ISSN Versión impresa 2218-6425
ISSN Versión Electrónica 1995-1043
Volume 13, Numbe r 1 (jan - jun 2019) Lima - Perú
Órgano oficial de l a Asociación P eruana de Helmi ntología e Inver tebrados Afin es (AP HIA)
Auspici ado por:
Neotropical Helminthology
33
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun:33-39.
ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL
SURVEY OF GASTROINTESTINAL PARASITES IN MICROREGION OF CRUZEIRO DO SUL
SHEEP-RANCHING, PARANÁ, BRAZIL
LEVANTAMENTO DE PARASITOS GASTROINTESTINAIS EM OVINOS CRIADOS E
COMERCIALIZADOS NA MICROREGIÃO DE CRUZEIRO DO SUL, PARANÁ, BRASIL
LEVANTAMIENTO DE PARASITOS GASTROINTESTINALES EN OVINOS CRIADOS Y
COMERCIALIZADOS EN LA MICROREGACIÓN DE CRUCERO DEL SUR, PARANÁ, BRAZIL
Vinicius Esteves Bellato1 & Antônio Mataresio Antonucci2*
1 Médico Veterinário autônomo.
2 Centro Universitário Ingá - Uningá. Rod. PR 317, 6114 - Parque Industrial 200, Maringá - PR, Brasil. CEP: 87035-510.
Corresponding author: E-mail: prof.antonioantonucci@uninga.edu.br
ABSTRACT
The sheep farming mainly in the southern region of Brazil. In Paraná State the production is mainly
performed in small areas with large capacity of animals, favoring the contamination of pastures and the
infection of animals by gastrointestinal parasites that mostly present quickly spread. The small breeding,
mostly found in this region, do not follow standards of breeding sheep, however, it was observed a higher
prevalence of sheep breeding woolless, probably due to the weather favorable to the creation of these
animals. In this study performed in the northwest of Paraná State, samples were randomly collected in 87
animals from five different properties. In each property was collected 30% of each category stipulated in
the flock: one to three months, three to six months, six months dose, and animals over one year of age.
After collecttion the feces were sent to the Laboratory of Veterinary Parasitology of UNINGA, applying
method of OPG. We calculated the prevalence of identified parasites. The results demonstrated a higher
prevalence (68,96%) of eggs of nematodas Strongylida type, being 60/87 parasitized animals;
Strongyloides (Bavay, 1876) 25/87 samples (28,73%); Nematodiros sp. (Ransom, 1907) 6/87 (6,98%),
Tricuris sp. (Ransom, 1911) 3/87 (3,44%); toxocara vitulorum (Stiles, 1905) 2/87 (2,29%); there were
eggs of trematodes digenetics Dicrocolium sp. (Loos, 1907) 2/87 (2.29%), and oocysts of protozoa of the
genus Eimeria sp. (Schneider, 1875) appearing on 39/87 samples (44,82%), and Cryptosporidium sp.
(Tyzzer, 1907) 1/87 (1,14%). In a property was performed the autopsy of an animal, and found
Oesophagostomum columbianum (Railliet & Henry, 1913), where probably the eggs Strongylidae found
are due to infection by this parasite.
Keywords: sheep production parasitic diseases small ruminants
Versión Impresa: ISSN 2218-6425
Versión Electró nica: ISSN 1995 -1043
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
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RESUMO
A ovinocultura é explorada principalmente na região sul do Brasil. No Paraná a produção é realizada
principalmente em pequenas áreas com grande lotação de animais, favorecendo a contaminação das
pastagens e a infecção dos animais por parasitos gastrointestinais que disseminação rápida. As pequenas
criações não seguem padrão de raça de ovinos, entretanto, foi observada a maior prevalência de criação de
ovinos deslanados, provavelmente devido ao clima propício para a criação destes animais. Nesse estudo
realizado no noroeste do Estado do Paraná, foram analisadas amostras coletadas aleatoriamente em 87
animais de cinco propriedades. Em cada propriedade foi coletado 30% de cada categoria estipulada do
rebanho: animais entre um a três meses, três a seis meses, seis a dose meses, e animais acima de um ano de
idade. Após a coleta as fezes foram enviadas para o Laboratório de Parasitologia Veterinária da UNINGA,
aplicando método de OPG (ovos por grama). Foi calculada a prevalência dos parasitos identificados.
