Pseudoplatystoma (Bleeker, 1862) species are of commercial importance in the region of Rondônia,
however studies with the species are scarce, so the objective of the research was to carry out a diagnosis of
the composition and structure of the parasite communities of Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766)
and P. tigrinum (Valenciennes, 1840) of the river basin Jamari, Ariquemes - RO, Brazil. During the period
from November / 2016 to February / 2018, 50 specimens of P. tigrinum and 51 specimens of P. fasciatum
were collected. Of the total sampled fish, 45 specimens of P. tigrinum and 51 specimens P. fasciatum were
parasitized by at least one species of parasite presenting a prevalence level of 90% and 100%, respectively.
In the parasitic infrapopulations of P. tigrinum, the groups with the highest prevalence rates were
nematodes, with larvae being the largest representative of the group, followed by monogenean Vancleaveus
ciccinus Kritsky, Thatcher e Boeger, 1986 and for P. fasciatum the parasite helminths that presented the
highest prevalence level were the Cestoda groups: Megathylacus sp. Woodland, 1934; Harriscolex sp.
Rego, 1987; Monticellia sp. La Rue, 1911; Nominoscolex sp. Woodland, 1934; Nematoda: larvae;
Eustrongylides sp. Jägerskiöld, 1909; Cucullanus sp. Müller, 1777; Contracaecum sp. Railliet Henry, 1912
and Monogenea: Vancleaveus ciccinus One species showed a negative correlation between total length and
average abundance for P. tigrinum, while P. fasciatum correlation was positive for three species. The
comparison of abundance averages by sex for P. tigrinum showed no significant difference between groups,
for P. fasciatum a significant difference was observed among the individuals parasitized by Peltidocotyle
sp., Monticellia sp., Nominoscolex sp. where females showed higher average abundance in relation to
males.
ISSN Versión impresa 2218-6425 ISSN Versión Electrónica 1995-1043
ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL
QUANTITATIVE ASPECTS OF THE PARASITOFAUNA OF THE CACHARAS
PSEUDOPLATYSTOMA FASCIATUM AND P. TIGRINUM (SILURIFORMES: PIMELODIDAE) OF
THE RIVER JAMARI, ARIQUEMES, RONDÔNIA, BRAZIL
ASPECTOS QUANTITATIVOS DA FAUNA PARASITÁRIA DAS CACHARAS PSEUDOPLATYSTOMA
FASCIATUM E P. TIGRINUM (SILURIFORMES: PIMELODIDAE) DO RIO JAMARI, ARIQUEMES,
RONDÔNIA, BRASIL
ASPECTOS CUANTITATIVOS DE LA FAUNA PARASITARIA DE LAS CACHARAS
PSEUDOPLATYSTOMA FASCIATUM Y P. TIGRINUM (SILURIFORMES: PIMELODIDAE) DEL RÍO
JAMARI, ARIQUEMES, RONDÔNIA, BRASIL
1 Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Rondônia (IFRO), Rondônia – RO, Brasil.
2 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica – RJ, Brasil.
Corresponding author: E-mail: angelica.carvalho@ifro.edu.br
ABSTRACT
Key words: Fish – helminths – Infrapopulation – Jamari Valley
Neotropical Helminthology
97
Volume13,Number1(jan-jun2019)
ÓrganooficialdelaAsociaciónPeruanadeHelmintologíaeInvertebradosAfines(APHIA)
Lima-Perú
VersiónImpresa:ISSN2218-6425VersiónElectrónica:ISSN1995-1043
Auspiciado por:
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun:97-107.
1* 2
Angélica Lago Carvalho , Leticia Poblete Vidal & José Luís Luque
INTRODUÇÃO
98
RESUMO
Palavras-chave: Helmintos, Infrapopulação, peixes, Vale do Jamari
Peixes da espécie Pseudoplatystoma (Bleeker, 1862) apresentam importância comercial na região de
Rondônia, no entanto estudos com a espécie são escassos, sendo assim o objetivo da pesquisa foi realizar
um diagnóstico da composição e estrutura das comunidades parasitárias de Pseudoplatystoma fasciatum
(Linnaeus, 1766) e P. tigrinum (Valenciennes, 1840) da sub-bacia rio Jamari, Ariquemes – RO, Brasil.
