedeiros.
Silva (2010) analisando a fauna de S. fasciatus
identificou quatro espécies de Copepoda Ergasilus
leporinidis, Ergasilus sp., Brasergasilus sp e
Gamispatulus schizodontis sendo três ocorrendo
nas brânquias e um nas narinas respectivamente. E
o Copepoda mais representativo foi E. leporinidis
que ainda apresentou maiores valores no período
da seca.
No rio paraná, Guidelli et al. (2006) trabalhando
com L. lacustres, encontrou somente uma espécie
de Copepoda E. bryconis parasitando os arcos
branquiais, analisando as narinas encontrou
Gamispatulus schizodontis para L. lacustres e L.
friderici. Neste trabalho não foram encontrados
parasitas nas narinas de R. microleps, porém, nas
brânquias foram coletados E. leporinidis único
representante do grupo e seu primeiro registro em
uma segunda espécie de anostomídeo indicando
também especificidade parasitária para esta
família.
Parasites of Rhytiodus microleps
42
Thatcher (2006) registra duas espécies de
Branchiura para R. microleps, Argulus sp. e Dolops
bidentata parasitas da superfície corporal. Guidelli
et al (2006) estudando anostomídeos do rio Paraná
registrou uma espécie de Argulus sp. 1 parasitando
as fossas nasais para L. lacustris e duas espécies
Argulus sp. 2 parasita das fossas nasais e Dolops
nana parasita das brânquias e superfície corporal
de L. friderici.
O registro mais recente de branquiúros na
Amazônia para anostomídeos foi realizado por
Silva (2010) onde analisando S. fasciatus registrou
a ocorrência de duas espécies de branquiúros para
este hospedeiro: Argulus chicomendesi e A.
multicolor parasitando as brânquias de peixes de
lagos de várzea. Para R. microleps neste trabalho
são registrados quatro espécies D. bidentata, D.
striata, D. discoidalis e A. chicomendesi. Sendo o
novo registro de Dolops spp para este hospedeiro.
Não pode ser afirmado que existe uma certa
especificidade deste gênero por Anostomídeos pois
mais estudos são necessários para esta afirmação.
O estudo da fauna de parasitos de R. microleps
indica que os ectoparasitos são os principais
componentes da comunidade parasitária, onde
pode ser observada que o táxon mais dominante foi
o de Monogenoidea nos três anos que foram
coletados, e o segundo com maior dominância foi
Branchiura no ano de 2015. Isto pode ser
observado pelo padrão de distribuão de
Monogenoidea que apresentou valores muito
elevados no índice de dispersão.
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