Foram observados 68,96% de ovos de nematodas Tipo Strongylida, sendo 60/87 animais parasitados;
Strongyloides sp. (Bavay, 1876) 25/87 amostras (28,73%); Nematodirus sp. (Ransom, 1907) 6/87
(6,98%), Trichuris sp. 3/87 (Ransom, 1911) (3,44%); Toxocara vitulorum (Stiles, 1905) 2/87 (2,29%);
foram observados ovos de digenéticos Dicrocolium sp. (Loos, 1907) 2/87 (2,29%), e oocistos de
protozoários do gênero Eimeria sp. (Schneider, 1875) aparecendo em 39/87 amostras (44,82%), e
Cryptosporidium sp. (Tyzzer, 1907) 1/87 (1,14%). Em uma propriedade foi realizado necropsia de um
animal, e encontrado Oesophagostomum columbianum (Railliet & Henry, 1913), onde provavelmente os
ovos Strongylidae encontrados são decorrentes da infecção por esse parasito.
Palavras-chave: Ovinocultura parasitoses pequenos ruminantes
INTRODUÇÃO
O Paraná possui um sistema de criação ovina em
pequenas áreas com alta taxa de lotação de
pastagem. Sistema, este, observado em
ovinoculturas na microrregião de Cruzeiro do Sul
que também apresentam a característica de
desenvolvimento secundário à outras culturas
(Nieto et al., 2003). De modo geral, a criação de
ovinos deslanados com aptidão ao corte, é
desenvolvida em regiões quentes devido à alta
tolerância térmica destes animais (Quesada et al.,
2001).
Mesmo os ovinos deslanados sendo considerados
mais resistentes as parasitoses (Mexia et al., 2011),
as criações intensivas, quando não dotadas de
biosseguridade adequada, propiciam a ocorrência
de infecções dos ovinos por endoparasitos (Coffey
& Hale, 2012).
São comuns à coexistência de duas ou mais
espécies de endoparasitos em um mesmo rebanho
de ovinos, entretanto, o parasitismo não é sinônimo
de doença quando os animais se encontram em bom
estado nutricional e baixa carga parasitária
(Amarante, 2004). Essa relação está diretamente
relacionada ao equilíbrio hospedeiro e parasito, se
mantendo a partir de mecanismos imunológicos
(Coffey & Hale, 2012).
Esse equilíbrio é quebrado através de manejo
inadequado principalmente de pastagens e
alimentação, levando ao aparecimento dos
primeiros sinais clínicos. Os sinais mais comuns
em rebanhos acometidos o emagrecimento,
anemia, edema submandibular, diarreia, e até
mesmo morte (Sotomaior et al., 2009).
Dentre os parasitos de maior ocorrência se destaca
a Eimeria sp. (Schneider, 1875) um protozoário da
Classe Coccidae. Segundo Silva et al. (2011), a
prevalência é maior em animais jovens,
principalmente em criações de animais confinados.
Souza (2014) destaca sua importância como
parasito de ocorrência concomitante com outras
enfermidades do trato gastrointestinal, em especial
as enterites causadas por helmintos. Outros
parasitos importantes em ovinos são os Trematoda,
Cestoda e Nematoda. Sendo relatados por
Piovezan et al. (2014) como os principais
causadores de problemas na ovinocultura.
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Survey of gastrointestinal parasites
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Quatro gêneros\ espécies entre os trematodas o
d e r e l e v â n c i a m e d i c a v e t e r i n á r i a :
Paramphistomum sp. (Fischoeder, 1901),
Eurytrema sp. (Looss, 1097), Dicrocoelium
dendriticum (Rudolphi, 1819) e Fasciola hepatica
(Linnaeus, 1758) tendo essa última como destaque
na ovinocultura nacional por provocar problemas
sanitários e econômicos frente ao abate e
comercialização dos animais (Amarante et al.,
2014; Monteiro, 2014).