Durante o período de novembro/2016 a fevereiro/2018, foram coletados 50 espécimes de P. tigrinum e 51
espécimes de P. fasciatum. Do total de peixes amostrados 45 espécimes de P. tigrinum e 51 espécimes P.
fasciatum estavam parasitados por pelo menos uma espécie de parasito apresentando nível de prevalência
de 90% e 100%, respectivamente. Nas infrapopulações parasitárias de P. tigrinum os grupos que
apresentaram maiores índices de prevalência foram os Nematodas, sendo as larvas o maior representante
do grupo, seguido pelo Monogenea Vancleaveus ciccinus Kritsky, Thatcher e Boeger, 1986 e para P.
fasciatum os helmintos parasitas que apresentaram maiores nível de prevalência foram os grupos de
Cestoda: Megathylacus sp. Woodland, 1934; Harriscolex sp. Rego, 1987; Monticellia sp. La Rue, 1911;
Nominoscolex sp Woodland, 1934.; Nematoda: larvas; Eustrongylides sp. Jägerskiöld, 1909; Cucullanus
sp. Müller, 1777; Contracaecum sp.Railliet Henry, 1912 e Monogenea: V. ciccinus Uma espécie
apresentou correlação negativa entre o comprimento total e abundância média para P. tigrinum, enquanto
que P. fasciatum a correlação foi positiva para três espécies. A comparação das médias da abundância por
sexo para P. tigrinum, não apresentou diferença significativa entre os grupos, para P. fasciatum foi
observado uma diferença significativa entre os indivíduos parasitados por Peltidocotyle sp. Diesing,
1850, Monticellia sp., Nominoscolex sp. onde as fêmeas apresentaram maior abundância média em
relação aos machos.
regiões sul e sudeste como “pintado do norte”
(Kubitza et al., 1998).
Pseudoplatystoma, são peixes migradores, sua
alimentação é constituída principalmente de outros
peixes (Sato ., 1997; Sato & Godinho 2003). et al ,
Segundo Muzall & Bullock (1980) estas
caracteristicas podem ser uma das causas das
espécies apresentarem uma parasitária ecologia
variada.
Estudos sobre parasitologia em peixes vem
apresentando um aumento durante os anos, tendo
mais de 700 artigos registrados até o ano de 2012,
sendo o grupo Monogenea mais estudado, o em
seguida vemos crustáceos grupo Crustacea vem em
seguida, com destaque para as regiões Amazônica e
do Paraná entre as mais pesquisadas (Pavanelli et
al., 2013).
Um estudo realizado com cachara,
Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766), de
rio na região d Mato Grosso descreveu três o
cestóides protocefalídeos Peltidocotyle rugora
Diesing, 1850, Spatulifer rugosa (Woodland,
Os peixes do gênero Pseudoplatystoma (Bleeker,
1862), pertencem a ordem Siluriformes com mais
de 2.200 espécies de bagres ou peixes de couro, são
espécies amplamente distribuídas nas bacias dos
rios Amazonas, São Francisco e da Prata (Sato et
al.,1997; Kubitza et al., 1998).
Apesar de serem encontrados em diversas bacias
do território nacional, os estoques estão em
declínio devido a sobrepesca, são considerados
como um produto nobre, sua carne apresenta baixo
teor de lipídios, firmeza na textura e cor clara e não
possuem espinhos intramusculares e também são
apreciados para pesca esportiva. A diminuição na
população nativa dos surubins fez aumentar a pesca
de outras espécies de bagres, como a gurijuba
(Arius luniscutis (Hamilton, 1822)), a dourada
(Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau,
1855)), a piramutaba (Brachyptalystoma vaillantii
( Va l e n c i e n n e s , 1 8 4 0 ) ) e o f i l h o t e
(Brachyplathystoma filamentosum (Lichtenstein,
1819)), sendo conhecidos nos mercados das
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Carvalho et al.
99
latitudes 09° 41' S e 10° 18' S e longitudes de 62°
24' O e 63° 37' O. Os exemplares estavam
abatidos e conservados em gelo. A necropsia e a
mensuração dos peixes foram realizadas no
Laboratório de Biologia do Instituto Federal de
Rondônia Campus Ariquemes RO, de acordo
com Protocolo 002/2016 de autorização de coleta
pela Comissão de Ética no Uso de Animais
(CEUA) do Instituto Federal de Rondônia e
ICMBio 49988-1.
