image/svg+xml225Ectoparasites (Phthiraptera) In the Chilean FlamingoNeotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Neotropical HelminthologyNeotropical Helminthology, 2023, vol. 17 (2), 225-236ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINALFIRST RECORD OF PROCAMALLANUS(SPIROCAMALLANUS) INOPINATUSTRAVASSOS, ARTIGAS & PEREIRA, 1928 AND CONTRACAECUMSP. FOR AUCHENIPTERUS NUCHALIS(SPIX & AGASSIZ 1829) (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) IN THE AMAZONPRIMEIRO REGISTRO DE PROCAMALLANUS (SPIROCAMALLANUS) INOPINATUS TRAVASSOS, ARTIGAS & PEREIRA, 1928E CONTRACAECUM SP. PARA AUCHENIPTERUS NUCHALIS (SPIX & AGASSIZ 1829)(SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) NA AMAZÔNIAPRIMER REGISTRO DE PROCAMALLANUS (SPIROCAMALLANUS) INOPINATUS TRAVASSOS, ARTIGAS & PEREIRA, 1928Y CONTRACAECUM SP. PARA AUCHENIPTERUS NUCHALIS(SPIX & AGASSIZ 1829) (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) EN LA AMAZONÍA Jéssica Yelle Ferreira-Cordeiro1*, Amanda Karen Silva-Jtineant1, José Celso de Oliveira-Malta1& Lúcia Helena Rapp-Py-Daniel1ISSN Versión Impresa 2218-6425 ISSN Versión Electrónica 1995-1403DOI: https://dx.doi.org/10.24039/rnh20231721689Volume 17, Number 2 (jul - dec) 2023Este artículo es publicado por la revista Neotropical Helminthology de la Facultad de Ciencias Naturales y Matemática, Universidad Nacional Federico Villarreal, Lima, Perú auspiciado por la Asociación Peruana de Helmintología e Invertebrados Af nes (APHIA). Este es un artículo de acceso abierto, distribuido bajo los términos de la licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0) [https:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es] que permite el uso, distribución y reproducción en cualquier medio, siempre que la obra original sea debidamente citada de su fuente original.ABSTRACTAuchenipterus nuchalis(Spix & Agassiz 1829) or Peruvian mandi is a small catf sh that occurs in South America, has crepuscular habits, and feeds basically on aquatic insects and microcrustaceans. T irty-eight A. nuchaliswere captured in four expeditions during the ebb and dry periods of 2016, in the Catalão Lake complex, in the municipality of Iranduba, in the interior of the state of Amazonas, Brazil. Fish averaged 11.8 - 18 (15.1 ± 1.35) cm in standard length and weighed 30.1 - 71.0 (47 ± 10.66) g. T e individuals’ digestive tract was conserved in 70% ethanol until the analyses were carried out. Of the total number of f sh collected and examined, 21 were parasitized. Temporary and permanent slides were mounted for the identif cation of parasitic specimens. T e measurements of the individuals were made with the aid of 1 Laboratório de Parasitologia de Peixes/ Coordenação de Biodiversidade/ Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA. jyf.cordeiro@gmail.com* Corresponding author: jyf.cordeiro@gmail.comJéssica Yelle Ferreira-Cordeiro: https://orcid.org 0000-0002-0667-1601Amanda Karen Silva-Jtineant: https://orcid.org 0000-0001-7506-0794José Celso de Oliveira-Malta: https://orcid.org 0000-0003-1496-2190Lúcia Helena Rapp-Py-Daniel: https://orcid.org 0000-0002-0954-7366
image/svg+xml226Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Ferreira-Cordeiro et al.a micrometric eyepiece, coupled to an optical microscope. We collected 53 individuals of Procamallanus(S.) inopinatusTravassos, Artigas & Pereira, 1928 with an infection prevalence rate of 52.6% and 17 individuals in the larval stage of Contracaecumsp., with a prevalence of 2.63%. Tus, the species were classifed as secondary and satellite species, respectively. Furthermore, this is an unprecedented record of these parasites for A. nuchalisin the Amazon region, Brazil.Keywords: Amazon – freshwater – endoparasites – nematodes – siluriformes – várzeaRESUMOAuchenipterus nuchalis (Spix & Agassiz 1829) ou mandi peruano é um pequenobagre que ocorre na América do Sul, possui hábitos crepusculares e alimenta-se basicamente de insetos aquáticos e microcrustáceos. Foram capturados 38 A. nuchalis,em quatro expedições nos períodos de vazante e seca do ano de 