Segundo Amarante et al. (2014) o filo Nematoda
a b r a n g e o s p r i n c i p a i s e n d o p a r a s i t o s
gastrointestinais na ovinocultura, sendo
responsáveis pela maior perda econômica. Os
autores destacam Haemonchus cortotus
(Rudolphi, 1803) como o principal parasito de
regiões tropicais e subtropicais por apresentar alta
patogenicidade, alta prevalência, e grande
intensidade de infecção. Outra espécie de
relevância neste Filo é Oesophagostomum
columbianum (Railiet, 1996) por possuir grande
patogenicidade e pela sua alta prevalência nos
rebanhos.
Ainda conforme Amarante et al. (2004) o maior
índice desses parasitos ocorre no inverno e começo
da primavera, sendo associada a manejos errôneos
principalmente de alimentação e períodos de
periparto. Entretanto, regiões com alta umidade
nos períodos de primavera e verão propiciam altas
taxas de infecção dos animais devido a maior
permanência dos ovos e oocistos nas pastagens
(Cavalcanti, 2009; Sotomaior et al., 2009).
De acordo com Molento et al. (2014), para
identificação desses parasitos existem vários
métodos laboratoriais e clínicos de diagnóstico,
sendo a maioria de baixa precisão. O mais utilizado
é o de quantidade de ovos por grama (OPG), que é
um método baseado na técnica de (Gordon &
Whitlock, 1939). Por estas questões é essencial que
os exames coproparasitológicos sejam realizados
por médicos veterinários capacitados e auxiliados
por atlas de parasitologia.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi coletada amostras de fezes de 87 animais em 5
propriedades localizadas na microrregião de
Cruzeiro do Sul PR, determinadas como: 1(a),
1(b), 2(a), 2(b), e 3. As propriedades estavam
distribuídas em: 2 propriedades no município de
Cruzeiro do Sul, 2 no município de Paranacity e 1
no município de Lobato região Noroeste do Estado
do Paraná. As propriedades selecionadas
apresentavam ovinocultura de forma secundária a
outras atividades agropecuárias. Foi formulada
uma ficha epidemiológica e preenchida por cada
proprietário contendo dados relacionados à
propriedade. A ficha era composta por perguntas
relacionadas ao rebanho de animais (Sexo, idade de
abate, número de matrizes e número de
reprodutores), manejo alimentar (Pasto e ração),
manejo sanitário (vacinação e vermifugação), e
perguntas relacionadas a possíveis casos de
infecção por endoparasitos na propriedade.
Os animais de cada propriedade foram divididos
em categorias para serem realizadas as coletas das
fezes para avaliação quali-quantitativa de parasitos
de acordo com o método de Gordon & Whitlock
(1939) modificado, contagem de ovos por grama
de fezes (OPG). Foram coletadas amostras fecais
de 30% dos animais de cada categoria. As
categorias propostas para a realização do
experimento foram: Cordeiros (um a cinco meses
de idade); borregas e borregos (seis meses a um
ano); Matrizes e reprodutores (acima de um ano).
A coleta foi feita durante o dia, na parte da manhã,
onde os animais ainda se encontravam presos no
aprisco, sendo realizada entre 08:00 a 09:00 h da
manhã. A coleta foi manual diretamente da ampola
retal de cada animal. Após, as amostras foram
acondicionadas em um recipiente térmico e
levadas para o laboratório de Parasitologia
Veterinária no Centro Universitário Ingá para
realização do exame de OPG.