Os espécimes de parasitos coletados seguiram as
técnicas de fixaçãoe, quantificação conforme
descritas por Eiras (1994) e Tavares-Dias et al.
(2001). A identificação dos Nematodas foi segundo
Moravec (1998) e para as demais espécies
conforme a literatura científica específica.
Os testes estatísticos foram realizados somente
para espécies de metazoários parasitas com
prevalência maior que 10%. Foi utilizada uma
abordagem quantitativa visando identificar, em
nível das infrapopulações parasitárias, os
descritores ecológicos de prevalência, abundância,
abundância média, intensidade e intensidade
média (Bush et al., 1997) para cada espécie de
parasito. Para correlação entre comprimento dos
hospedeiros e abundância parasitária foi utilizado o
coeficiente de correlação de Spearman. A
distribuição normal foi testada usando o teste de
Shapiro-Wilk sendo considerado significativo p
0,05 em todas as análises.
Do total coletado dos 50 espécimes de P. tigrinum
31 eram machos com comprimento total médio
91,19 cm (72,0 110,0 cm) e comprimento padrão
médio 82,08 cm (62,0 99,0 cm) e 19 eram fêmeas
com comprimento total médio 97,32 cm (76,0
120,0 cm) e comprimento padrão médio 85,37 cm
(66,0 107,0 cm) e dos 51 espécimes de P.
fasciatum, 20 eram machos com comprimento
total médio 79,0 cm (71,0 98,0 cm) e
comprimento padrão médio 69,25 cm (60,0 – 88,0
cm) e 31 eram fêmeas com comprimento total
médio 88,50 cm (71,0 – 115,0 cm) e comprimento
padrão médio 78,29 cm (62,0 – 102,0 cm) (Tabela
1).
1935) e Nominoscolex lopesi Rego, 1989 (Rego,
1989). Em peixes da Amazônia foram registradas
quatro escies de cestoides: Spasskyelina
spinulifera (Woodland, 1935), Houssayela
sudobim (Woodland, 1935), Nominoscolex
sudobim (Woodland, 1935) e Spatulifer rugosa
(Woodland, 1935) além da espécie Choanoscolex
abscissus (Riggenback, 1896) (Rego, 1987).
Corrêa & Sato (2008) registraram pela primeira vez
as espécies de digenea: Witenbergia witenbergi
Vaz, 1932, Tylodelphys sp., Acanthostomum gnerii
Vaz, 1932 e Acanthostomum sp. em P. corruscans
do rio São Francisco no estado de Minas Gerais.
O assunto abordando ecologia parasitária em
peixes brasileiros se iniciou na década de 90, tendo
em torno de 150 artigos publicados em periódicos
nacionais e internacionais até o final de 2012, os
grupos mais estudados nas regiões sul e sudeste do
país são Perciformes, Characiformes e
Siluriformes, abordando correlação dos níveis da
infecção com as características do hospedeiro;
como a comunidade parasitária de comporta diante
da variação sazonal; níveis de infestação
relacionado ao hábito alimentar; parasitos como
bioindicadores; entre outros (Luque et al., 2013).
A diminuição dos estoques pesqueiros e a
potencialidade da espécie para cultivo em cativeiro
(Sato et al., 1997) considerando importância
comercial das espécies na região, torna-se
importante o conhecimento da diversidade
parasitária das espécies, sendo assim o objetivo da
pesquisa foi realizar um diagnóstico da
composição e estrutura das comunidades
parasitárias de Pseudoplatystoma fasciatum e P.
tigrinum (Valenciennes, 1840) da sub-bacia rio
Jamari, Ariquemes RO, Brasil.