2016, no complexo de lagos do Catalão, município de Iranduba, interior do estado do Amazonas, Brasil. Os peixes mediam, em média, 11,8 - 18 (15,1 ± 1,35) cm de comprimento padrão e pesavam 30,1 – 71,0 (47 ± 10,66) g. O trato digestivo dos indivíduos foi conservado em etanol 70% até a realização das análises. Do total de peixes coletados e examinados, 21 estavam parasitados. Foram montadas lâminas temporárias e permanentes para a identifcação dos espécimes parasitas. As medidas dos indivíduos foram feitas com o auxílio de ocular micrométrica, acoplada a um microscópio óptico. Foram coletados 53 indivíduos de Procamallanus (S.) inopinatusTravassos, Artigas & Pereira, 1928 com índice de prevalência de infecção de 52,6% e 17 indivíduos em estágio larval de Contracaecum sp., com prevalência de 2,63%. Dessa forma, as espécies foram classifcadas com espécie secundária e satélite, respectivamente. Além disso, este é um registro inédito destes parasitos para A. nuchalis na região Amazônica. Palavras-chave:Amazônia – água doce – endoparasitos – nematoides – siluriformes – várzeaRESUMENAuchenipterus nuchalis(Spix & Agassiz 1829) o mandi peruano es un pequeño bagre que se encuentra en América del Sur, tienehábitos crepusculares y se alimentabásicamente de insectos acuáticos y microcrustáceos. 38 A. nuchalisfueron capturados en cuatro expediciones durante los períodos de vaciante y secos de 2016, en el complejo lacustre de Catalão, municipio de Iranduba, en el interior del estado de Amazonas, Brasil. Los peces medían, en promedio, 11,8 - 18 (15,1 ± 1,35) cm de longitud estándar y pesaban 30,1 - 71,0 (47 ± 10,66) g. El tracto digestivo de los individuos se conservó en etanol al 70% hasta la realización de los análisis. Del total de peces recolectados y examinados, 21 estaban parasitados. Se montaron portaobjetos temporales y permanentes para identifcar los especímenes parásitos. Las mediciones de los individuos se realizaron con la ayuda de un ocular micrométrico acoplado a un microscopio óptico. Se recolectaron 53 individuos de Procamallanus(S.) inopinatusTravassos, Artigas & Pereira, 1928 con una prevalencia de infección del 52,6% y 17 individuos en estado larvario de Contracaecumsp., con una prevalencia del 2,63%. De esta forma, las especies fueron clasifcadas en secundaria y satélite, respectivamente. Además, este es un registro sin precedentes de estos parásitos para A. nuchalisen la región amazónica.Palabras clave:Amazonía – agua dulce – endoparásitos – llanura aluvial– nematodos – siluriformes
image/svg+xml227First record of Procamallanus(Spirocamallanus)Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023INTRODUÇÃONa Amazônia, encontra-se a maior bacia hidrográf ca do planeta, com sete milhões de km2, ela é formada por grandes rios como o Amazonas e seus af uentes, além de uma grande diversidade de corpos d’água como lagos e igarapés. Formando assim, uma das redes hídricas mais densas do planeta, que abriga a maior diversidade de pei-xes de água doce do mundo (Junk, 1983).A bacia Amazônica e seus tributários diferem em diver-sos aspectos, dentre eles, suas características limnológicas, por isso os rios são categorizados como: rios de águas brancas, pretas e claras (Sioli, 1984). Ao longo do curso destes rios são encontradas grandes planícies de inunda-ção, chamadas “várzeas” e “igapós” (Irion et al.,1997; Lowe-McConnell, 1999). A inundação periódica das várzeas, através do transbor-damento lateral dos rios de águas brancas, que possuem grande quantidade de nutrientes e materiais em suspen-são, proporciona a renovação de nutrientes do solo e da própria água (Irion et al., 1997). São proporcionados aos seres vivos presentes nesses habitats novos nichos entre a planície e o rio (Junk, 1997; Melack & Forsberg, 2001).Essa dinâmica hidrológica estimula o crescimento bioló-gico de toda a cadeia tróf ca. Ela fornece habitats para organismos de uma grande diversidade de táxons: bacté-rias, fungos, algas, protozoários, esponjas, platelmintos, nematódeos, moluscos, crustáceos, insetos, peixes, aves, reptéis, mamíferos. Por