As fezes foram analisadas em intervalo máximo de
48 horas após as coletas e os ovos e oocistos
observados foram comparados com literatura
específica para identificação de parasitos de
pequenos ruminantes Sancho (2009) e Monteiro
(2014). Amostras dos parasitos intestinais (42
espécimes) encontrados em um animal
necropsiado durante o experimento foram enviadas
pelo proprietário em Formol 10% ao Laboratório
de Parasitologia Veteriria da UNINGA. Após a
fixação dos parasitos em Formol 10% foram
montadas lâminas para identificação dos parasitos
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
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com auxílio de microscopia ótica e literatura
especializada (Sancho, 2009).
O presente experimento foi conduzido sob
aprovação do Comitê de Ética em Experimentação
Animal da UNINGA sob o registro PM 10\2017.
RESULTADOS
As analises revelaram a prevalência de 68,96% de
animais (60 indivíduos) parasitados com ovos de
nematoides tipo Strongylidae, 44,82% (39) com
oocistos de protozoários Eimeria sp., 28,73% (24)
com ovos de nematoides Strongyloides sp. (Bavay,
1876) e 16,09% (14) parasitado por outros
parasitos, como os nematoides Nematodirus sp.
(Ransom, 1907), Toxocara vitulorum (Stiles, 1905)
e Trichuris sp. (Ransom, 1911), o trematoda
Dicrocoelium sp. (Loos, 1907) e o protozoário
Cryptosporidium sp. (Tyzzer, 1907) (Tabela 1).
Na propriedade 1(a) das 11 amostras analisadas 7
animais (63,63%) apresentava parasitados por
ovos tipo Strongylidae e 6 animais (54,54%) por
Eimeria sp. Na segunda 1(b) foi analisadas 20
amostras, onde 18 animais (90%) apresentavam
ovos tipo Strongylidae, 12 animais (60%) Eimeria
sp., 7 animais (35%) Strongylodes sp., 3 animais
(15%) Nematodirus sp., 3 animais (15%) Trichuris
sp., e 1 animal (5%) T. vitulorum. A terceira
propriedade denominada 2(a) com 14 amostras
analisadas, apresentou 7 animais (50%) com ovos
tipo Strongylidae, 1 animal (7,14%) com Eimeria
sp. e 2 animais (14,28%) com Strongyloides sp. A
quarta propriedade 2(b) das 13 amostras analisadas
7 animais (53,84%) apresentavam ovos tipo
Strongylidae, 10 animais (76,92%) Eimeira sp., 1
animal (7,69%) Nematodirus sp., e 1 animal
(7,69%) T. vitulorum. A quinta propriedade (3) foi
analisada 29 amostras, sendo 21 animais (72,41%)
parasitados por ovos tipo Strongylidae, 16 animais
(55,17%) por Strongyloides sp., 10 animais
(34,48%) Eimeira sp., 2 animais (6,89%)
Dricocoelium sp., 2 animais (6,89%) Nematodirus
sp., e 1 animal por Cryptosporidium sp.
As prevalências totais dos parasitos encontrados
foram relacionadas as propriedades analisadas
como demonstrado no Tabela 2.
Tabela 1. Grupo parasitário encontrado em OPG de fezes de ovinos em relação as suas prevalências totais na
microrregião de Cruzeiro do Sul, Paraná, Brasil.
Parasitos (%)
Ovos tipo Strongylidae
60
68,96
Eimeria sp.
39
44,82
Strongyloides sp.
25
28,73
Nematodirus sp.
06
6,89
Trichuris sp.
03
3,44
Dicrocoelium sp.
02
2,29
Toxocara vitulorum
02
2,29
Cryptosporidium sp.
01
1,14
N°: Número; (%): Prevalência.