Durante o período de novembro/2016 a
fevereiro/2018, foram coletados 50 espécimes de P.
tigrinum e 51 espécimes de P. fasciatum. Os peixes
foram adquiridos de pescadores locais, coletados
nos rios que compõem a sub-bacia do Rio Jamari,
na mesorregião do Leste Rondoniense
Microrregião de Ariquemes, localizado entre as
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Quantitative aspects of the parasitofauna of Pseudoplatystoma
100
Tabela 1. Média do comprimento total e comprimento padrão de peixes da espécie Pseudoplatystoma do Vale do
Jamari Ariquemes - RO de acordo com o sexo. DV = Desvio Padrão, S = Sexo do hospedeiro, N = número de
espécimes, CT = Comprimento Total, CP = Comprimento Padrão.
Espécie
S
N CT ±DP CP±DP
P. tigrinum
31 91,19
±9,76 82,08 ±9,17
19 97,32
±12,28 85,37
±11,03
P. fasciatum
20 79,00
±7,12 69,25
±6,79
31 88,50 ±11,83 78,29 ±11,48
Nas infrapopulações parasitárias de P. tigrinum os
grupos que apresentaram maiores índices de
prevalência foram os Nematodas, sendo as larvas
(68%) o maior representante do grupo, seguido
pelo Monogenea Vancleaveus ciccinus Kritsky,
Thatcher e Boeger, 1986 (50%) e o cestoda
Harriscolex sp. (16%) (Tabela 2), para P. fasciatum
os helmintos parasitos que apresentaram nível de
prevalência > 10% foram os grupos de Cestoda:
Do total de peixes amostrados 45 espécimes de P.
tigrinum e 51 espécimes P. fasciatum estavam
parasitados por pelo menos uma espécie de
parasito apresentando nível de prevalência de 90%
e 100%, respectivamente. Sendo a fauna
parasitária de Pseudoplatystoma composta por um
total de 20.623 helmintos de 16 diferentes táxons: 4
Digenea; 5 Cestoda; 3 Crustacea; 1 Monogenea; 6
Nematoda; 1 Myxozoa.
Tabela 2. Prevalência (P), intensidade (I), intensidade média (IM), abundância (A), local de infecção/infestação (L)
de metazoários parasitos de Pseudoplatystoma tigrinum do Vale do Jamari – Ariquemes – RO. N = número total de
hospedeiros infectados, DP = desvio padrão.
Parasitos (N) P (%) I IM AM ±DP L
Digenea
Austrodiplostomum sp.
2
4,00
1-2
1,50
0,06±0,70
olhos
Cestoda
Harriscolex sp.
8
16,00
1-4 2,75 0,44±1,38 intestino
Monticellia
sp.
2
4,00
1-2 1,50 0,06±0,70 intestino
Nominoscolex
sp.
3
8,00
1-2 1,33 0,8±0,57 intestino
Crustacea
Branchiura
Argulus sp.
3
6,0
1-1 1,0 0,06±0 brânquias
Copepoda
Ergasilus sp.
3
6,0
1-1 1,00 0,06±0 brânquias
Pentastomida
Leiperia sp.
2
4,0
1-4 2,50 0,10±2,12 mesentério
Monogenea
Vancleaveus ciccinus
25
50,00
1-107 19,16 9,58±27,18 brânquias
Myxozoa
Cisto
Hennguya
sp.
2
4,00
1-1 1,0 0,04±0 brânquias
Nematoda
Larvas
34
68,00
1-848 133,56
90,82±201,65 mesentério
Eustrongylides sp.
4
8,0
1-2 1,25 0,10±0,5 mesentério
Procamallanus sp.
3
6,0
1-4 2,67 0,16±1,52 mesentério
Camallanus sp.
3
6,0
1-3
2,0
0,12±1
mesentério
Contracecum sp. 5 10,00 1-48 10,60 1,06±20,91 mesentério
Philometra sp. 9 18,00 1-5 2,22 0,40±1,56 mesentério
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Carvalho et al.
101
Monogenea: Vancleaveus ciccinus, Crustacea:
Argulus sp.; Leiperia sp., Nematoda: larvas,
Eustrongylides sp.; Contracecum sp., Philometra
sp. foram comuns para as duas espécies de
Pseudoplatystoma estudadas. Os nematoides
apresentaram maior riqueza de espécies em ambos
os hospedeiros, sendo 5 espécies em P. tigrinum
representando 89,86% dos helmintos coletados e
riqueza de 6 espécies em P. fasciatum com 31,94%
dos espécimes coletados.
