The occurrence of endoparasitoses in domestic animals has been reported routinely in the medical clinic
of small animals, where wandering and domiciled cats are considered important reservoirs, evidencing
the role of felines in the contamination of the environment by the infective forms of these parasites. Many
animals are asymptomatic, but those with high parasitic load evidence clinical signs such as inappetence,
anorexia, vomiting and diarrhea. The present study aimed to identify the different parasites found in faecal
samples of semi - domed felines; for this, 45 fecal samples of cats were collected, regardless of age, sex or
race, from different households in the municipality of Maringá, PR, Brazil. The collected samples were
submitted to coproparasitological tests by means of the Willis & Mollay flotation method, carried out in
the Veterinary Parasitology laboratory of the Veterinary Clinic of Uningá, Centro Universitário Ingá
(UNINGÁ) between April and May 2017 The results obtained confirmed infestation by Toxoplasma
gondii (Nicolle & Manceaux, 1908), Cryptosporidium sp. (Tyzzer, 1907), Cystoisospora sp.
(Frenkel,1977), Giardia sp. (Kunstler,1882), Strongyloides sp. (Bavay, 1876), Toxocara cati (Schrank,
1788), Ancylostoma tubaeforme (Zeder, 1800), Toxascaris leonina (Sprent,1959) and Dipylidium sp.
(Leuckart, 1886). Therefore, the study emphasizes the periodic monitoring of coproparasitological exams
in the clinical routine of small animal clinics in order to minimize enteric alterations and pharmacological
resistance.
ISSN Versión impresa 2218-6425 ISSN Versión Electrónica 1995-1043
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun:25-31.
ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL
QUALITATIVE EVALUATION OF ENDOPARASITES OF FELINES SEMI DOMICILED IN THE
MUNICIPALITY OF MARINGÁ, PARANÁ, BRAZIL
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE ENDOPARASITOS DE FELINOS SEMI DOMICILIADOS NO
MUNICIPIO DE MARINGÁ, PARANÁ, BRASIL
EVALUACIÓN CUALITATIVA DE ENDOPARASITOS DE FELINOS SEMI DOMICILIADOS EN EL
MUNICIPIO DE MARINGÁ, PARANÁ, BRAZIL
1 Medica Veterinária autônoma.
2 da Uningá (Centro Universaitário Ingá). Rod. PR 317, 6114 - Parque Industrial 200, Maringá - PR, CEP: 87035-510.
Corresponding author: prof.antonioantonucci@uninga.edu.br
1 2 2*
Bruna Beatriz Pereira ; Thalita Regina Petrillo & Antonio Mataresio Antonucci
ABSTRACT
keywords: felines - domestic animals - gastroenteritis - helminths - protozoa
Neotropical Helminthology
25
Volume13,Number1(jan-jun2019)
ÓrganooficialdelaAsociaciónPeruanadeHelmintologíaeInvertebradosAfines(APHIA)
Lima-Perú
VersiónImpresa:ISSN2218-6425VersiónElectrónica:ISSN1995-1043
Auspiciado por:
INTRODUÇÃO
26
RESUMO
Palavras-chave: felinos - animais domésticos - gastroenterites - helmintos- protozoários
A ocorrência de endoparasitoses em animais domésticos, tem sido relatada rotineiramente na clínica
médica de pequenos animais; gatos errantes e domiciliados são considerados importantes reservatórios.
Muitos animais apresentam-se assintomáticos, porém aqueles com alta carga parasitária evidenciam
sinais clínicos como inapetência, anorexia, vômitos e diarreia. O presente estudo teve como objetivo,
identificar os diferentes parasitos encontrados em amostras fecais de felinos semi domiciliados. Para
tanto, foram coletadas 45 amostras fecais de gatos, sem distinção de idade, sexo ou raça, oriundos de
diferentes pontos do município de Maringá, PR, Brasil. As amostras coletadas foram submetidas a exames
coproparasitológicos através do método de flutuação Willis & Mollay. Os resultados obtidos
comprovaram infecção por Toxoplasma gondii (Nicolle & Manceaux, 1908), Cryptosporidium sp.