Os resultados de OPG adquiridos em cada
categoria animal estipulada foram somados e a
prevalência calculada. Sendo 5 cordeiros (1 a 5
meses), 35 borregos (a) (seis a doze meses), 38
matrizes, e 9 reprodutores. Nos cordeiros foram
observados 80% ovos tipo Strongylidae, 60%
Eimeria sp., 40% Nematodirus sp., 40% Tricuris
sp., 20% Strongyloides sp., 20% T. vitulorum. Nos
borregos (a) 74,28% ovos tipo Strongylidae,
34,28% Eimeria sp., 28,57% Strongyloides sp.,
14,28% Nematodirus sp., 5,71% Trichuris sp.,
5,71% Dicrocoelium sp.,e 2,85% T. vitulorum. Nas
matrizes 57,89% ovos tipo Strongylidae, 47,36%
Eimeria sp., e 18,42% Strongyloides sp. Nos
reprodutores 55,55% ovos tipo Strongylidae,
44,44% Eimeria sp., 44,44% Strongyloides sp.,
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Survey of gastrointestinal parasites
37
1 1 , 1 1 % N e m a t o d i r u s s p . , e 1 1 , 1 1 %
Cryptosporidium sp.
Após a montagem de laminas e comparação das
características morfológicas e métricas dos
nematoides encontrados durante a necropsia do
ovino morto e a literatura especializada e chaves de
identificação para nematoides de pequenos
ruminantes confirmou-se a presença de O.
columbianum na região.
Tabela 2. Prevalência de parasito observados em OPG relacionados por cada categoria estipulada.
Parasitos
C (%)
B (a) (%)
MAT. (%)
REPR. (%)
Ovos tipo Strongylida
80
74,28
57,89
55,55
Eimeria sp.
60
34,28
47,36
44,44
Strongyloides sp.
20
28,57
18,42
44,44
Nematodirus sp.
40
14,28
-
11,11
Trichuris sp.
40
5,71
-
-
Dicrocoelium sp.
Toxocara vitulorum
20
5,71 - -
2,85 - -
Cryptosporidium sp.
- - - 11,11
C: Cordeiro; B (a): Borrego/Borrega; MAT.: Matriz; REPR.: Reprodutor.
DISCUSSÃO parasito. Mas em comparação a ovos tipo
Strongylidae o mesmo trabalho demonstrou maior
quantidade, sendo de 75,2%, e o nosso 68,96%.
Estudos realizados por Piovezan et al. (2014)
também no Paraná, em Cascavel obteve resultados
menores que nesse estudo, tendo resultado
positivos para 80% das amostras analisadas
enquanto neste levantamento realizado na
Microrregião de Cruzeiro do Sul obteve-se 85% de
amostras positivas.
Foram 83,90% (73 animais) de amostras positivas
para helmintos gastrointestinais e 45,97% (45
animais) para protozoários, sendo destes últimos
44,83% parasitados por Eimeria sp. Estudos
realizados por Silva et al., (2010) em região de
Rondonópolis MT revelaram prevalência maior
para helmintos gastrointestinais,88,95% e para
Eimeria sp., 50,27%, outro estudo realizado no
Estado do Maranhão demostrou prevalência de
63,54% para helmintos e 58,85% para Eimeria sp.
Brito et al., (2009), demonstrando menor
prevalência para helmintos gastrointestinais e
maior prevalência para infecção por Eimeria sp.
em comparação com esse estudo.
Em relação ao tipo de ovo helminto encontrado
esse trabalho demonstrou maior quantidade de
ovos de Strongyloides sp. 28,73% que em relação
aos estudos de Ahid et al. (2008) que obteve 20%
do total de animais parasitado por esse mesmo
Nos estudos de Silva et al. (2010) observou maior
prevancia de ovos tipo Strongylidae nas
categorias fêmeas adultas (90,24%) e machos
reprodutores (85%) que em relação a esse estudo
que obteve 57,89% para fêmeas adultas (matrizes)
e 55,55% para reprodutores. Mas, em relação as
categorias estipuladas no presente estudo, esse tipo
de ovo foi encontrado em maior prevalência nos
cordeiros (animais de um a cinco meses) 80%, e
borregos (a) (animais de seis a dose meses de
idade) 74,28%, onde isso pode estar relacionado à
forma de manejo utilizada nas propriedades, ou em
relação à imunidade deficitária principalmente em
animais novos como no caso dos cordeiros
(Maciel, 2014).