Megathylacus sp. (43,1%); Megathylacus sp.
(49%); Harriscolex sp. (64,7%); Monticellia sp.
(98%); Nominoscolex sp. (88,2%), Nematoda:
larvas (76,5%); Eustrongylides sp. (11,8%);
Cucullanus sp. (35,3%); Contracecum sp. (17,6%)
e Monogenea: Vancleaveus ciccinus (37,3%)
(Tabela 3).
Algumas espécies da classe Cestoda: Harriscolex
sp.; Monticellia sp. e Nominoscolex sp.,
Tabela 3. Prevalência (P), intensidade (I), intensidade média (IM), abundância (A), local de infecção/infestação (L)
de metazoários parasitos de Pseudoplatystoma fasciatum do Vale do Jamari Ariquemes RO. N = número total de
hospedeiros infectados, DP = desvio padrão.
Parasitos
(N)
P (%)
I
IM
AM ±DP
L
Digenea
Diplostomidae
1
2,0
1-1
1,0
0,02±0
olhos
Posthodiplastomum
1
2,0
1-1
1,0
0,02±0
olhos
Clinostomum sp.
1
2,0
1-1
1,0
0,02±0
olhos
Cestoda
Megathylacus
sp.
22
43.1
1-56
11,23
4,84±14,54
intestino
Peltidocotyle sp.
25
49,0
1-233
20,68
10,14±46,19
intestino
Harriscolex sp.
33
64,7
1-369
30,21
19,55±65,23
intestino
Monticellia
sp.
50
98,0
1-660
121,04
118,67±157,63
intestino
Nominoscolex
sp.
45
88,2
1-292
47,69
41,75±63,44
intestino
Crustacea
Branchiura
Argulus sp.
1
2,0
1-1
1,00
0,02±0
corpo
Pentastomida
Leiperia sp.
1
2,0
1-4
4,0
0,08±0
mesentério
Monogenea
Vancleaveus ciccinus
19
37,3
1-80
27,37
110,20±24,39
brânquias
Nematoda
Larvas
39
76,5
1-624
93,56
71,55±131.07
mesentério
Eustrongylides sp.
6
11,8
1-6
2,50
0,29±1,97
mesentério
Goezia sp.
1
2,0
1-7
7,0
0,14±0
mesentério
Cucullanus sp.
18
35,3
1-9
2,94
1,04±2,13
mesentério
Contracecum sp. 9 17,6 1-1186 134,67 23,76±394,26 mesentério
Philometra sp. 1 2,0 1-1 1,0 0,02±0 mesentério
e abundância média para larvas de nematoides de P.
tigrinum, ou seja, quanto maior o tamanho do peixe
menor o nível de infestação pelo parasito (Tabela
4). Para os demais grupos de helmintos não foi
observado nenhum tipo de correlação significativa
entre comprimento total e abunncia média
parasitária.
As distribuições das abundâncias não seguem a
distribuão normal pelos testes Kolmogorov-
Smirnove Shapiro-Wilk para ambas as espécies de
Pseudoplatystoma estudadas.
O teste de correlação linear de Spearman indicou
uma correlação negativa entre o comprimento total
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Quantitative aspects of the parasitofauna of Pseudoplatystoma
102
Eustrongylides sp. coletados em P. fasciatum
(Tabela 5).
Foi observado uma correlação positiva com
comprimento total dos peixes e abundância para
P e l t i d o co ty l e s p . , N o m i no sc o le x s p .,
Tabela 4. Correlação linear de Spearman entre as variáveis comprimento total e abundância média dos metazoários
parasitos de Pseudoplatystoma tigrinum da sub-bacia do rio Jamari Ariquemes RO.
Espécie r p N
Monogenea
Vancleaveus ciccinus 0,008 0,95 n.s. 50
Cestoda
Harriscolex sp. -0,009 0,94 n.s. 50
Nematoda
Larvas (NI) -0,39 0,01
** 50
Contracaecum sp.
-0,20
0,10 n.s.
50
Philometra sp. 0,11 0,42 n.s. 50
Tabela 5. Correlação linear de Spearman entre as variáveis comprimento total e abundância média dos metazoários
parasitos de Pseudoplatystoma fasciatum da sub-bacia do rio Jamari Ariquemes RO.