(Tyzzer, 1907), Cystoisospora sp. (Frenkel, 1977), Giardia sp. (Kunstler, 1882), Strongyloides sp.
(Bavay, 1876), Toxocara cati (Schrank, 1788), Ancylostoma tubaeforme (Zeder, 1800), Toxascaris
leonina (Sprent, 1959) e Dipylidium sp (Leuckart,1886). Sendo assim o estudo enfatiza a monitoração
periódica de exames coproparasitológicos na rotina da clínica médica de pequenos animais a fim de
minimizar as alterações entéricas e as resistências farmacológicas.
Giardia sp. (Kunstler, 1882), Cryptosporidium sp.
(Tyzzer, 1907), entre outros (Robertson &
Thompson, 2002).
Os felinos podem ser infectados ao ingerirem ovos
ou oocistos esporulados, podendo estar presente
nas fezes de outros animais parasitados, a infecção
pode ocorrer também através da ingestão de aves,
ratos ou qualquer outro animal que estiver
infectado (Leitão & Meireles, 1993; Palmer et al.,
2008).
Segundo Page (2008), os sinais clínicos de animais
com carga parasitária alta são classicamente
observados por alterações gastro entéricas como
diarreia, emagrecimento progressivo e
d e s i d r a t a ç ã o l e v a n d o a d i s t ú r b i o s
hidroeletrolíticos, assim como alterações
s i s t ê m i c a s e s p e r a d a s e m a n i m a i s
imunocomprometidos (Palmer et al., 2008).
De acordo com Vasconcellos et al. (2006), outros
sinais clínicos que evidenciam a infestação
parasitária entérica em felinos são afecções
respiratórias, perda de peso e retardo no
desenvolvimento, considerando prognóstico
reservado em animais imunocomprometidos
A população de animais de estimação vem
crescendo consideravelmente, em especial os gatos
(Garcia et al., 2008); a sociedade os tem escolhido
como seus compan heiros devid o sua
independência e facilidade de criação, são menos
dispendiosos e requerem menor disponibilidade do
seu tutor (Garcia et al., 2008).
Alguns fatores devem ser levados em consideração
para que as infecções parasitárias em felinos
possam ser controladas ou entendidas, uma das
mais importantes relevâncias que contribuem para
o alto nível de infeões parasirias está
relacionada diretamente a animais errantes sem
acesso periódico veterinário (Day, 2011). Em
consequência dessa liberdade e acesso à rua,
evidencia-se o papel dos felinos no ciclo e na
disseminação desses agentes parasitários, assim
como a infecção entre animais sadios e parasitados,
são vítimas de ectoparasitas como ácaros e piolhos
e endoparasitas como os protozoários e helmintos.
Alguns destes podem provocar também infecções
nos seres humanos (zoonoses) como Ancylostoma
sp. (Dubini, 1843), Toxocara sp. (Stiles, 1905),
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Pereira et al.
27
podendo evoluir à morte. Sendo assim a profilaxia
e o tratamento com antiparasitários em felinos
devem ser periodicamente realizados para reduzir
as fontes de parasitismo e a contaminação do solo
com os ovos e oocistos, assim como os sinais
clínicos presentes em animais com grande carga
parasitária (Funada et al., 2007).
Alguns protozoários são considerados de maior
importância para cães e gatos, entre eles os
protozoários não flagelados, cuja sua principal
característica é a ausência de cílios, três exemplos
destes coccídeos são o Toxoplasma gondii (Nicolle
& Manceaux, 1908), Cryptosporidium sp. e
Cystoisospora sp. (Frenkel, 1977) (Monteiro,
2011).
Os protozoários flagelados são organismos
unicelulares eucariontes possuindo um ou mais
flagelos, estruturas de locomoção, podem causar
patogenias tanto nos animais, quanto aos homens,
um exemplo de protozoário flagelado muito
comum em cães e gatos é a Giardia sp. (Monteiro,
2011).
Quanto aos helmintos existem dois grupos
principais para cães e gatos, os cestoides, devido a
sua forma achatada denominados de helmintos
“chatos”, e os nematoides, helmintos redondos
(Vasconcelos et al., 2006).