Dentre as propriedades estudadas, a 2(b) localizada
no município de Paranacity foi a que obteve maior
prevalência de oocistos de Eimeria sp., 76,9% dos
animais. a outra propriedade do mesmo
município a 2(a), apresentou prevalência de apenas
7,1% para o mesmo parasito. Em comparação com
as mesmas propriedades, outro aspecto
interessante é que os animais da propriedade 2(a)
encontrou-se parasitado por Strongyloides sp.
(14,2%), e os da propriedade 2(b) não foi
identificado em nem um animal, mas em
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
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compensação nessa mesma propriedade foi
encontrado Nematodirus sp., e T. vitulorum.
Provavelmente essa diferença de quantidade e
espécie de parasito que acomete essas propriedades
esteja relacionada ao tipo de manejo empregado,
como tipo de pastagem ou excesso de animais por
alqueires, ou até mesmo pela resistência dos
parasitos a vermífugos (Araújo, 2009; Mexia et al.,
2011).
A propriedade 3 localizada no município de
Lobato, foi a que obteve maior quantidade de
parasitos Strongyloides sp., em relação as outras
propriedades estudadas, tendo prevalência de
55,1% dos animais acometidos. Outros achados
nessa mesma propriedade foi a presença de ovos de
trematoda do gênero Dicrocoelium sp., e de
oocistos do protozoário Cryptosporidium sp.
Os trematodas são parasitos de ciclo heteroxenico,
ou seja, necessitam de HI para seu
desenvolvimento, o aparecimento de ovos destes
animais indica que existem, na propriedade, todos
os organismos essenciais para o fechamento do
ciclo evolutivo do parasito (Sancho, 2009). Estes
registros também indicam ausência de
biosseguridade (Cavalcanti, 2009).
Nas propriedades estudadas no município de
Cruzeiro do Sul a 1(b) obteve a prevalência de 90%
Estas cargas parasitárias altas encontradas na
Microrregião de Cruzeiro do Sul não são
compatíveis com a prevalência e intensidade de
parasitosesrelatadas nos questionários. Estes
fatores reafirmam a resistência a parasitoses
observada em ovinos deslanados (Quesada et al.,
2001).
Entretanto, a deficiência na manutenção da higiene
das pastagens, assim como a existência de outras
criações de ruminantes na mesma propriedade
podem auxiliar no aumento das infecções por
endoparasitos (Coffey & Hale, 2012).
Na propriedade 1(b) espécie O. columbianum foi
confirmado com a identificação dos parasitos
adultos Sancho (2009) e Monteiro (2014),
entretanto não é possível dizer que todos os ovos
tipo Strongylidae são desta espécie pois todos os
nematoides de pequenos ruminantes pertencentes a
Família Strongylidae depositam ovos
extremamente semelhantes perante a microscopia
ótica (Monteiro, 2014).
Este é o segundo registro de O. columbianum no
Estado do Paraná (Giovannoni & Kubiak, 2001)
porém o primeiro registro deste parasito no
noroeste paranaense.
AGRADECIMENTOS
do rebanho parasitado por ovos tipo Strongylidae,
esta mesma propriedade foi a única com ovos de
Trichuris sp., com relação a quantidade de ovos
entre as propriedades analisadas nesse município, a
1(b) demostrou maior prevalência de ovos em
todos os parasitos achados em relação a 1(a), além
disso na propriedade 1(b) teve a presença de
Nematodirus sp., e T. vitulorium, diferente da 1(a)
que não observou a presença dos mesmos.
O noroeste paranaense onde se localiza a
Microrregião de Cruzeiro do Sul é quente e úmida
na maior parte do ano. Estes fatores climáticos
interferem na viabilidade de ovos de helmintos e
oocistos de protozoários. Sendo assim, a diferença
das cargas parasitárias encontradas em outras
regiões do Brasil pode estar ligada a esta
viabilidade, ou até mesmo, da sobrevivência das
fazes infectantes dos parasitos (Cavalcanti, 2009;
Mexia et al., 2011).
Agradeço aos proprietários dos animais e as
pessoas que colaboraram direta e indiretamente
para realização desse trabalho.
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