Espécie r p n
Monogenea
Vancleaveus ciccinus 0,06 0,64 n.s. 51
Cestoda
Megathylacus
sp. 0,21 0,12 n.s. 51
Peltidocotyle sp. 0,30 0,030* 51
Harriscolex sp. 0,07 0,59 n.s. 51
Monticellia
sp. 0,15 0,28 n.s. 51
Nominoscolex
sp.
0,30 0,03 * 51
Nematoda
Larvas
0,24
0,07 n.s.
51
Eustrongylides sp.
0,37
0,007 **
51
Cucullanuss sp.
-0,11
0,42 n.s.
51
Contracecum sp. 0,01 0,92 n.s. 51
significativa entre os indivíduos parasitados por
Peltidocotyle sp., Monticellia sp., Nominoscolex
sp. onde as fêmeas apresentaram maior abundância
média em relação aos machos. Foram observados
valores discrepantes entre a abundância média de
machos e fêmeas relacionado a infestação
Contracecum sp. este fato ocorreu devido ao
grande número de parasitas encontrado em um
único hospedeiro (Tabela 7).
A comparação das médias da abundância por sexo
para P. tigrinum, não apresentou diferença
significativa entre os grupos pelo teste U Mann-
Whitney com isso podemos afirmar que a
abundância média não foi influenciada pelo sexo,
entretanto podemos observar que indiduos
machos apresentaram maior abundância média, de
larvas de nematoides, em relação as fêmeas (Tabela
6). Para P. fasciatum foi observado uma diferença
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Carvalho et al.
103
Tabela 6. Comparação do nível de abundância por sexo Pseudoplatystoma tigrinum pelo teste U Mann-Whitney.
Espécie S N AM ±DP P
Vancleaveus
ciccinus
34 3,88
±7,54
0,15 n.s.
16
21,63
±33,68
Harriscolex sp.
34 0,26
±0,86
0,05 n.s.
16 0,81
±1,56
Larvas nematoda
34
107,47
±195,86
0,32 n.s.
16
55,44
±126,65
Contracaecum sp.
34
0,09
±0,38
0,16 n.s.
16
3,13
±11,97
Philometra sp. 34 0,56 ±1,26 0,12 n.s.
16 0,06 ±0,25
Tabela 7. Comparação do nível de abundância por sexo Pseudoplatystoma fasciatum pelo teste U Mann-Whitney.
Espécie
S
N
AM ±DP
p
Vancleaveus ciccinus
20 11,60 ±17,81
0,52 n.s.
31 10,93 ±22,45
Megathylacus
sp.
20 1,30 ±2,67
0,08
n.s.
31 7,13
±13,50
Peltidocotyle sp.
20 1,20
±2,24
0,01
*
31 15,90 ±42,39
Harriscolex sp.
20 7,10
±16,05 0,18
n.s.
31 27,87 ±67,54
Monticellia
sp.
20 44,60 ±46,34 0,003 **
31 166,45 ±183,54
Nominoscolex
sp.
20 11,50±17,20 0,001 **
31 61,26±71,46
Larvas Nematoda
20 105,25±178,34 0,38 n.s.
31 49,81±55,23
Eustrongylides sp.
20 0,05±0,22 0,21 n.s.
31 0,45±1,29
Cucullanus
sp.
20 0,95±1,67 0,93 n.s.
31 0,10±2,04
Contracecum sp.
20 59,35±265,19 0,27 n.s.
31 0,81±2,07
DISCUSSÃO dominância do grupo de cestoides na fauna
parasitária para a mesma espécie de hospedeiro,
porém com valores inferiores na prevalência de N.
sudobim (45,45%) e dentro do grupo de
nematoides Cucullanus sp. apresentou maior
índice de prevalência com 36,36%. A fauna
parasitária de outras espécies de Pimelodídeos
estudadas também apresentaram maiores índices
de prevalência para os grupos de cestoides
proteocefalídeos (Machado et al., 1996; Takemoto
Entre os grupos de helmintos pertencentes a fauna
parasitária de P. tigrinum as larvas de nematoides
(76,5%) apresentaram maiores índices de
prevalência, enquanto que para P. fasciatum o
grupo que se destacou foram os cestoides
Monticellia sp. (98%) e Nominoscolex sp. (88,2%).