isso, as várzeas são consideradas habitats capazes de suportar uma alta produtividade bio-lógica aquática (Sioli, 1984; Junk et al., 1989; Rocha, 2002).Segundo Reis et al. (2016), a diversidade de peixes pre-sentes nos ecossistemas aquáticos amazônicos, chegou a 2.411 espécies. Essa grande diversidade de peixes repre-senta um alto número de potenciais hospedeiros para hel-mintos parasitos, dessa forma, identif car novas espécies de helmintos parasitos, pode permitir o monitoramento da riqueza de vertebrados em um determinado habitat (Malta, 1984; Brooks & Hoberg, 2000; Malta & Varella, 2006; Luque & Poulin, 2008; Luque et al., 2017; Poulin, 2020; Virgilio et al., 2021, 2022).O conhecimento sobre a ampla diversidade de helmin-tos tem aumentado nos últimos anos, no entanto, a real riqueza de espécies da maioria dos grupos parasitos con-tinua indeterminada (Laf erty, 1997; Marcogliese, 2005; Dobson et al., 2008; Reis et al., 2021; Reis, 2022). O Filo Nematoda é um dos mais diversos da América do Sul, atrás de Monogenea, Trematoda e Cestoda (Luque et al., 2011, 2017), e seus representantes podem ser encontra-dos em todos os habitats (Tahseen, 2018). Auche nipterus nuchalis (Spix & Agassiz 1829) (Siluriformes: Auchenipteridae), é um pequeno bagre, com tamanho de até 20 cm de comprimento. Sua coloração é pálida com o dorso cinza claro (Figura 1), e apresenta hábitos crepusculares (Santos et al.,2006). É um peixe carnívoro e sua dieta é basicamente composta por insetos aquáticos e microcrustáceos, potenciais hospedeiros intermediários de várias espécies parasitas de peixes (Machado et al.,1996; Rebêlo et al., 2020). Figura 1. Auchenipterus nuchalis (Spix & Agassiz 1829) (Santos et al.2006).Figura 1. Auchenipterus nuchalis (Spix & Agassiz 1829) (Santos et al.2006).Este peixe é conhecido popularmente como “mandi peruano” e apesar de ocorrer no baixo rio Solimões, rios Amazonas e Tocantins, ao norte, até o rio Marowijne (Froese & Pauly, 2019), apresenta baixo valor econômico. Somente duas espécies foram citadas parasitando o tubo digestivo de A. nu chalis,o Nematoda: Cucullanus (Cucullanus) brevispiculusMoravec, Kohn & Fernandes, 1993, no reservatório de Itaipu na bacia do rio Paraná (Moravec, 1998) e Spinitectus rodolphiheringiVaz & Pe-
image/svg+xml228Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Ferreira-Cordeiro et al.reira, 1934, no Complexo de Lagos Catalão, em uma re-gião de confuência entre os rios Negro e Solimões (Cor-deiro et al.,2021).Dentro dessa perspectiva, torna-se de grande importân-cia conhecer as espécies de Nematoda que parasitam A. nuchalise suas interações com o hospedeiro e com o am-biente natural.MATERIAL E MÉTODOSÁrea de coleta e captura dos peixesAs coletas foram realizadas com a licença 036/2016 – CEUA/INPA. As expedições foram realizadas no período que compreende a vazante e seca, nos meses de julho, agosto, setembro e outubro de 2016 no complexo de la-gos do Catalão (3º10’04’’S e 59º54’45’’W), uma região de confuência entre os rios Negro e Solimões, no muni-cípio de Iranduba, Amazonas, Brasil (Figura 2). Figura 2. Mapa da região do complexo de lagos Catalão, Iranduba, Amazonas, Brasil.Para as capturas foram utilizadas redes de espera distribuídas de maneira aleatória nos lagos. O tempo de permanência das malhadeiras foi de aproximadamente dez horas, as despescas foram realizadas a cada duas horas. Os peixes foram identifcados em campo e os dados biométricos foram registrados em fchas de necropsia (Moravec, 1998; Morais, 2011).Coleta dos parasitosOs tratos digestivos foram conservados em etanol 70% e levados para o Laboratório de Parasitologia de Peixes (LPP) do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA), Brasil. No laboratório, o trato digestivo dos hospedeirosfoi aberto em placas de Petri para coleta dos nematóides, que foram limpos em solução salina a 0,65% com auxílio de pincel e estiletes, e assim, conservados em etanol 70% (Moravec 1998).Desenho e morfometria dos parasitosOs desenhos e medidas dos indivíduos foram feitos a partir de montagens totais dos exemplares em