São exemplos de nematoides parasitos de felinos
dosticos: Toxocara cati (Schrank, 1788),
Toxascaris leonina (Sprent, 1959) (Traversa, 2012)
e Ancylostoma tubaeforme (Zeder, 1800)
(Bowman, 2009). Um exemplo de helminto
cestoide é o Dipylidium sp. (Leuckart,1886)
(Mehlhorn, 2008).
Os pacientes infectados por coccídeos
(coccidioses) são tratados por um esquema
ambulatorial, internação para animais muito
debilitados e fluidoterapia para animais
desidratados, em geral os animais são tratados
através de antibióticos, um exemplo é a
sulfadimetoxina, em seu mecanismo de ação
ocorre um bloqueio do ácido para-aminobenzóico
e do ácido fólico, impedindo o desenvolvimento do
esquizonte; porém para Cryptosporidium sp. não
nenhum tratamento eficaz aprovado, sugere-se a
paromomicina, antibiótico aminoglicosídeo
eficiente no tratamento de pacientes com
problemas intestinais agudos (Tilley & Smith Jr.
2015).
A terapia medicamentosa para o protozoário
flagelado Giardia sp. deve ser realizada em
conjunto com limpeza e desinfecção do ambiente,
existem também vacinas disponibilizadas no
mercado, pode ser utilizado o anti-helmintico
pirantel como tratamento e um antibiótico como
metronidazol, o metronidazol entra na célula do
protozoário, interagindo com seu DNA, causando
quebra das alças e perda de sua estrutura helicoidal,
ocasionando a morte do parasito, porem os
medicamentos estão fora da indicação da bula
(Tilley & Smith Jr. 2015).
Dentre os anti-helminticos mais utilizados para
cestoides (cestocidas), podemos citar a
niclosamida, um medicamento insolúvel em agua e
pouco absorvida pelo intestino, inibe a produção de
adenosina trifosfato que é um nucleotídeo
responsável pelo armazenamento de energia no
parasito, resultando na sua morte por redução de
glicose (Page, 2008). Outro medicamento
cestocida é o praziquantel, ele inibe a bomba de
sódio e potássio dos parasitos fazendo com que a
permeabilidade da membrana aumente para alguns
íons de carga positiva como o cálcio, aumentando a
atividade muscular e causando contrações e
paralisia (Novaes et al., 1998).
Já p a r a os helmintos nematoides o s
endoparasiticidas (nematocidas) mais utilizados
são: Tetrahidropirimidinas Pirantel e Oxantel, o
pirantel é pouco solúvel em água, apresentando
baixa absorção intestinal, é um bloqueador
neuromuscular despolarizante que resulta na
paralisia através da contração da musculatura do
helminto (Reinemeyer & Courtney, 2001). Outro
anti-helmíntico citado por Spinosa et al. (2002) é o
levamisol (tetrahidromidazol), é um agonista
nicotínico, ou seja, estimula a abertura do canal
receptor de acetilcolina e produz despolarização da
membrana celular, causa paralisia espástica do
parasito, nos animais também pode estimular a
resposta imune celular. Os benzimidazóis atuam
impedindo a divisão mitótica; inibem também a
fumarato-redutase, uma enzima que converte
fumarato em succinato, colaborando assim na
morte do parasito por perda de energia, exemplos:
oxibendazol, mebendazol, flubendazol e
febendazol (Page, 2008). A piperazina é agonista
endoparasites of felines
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
28
dos receptores GABA, encontrados na região
periférica e central do sistema nervoso autônomo,
causa a hiperpolarizão neuromuscular do
parasito, o que leva a paralisia flácida e é eliminado
pelo peristaltismo intestinal (Bowman, 2009).
O presente trabalho objetivou avaliar a ocorrência
de endoparasitos em felinos semi domiciliados em
alta densidade, utilizando os exames
coproparasitologicos e enfatizando a monitoração
periódica na rotina da clínica medica de pequenos
animais a fim de minimizar as alterações entéricas
e as resistências farmacológicas endoparasitárias
em gatos.