Campos et al. (2009) também observou
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Quantitative aspects of the parasitofauna of Pseudoplatystoma
104
distribuição geográfica do hospedeiro e estação do
ano.
Pseudoplatystoma são espécies migratórias de
água doce e apresentam hábito alimentar piscívoro
(Miranda & Ribeiro, 1997; Resende et al., 1996),
em média 30 espécies de peixes fazem parte da
alimentação da espécie (Agostinho et al., 1995),
levando assim a uma diversidade na parasitofauna,
pois as presas podem ser hospedeiros
intermediários de uma variedade de espécies de
parasitos (Eiras, 1994). Foi observado a presença
de diversas espécies de peixes no estômago de
alguns espécimes de Pseudoplatystoma.
Regiões de várzea passam por constantes
modificações no seu ambiente devido ao regime
das águas, levando tanto a alteração no habitat
quanto na disponibilidade de alimentos e com isso
influenciando no comportamento alimentar das
espécies que por consequência pode vir a mudar a
comunidade parasitária de algumas especies de
peixes (Machado, 1996). Um estudo realizado por
Seixas Filho et al. (2001) demonstrou que o
aparelho digestório destas espécies é compatível
com dos peixes carnívoros, mas que a presença de
alças no intestino médio supõe uma possível
adaptação ao hábito alimentar onívoro.
Para as espécies P. tigrinum foi observado que a
abundância média das larvas de nematoides nos
indivíduos machos foi maior em relação as fêmeas,
no entanto o teste U Mann-Whitney demonstrou
que a abundância média não foi influenciada pelo
sexo. P. fasciatum apresentou uma diferença
significativa entre os indivíduos parasitados por
Peltidocotyle sp., Monticellia sp., Nominoscolex
sp. onde as fêmeas apresentaram maior abundância
média em relação aos machos.
Campos et al. (2009) também observou que tanto a
diversidade quanto a abundância parasitária em P.
fasciatum não foi influenciada pelo sexo, no
entanto, hospedeiros do sexo masculino
apresentaram maior abundância do cestoide H.
kaparari. Resultado oposto foi obtido por Ribeiro
et al. (2014) e Machado et al. (1994) para a espécie
de P. corruscans estudada, quanto a correlação
entre o sexo dos hospedeiros e a abundância
parasitária. Segundo a correlação linear de
Spearman, para P. tigrinum a correlação foi
negativa entre o comprimento total e a abundância
& Pavanelli, 2000; Guidelli et al., 2003).
Para completar seu ciclo de vida os nematoides
necessitam de dois ou mais hospedeiros, os peixes
de água doce podem servir tanto como hospedeiro
definitivo quanto intermediário ou paratênico,
dependendo da espécie do parasito, por isso é
comum encontrarmos larvas de nematoides
encistadas na musculatura, em órgãos, no
mesentério ou até mesmo adultos livres no interior
do intestino. Geralmente a infestão por
nematoides não ocasionam complicações nos
peixes, no entanto pode ocorrer transmissão ao
homem (Pavanelli et al., 2008).
Machado et al. (1996) constataram que a
parasitofauna de P. corruscans apresentou alta
prevalência assim como intensidade média de
infestação por cestoides, destacando o hábito
alimentar do hospedeiro como sendo a causa para
estes índices. Conforme sugerido por Marques
(1993) a presença de cestoides adultos na
composição da parasitofauna de Pseudoplatystoma
é uma indicação que a espécie pertence a um nível
superior dentro da cadeia alimentar.
Pelo fato de não possuírem sistema digestório, os
cestoides necessitam ficar na luz intestinal,
absorvendo somente o alimento necessário para
seu desenvolvimento e na sua maioria não causam
danos ao seu hospedeiro, mas caso venham a se
fixar pode ocorrer irritação na parede do intestino
do hospedeiro (Pavanelli et al., 2008).
Ribeiro & Takemoto (2014) realizaram análise
histopatológica do intestino de indivíduos
infectados e não infectados por cestoides e
verificaram que quando o parasito se encontra
fixado ao epitélio intestinal ocorrem danos
mecânicos a camadas tecidual como descamação e
pontos de hemorragia. Na pesquisa foi observado
que alguns hospedeiros apresentavam perfurações
na camada epitelial do intestino com algum
processo inflamatório devido a perfuração no
tecido.