lâminas temporárias e permanentes, com o uso de câmara clara e ocular micrométrica, acopladas a um microscópio óptico (Olympus BH-2). Os desenhos apresentados neste tra-balho são originais e a morfometria é apresentada em milímetros (mm), sendo expressos os valores mínimos, máximos, e entre parênteses a média e o desvio padrão. Exemplares representativos das espécies encontradas nes-te trabalho foram depositados como material testemunho na Coleção de Invertebrados do INPA, em Manaus.Identifcação das espécies de parasitosPara a identifcação das espécies parasitas, foram preparadas lâminas temporárias: diafanizando os nematóides em ácido fênico a 50%, 60% e 70%, e/ou ácido lático com glicerina entre lâmina e lamínula. E lâminas permanentes: diafanizando os nematóides em etanol 70º GL (para a remoção da glicerina), 80º GL, 90º GL, etanol absoluto 1, etanol absoluto 2, clarifcados em lactofenol de Amann e Creosoto de faia, e montados em bálsamo do Canadá entre lâmina e lamínula (Moravec, 1998). Análise de dadosÍndices parasitáriosA abordagem quantitativa foi feita em nível de infrapo-pulações parasitárias, sendo calculados e analisados os índices parasitários de Prevalência (P), Intensidade (I);
image/svg+xml229First record of Procamallanus(Spirocamallanus)Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Intensidade média (IM) e Abundância média (A) (Mar-golis et al.1982).- Prevalência (P):número de indivíduos de uma espécie particular de hospedeiro parasitado por uma espécie par-ticular de parasita, dividido pelo número de hospedeiros examinados, multiplicado por 100.- Intensidade (I): número de indivíduos de uma espécie particular de parasita em cada hospedeiro parasitado.- Intensidade média (IM): número total de indivíduos de uma espécie particular de parasita em uma amostra de uma espécie hospedeira, dividido pelo número de indi-víduos parasitados da espécie de hospedeiro na amostra.- Abundância (A): número total de indivíduos de uma espécie particular de parasita em uma amostra de hospe-deiros dividido pelo número de indivíduos parasitados e não parasitados da espécie de hospedeiro na amostra.Status comunitário ou grau de importância dos táxonsAs espécies foram categorizadas, dentro das comunida-des parasitárias de acordo com Caswell (1978) e Hanski (1982) citados por Bush & Holmes (1986) em:- Espécies centrais: presentes em mais de dois terços dos hospedeiros (prevalência maior que 66%); - Espécies secundárias:presentes em um a dois terços do hospedeiro (prevalência entre 33 a 66%); - Espécies satélites: em menos de um terço do hospedei-ro (prevalência menor que 33%).RESULTADOSForam capturados 38 exemplares de A. nuchalis. Deste total, 31 estavam parasitados. Foi coletado um total de 70 espécimes parasitas e foram identif cadas duas espécies de Nematoda parasitando o tubo digestivo de A. nucha-lis. Deste total, foram 53 indivíduos de Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus Travassos, Artigas & Pereira, 1928 (Spirurida: Camallanidae) com índice de prevalên-cia de infecção de 52,6% (Figura 3 e 4) e 17 indivíduos em estágio larval de Contracaecum sp. Railliet & Henry, 1912 (Spirurida: Anisakidae) com prevalência de 2,63% (Figura 3).50 µmADECBANEMP = HP/HE X 100P = PrevalênciaHP = Hospedeiros parasitadosHE = Hospedeiros examinadosIM = Σxi / HPIM = Intensidade médiaΣxi= Número total de parasitas de uma espécieHP = Hospedeiros parasitadosA = Σxi / PEA = AbundânciaΣxi = Número total de parasitas de uma espécieHE = Hospedeiros examinados, parasitados e não parasitados.500 µm50 µmABCDECBANEM*****EPRFigura 3. Fotomicrograf as de Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus Travassos, Artigas & Pereira 1958; A– corpo inteiro de indivíduo macho (500 µm); B– (*) larvas no interior do corpo da fêmea (50 µm); C- extremidade posterior do corpo do macho mostrando a espícula (EP) (50 µm); D– extremidade anterior do corpo do parasito, com detalhe para a cápsula bucal (CB); anel nervoso (AN) e esôfago muscular (EM) (50 µm); E– extremidade posterior do corpo da fêmea, mostrando o reto (R) (100 µm).