Foram coletadas 45 amostras fecais de gatos
domésticos Felis catus (Linnaeus, 1758),
residentes do município de Maringá/Paraná,
latitude: 23º 25' 31” sul e longitude: 51º 56' 19”
oeste, criados em sistema de semi domicilio, de
diversas raças, sexos e faixas etárias, no período de
abril a maio de 2017. Os proprietários que
consentiram com o estudo foram monitorados a
vermifugarem os animais sessenta dias antes da
coleta.
As amostras foram acondicionadas em coletores
universais de 50mL e mantidas sob refrigeração
por no máximo 48 h, posteriormente as mesmas
foram submetidas a análise coproparasitologica
qualitativa pela técnica de Willis & Mollay (Willis,
1921).
As fezes coletadas foram pesadas em balança
SHIMADZU modelo BL320H, utilizando 2 g de
cada amostra, foram homogeneizadas em 50mL de
solução salina hipersaturada, com auxílio de uma
espátula em um outro coletor universal, em seguida
foram filtradas em peneira parasitológica, o
conteúdo foi novamente despejado até a borda do
coletor universal totalizando 50mL, logo após, o
conteúdo foi coberto com uma lâmina em contato
com o material e deixado em descanso por 20 min.
para que os ovos de helmintos e oocistos de
protozoários flutuassem e se aderissem à ela, após
o período de descanso a lamina foi retirada e
invertida rapidamente, a lamínula foi
acondicionada, e o conteúdo foi então observado
em microscópio óptico modelo eclipse E200 na
Nikon na objetiva de 40x.
A leitura foi realizada em zigzag, da direita para a
esquerda na área da lamínula (18x18), evitando
assim que o mesmo ovo ou oocisto fosse contado
mais de uma vez.
A identificação parasitária foi realizada utilizando
literatura especifica com atlas parasitológico
(Bowman, 2009; Monteiro, 2011; Zajac &
Conboy; 2013), avaliando as caractesticas
morfológicas.
A análise descrita acima foi realizada no
laboratório de parasitologia veterinária na clínica
veterinária da Uningá Centro Universitário Ingá.
Após a análise das laminas, foram identificados os
ovos e oocistos de parasitos, e os resultados obtidos
foram incluídos em uma tabela e armazenados no
programa excel®, versão 6.0, disponibilizado pelo
Microsoft Office 2013, para elaboração de gráficos
representativos e para os procedimentos seguintes
da análise dos dados.
Os resultados obtidos das 45 amostras fecais
analisadas, estão expressos na fig. 1, onde 20
amostras foram consideradas positivas (44,4%)
apresentando estruturas parasitárias, enquanto que
25 amostras (55,6%) foram consideradas
negativas, ou seja, nenhuma estrutura parasitária.
Os resultados (44,4% Positivos) comprovam
infestação por T. gondii (7,4%), Cryptosporidium
sp. (3,7%), Cystoisospora sp. (11,1%), Giardia sp.
(3,7%), Strongyloides sp. (7,4%), T. cati (3,7%), A.
tubaeforme (40,7%), T. leonina (7,4%) e
Dipylidium sp. (14,8%).
A fig. 2 mostra a prevalência destes parasitos nas
amostras de fezes de felinos semi domiciliados,
coletados no período de abril a maio de 2017 no
município de Maringá/Paraná, classificados de
acordo com análise qualitativa através de suas
características morfológicas.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun Pereira et al.
29
Figura 1. Relação entre amostras de fezes positivas e negativas, coletadas de felinos semi domiciliados do municipio de
Maringá/Paraná.
Figura 2. Prevalência de parasitos encontrados nas fezes de felinos semi domiciliados do município de Maringá/Paraná.
endoparasites of felines
Neotropical Helminthology, 2019, 13(1), ene-jun
Toxoplasma gondii
Cryptosporidium sp
Cystoisospora sp
Giardia
Strongyloides sp
Toxocara cati
Ansylostoma tubaeforme
Toxascaris leonina
Dipylidium sp
30
realiz ado por Ragozo e t a l . (200 2), o
Cystoisospora sp. foi o protozoário mais
encontrado, observado em 70 gatos (50,72%),
sendo parasitos muito comuns em animais com
acesso à rua. O oocisto esporulado de
Cystoisospora sp., contém dois esporocistos cada
um com quatro esporozoitos eles produzem
alterações na mucosa intestinal e a gravidade
relaciona-se a densidade parasitária e localização
dos parasitos na mucosa (Urquhart et al., 1998).