Ambas as espécies de hospedeiros apresentaram
uma alta diversidade parasitária, com 15 espécies
para P. tigrinum e 17 espécies para P. fasciatum.
Esta diversidade na composição da fauna
parasitária, segundo Dogiel (1970) está
relacionada ao hábito alimentar assim como a
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Carvalho et al.
105
motivo pelo qual os espécimes de P. fasciatum se
encontraram mais parasitados em relação aos P.
tigrinum.
Embora não se tenham muitos estudos dos peixes
oriundos dos rios da região do Vale do Jamari este
trabalho visa a contribuir com alguns dados
referente a fauna parasitária de Pseudoplatystoma,
sugerindo também que mais estudos sejam
realizados com peixes nativos da região.
Os resultados demonstraram para P. tigrinum que
nematoides e monogeneas foram os grupos de
maior prevalência, a correlação entre o
comprimento total e abundância média para larvas
de nematoides foi negativa e não foi observado
correlação significativa para os demais grupos,
abundância média não foi influenciada pelo sexo.
Para P. fasciatum cestoides, nematoides e
monogeneas apresentaram maior prevalência, o
comprimento total dos peixes e abundância para
P e l t i d o co t yl e s p ., N om i no sc o le x sp . ,
Eustrongylides sp. apresentaram uma correlação
positiva, a abundância média foi influenciada pelo
sexo do hospedeiro parasitados por Peltidocotyle
sp., Monticellia sp., Nominoscolex sp. onde as
fêmeas apresentaram maior abundância média em
relação aos machos.
das larvas de nematoides, ou seja, quanto maior o
tamanho do peixe menor o índice parasitário.
Resultado semelhante foi observado por Campos et
al. (2009) com a mesma espécie de hospedeiro na
infestação por Peltydocotyle r ugosa e
Nomimoscolex sudobim. Para P. fasciatum essa
correlação foi positiva para duas espécies de
cestoides (Peltidocotyle sp. e Nominoscolex sp.)
uma espécie de nematoide (Eustrongylides sp.).
indicando que peixes maiores apresentam um
aumento no índice de infestação parasitária.
Machado et al. (1994) observou que para P.
cor rus can s, duas espécies de cestoda
protocefálideos (Nominoscolex subobim e
Harriscolex kaparari) apresentaram correlação
positiva entre prevalência e comprimento e quanto
intensidade de infecção três espécies de cestoda
(Choanoscolex adscissus (Riggenback, 1896),
Megathylacus travassosi Pavanelli & Santos, 1991
e H. Kaparari (Woodland,1935)) e uma espécie de
nematoda (Contracaecum sp. 1) apresentaram
correlação positiva referente ao comprimento do
hospedeiro.
Verificamos que tanto nos resultados obtidos
quanto nos demais estudos com Pimelodídeos, a
correlação entre os sexos se apresenta de forma
variada para cada espécie de hospedeiro
independente do parasito. Segundo Poulin (1996) o
comportamento diferenciado assim como a dieta
entre hospedeiros machos e fêmeas pode vir a
influenciar no grau de infestação por parasitos,
além de que o fator tamanho do hospedeiro pode
estar mais relacionado a infestação do que sexo,
sendo que quanto maior o comprimento mais alto o
nível de infestação. Na pesquisa, observamos
correlações tanto positivas quanto negativas
relacionado ao comprimento total do hospedeiro e
abundância parasitária, que indicando que peixes
maiores podem apresentar altos assim como baixos
índices de infestação parasitária.
Foi observada uma diferenciação relacionada ao
nível de infestação parasitária entre as espécies de
Pseudoplatystoma, segundo informações dos
próprios pescadores locais, apesar dos peixes
serem oriundos do mesmo rio as espécies são
pescadas em locais diferentes, sendo P. tigrinum
mais a beira do barranco enquanto P. fasciatum se
encontra nas áreas alagados. O fato de que uma
espécie é encontra em água corrente enquanto a
outra tem preferência por ambientes lênticos seria o
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Received February 28, 2019
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