Foram encontrados em apenas duas amostras
oocistos do parasito T. gondii, os felinos são
hospedeiros definitivos deste protozoário, sendo
extremamente importantes no seu ciclo de vida e
tornando-se o único animal que pode eliminar
oocistos no ambiente, parasito causador da
toxoplasmose em humanos, uma doença que pode
levar de uma simples dor de cabeça à pneumonia,
convulsões e até tuberculose (Dubey et al., 2004).
Em duas amostras foram vistos ovos do helminto
Strongyloides sp., e duas amostras com ovos de T.
leonina, foi visto Cryptosporidium sp., em apenas
uma amostra e em uma amostra foi encontrado
oocisto não esporulado de Giardia sp. que vem se
mostrando um importante agente em gatos
domiciliados, T. cati, também foi encontrado em
apenas uma amostra. O encontro destes parasitos
como Strongyloides sp., Giardia sp., e T. leonina,
que foram pouco citados, ressalta a necessidade de
exames de fezes rotineiramente na clínica medica
de pequenos animais. Sendo assim, o presente
trabalho vem ressaltar a importância da
m o n i t o r a ç ã o p e r i ó d i c a d e e x a m e s
coproparasitológicos na rotina da clínica médica de
pequenos animais a fim de minimizar as alterações
enricas e as resisncias farmacogicas em
felinos, o ensaio enfatiza também os riscos de
infecções entre animais que vivem em
aglome r a do s , e a cons c i e nt i za ç ão dos
proprietários, já que muitas vezes os proprietários
não sabem que seu animal está parasitado, e até
administram medicamentos que não são corretos
para o seu tipo de infecção.
De acordo com os resultados obtidos, o A.
tubaeforme foi o parasito nematódeo que
apresentou maior percentual total de exames
positivos, sendo observado em 11 amostras, onde
em 3 dessas amostras fecais analisadas observou-
se associado uma com T. gondii, outra com T. cati e
outra com Giardia sp. Em um estudo realizado com
amostras fecais por Ogassawara et al. (1986),
Ancylostoma sp. também foi um dos nematoides
mais prevalentes (19,5%), assim como observado
no presente ensaio. Em delineamento experimental
casualizado realizado por Côrtes et al. (1988), com
gatos capturados e sacrificados das vias públicas,
150 gatos (22,26%), estavam infectados por
Ancylostoma sp., assim como observado nesse
trabalho, porem algumas variâncias como
domicilio, alimentação, condições de homeostase e
ou desequilíbrio de cada indivíduo, podem alterar
significativamente os resultados esperados. De
acordo com Urquhart et al. (1998), a distribuição
deste nematódeo é ampla nos trópicos e regiões
temperadas quentes e o seu ciclo evolutivo é direto,
quando condições ideais os ovos podem eclodir
e se desenvolver até L em 5 dias.
3
O segundo helminto mais encontrado foi o
cestódeo D i p y l i d i u m sp. a p r es e n t a nd o
porcentagens significativamente maiores quando
comparados aos demais, visto em diferentes 4
amostras, 2 das 4 amostras estava associado com
Strongyloides sp. e 1 das 4, associado com
Toxascaris leonina; o Dipylidium sp., por ser
cestoide libera proglotes que são vistas a olho nu
nas fezes, normalmente, só vemos ovos de
cestoides através de exames coproparasitológicos
de sedimentação, no entanto em cargas parasitárias
altas, o Dipylidium sp. e demais cestoides podem
ser observados também por métodos de flutuação
como o Willis e Mollay. Segundo Urquhart et al.
(1998), é muito comum a infecção por Dipylidium
sp., é mais prevalente em animais errantes que não
possuem acesso periódico veterinário, pom
também podem ser observados em cães e gatos
domiciliados.
O protozoário Cystoisospora sp., foi o terceiro
parasito mais encontrado nas fezes analisadas,
presente em 3 amostras, associado em uma das 3
amostras com o helminto T. leonina. Em um estudo
DISCUSSÃO
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endoparasites of felines
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