image/svg+xml230Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Ferreira-Cordeiro et al.BCDDLFigura 4.Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus Travassos, Artigas & Pereira 1958; Ae B- exemplares completos de fêmea (esquerda) e macho (direita); C– extremidade posterior da fêmea: R - reto; D– extremidade posterior do macho: E – espícula;E– extremidade anterior do corpo do parasito: DM – dentes medianos; CB – cápsula bucal; EP – espirais; AB – anel basal; AN – anel nervoso; EM – esôfago muscular; EG – esôfago glandular.ABCDEREEDMECBEPABANEMEG0.5 mm0.1 mm0.2 mmABCD50 µm50 µm50 µmCECCDLCTBCCI50 µmAVEMFigura 5. Fotomicrograf as deContracaecum sp.; A– corpo inteiro; B– extremidade anterior do corpo, mostrando a bainha da cutícula - BC; esôfago muscular - EM; ceco intestinal - CI e apêndice ventricular - AV; C- extremidade poste-rior do corpo, mostrando a cauda cônica - CC e a cutícula estriada - CE; D– detalhe da extremidade anterior do corpo, mostrando a cutícula - CT e o dente larval - DL.
image/svg+xml231First record of Procamallanus(Spirocamallanus)Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023BCDDLNeste trabalho, as espécies foram categorizadas, dentro das comunidades parasitárias em: espécies secundárias: presentes em um a dois terços do hospedeiro (prevalência entre 33 a 66%) e espécies satélites:presentes em menos de um terço do hospedeiro (prevalência menor que 33%), de acordo com Caswell (1978) citado por Hanski (1982) e Bush e Holmes (1986), conforme a Tabela 1. Os espécimes de P. (S.) inopinatusforam coletados no es-tômago e intestino de A. nuchalis(Tabela 1). A diagnose específca foi baseada na morfometria de 10 indivíduos adultos medidos (6 fêmeas e 4 machos), conforme Tabela 2. São nematoides de grande porte, apresentam cutícula lisa e abertura oral circular. Oito papilas cefálicas distri-buídas em dois círculos pequenos e um par de anfídeos circundam a abertura. Tabela 1. Local de infestação, prevalência e “status” comunitário das espécies de Nematoda parasitas de Auchenipterus nuchalis (Spix & Agassiz 1829) do complexo de lagos do Catalão, rio Solimões, Iranduba, Amazonas. Espécie Órgão parasitadoPrevalência (%)“Status” comunitárioProcamallanus (S.) inopinatusEstômago e Intestino52,6SecundáriaContracaecum sp.Estômago2,63SatéliteTabela 2. Morfometria de espécimes (machos e fêmeas) de Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus Travassos, Artigas & Pereira, 1958 parasitosde Auchenipterus nuchalis(Spix & Agassiz, 1829) do Lago Catalão, Amazonas, Brasil.Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatusCaracteres dos parasitos Machos(n = 4)Fêmeas (n = 6)X ± DPMín.Máx.X ± DPMín.Máx.CorpoComprimento3,53 ± 0,652,613,9614,49 ± 4,778,8421,13Largura0,14 ± 0,040,080,170,39 ± 0,110,170,527Esôfago MuscularComprimento total0,19 ± 0,090,10,30,34 ± 0,030,280,37Esôfago GlandularComprimento total0,34 ± 0,090,250,470,85 ± 0,64 0,372,04Cápsula bucal (anel basal)Comprimento total0,07 ± 0,0080,060,080,08 ± 0,0120,070,098Largura0,06 ± 0,010,040,080,09 ± 0,0130,070,119CaudaComprimento total0,25 ± 0,040,210,310,66 ± 0,320,31,02EspículasComprimento total---***X = média; DP = desvio padrão; Min = mínimo; Máx = máximo; (-) = caráter não medido; (*) = parasito não possui o caráter.A cápsula bucal está situada na extremidade anterior, com dois dentes medianos, apresenta coloração laranja e é revestida internamente de uma camada espessa com 14-16 espirais na região anterior da cápsula, sendo ausentes próximo aos dentes. O esôfago está dividido na porção anterior (muscular) e na posterior (glandular). O esôfago muscular é pequeno e dilatado na porção posterior, está ligado ao esôfago glandular que é largo e longo. Asa cau-dal presente nos machos. Espículos usualmente desiguais. Numerosas papilas pré-anais e pós-anais presentes. São seres ovovivíparos. Juntamente, foram encontradas no estômago de A. nu-chalis,larvas de Contracaecum sp., em terceiro estágio (L3) (Tabela 1). A diagnose específca foi baseada na mor-fometria de 10 larvas (Tabela 2). As características mor-fológicas que permitiram identifcar estas larvas como Contracaecum sp.foram: corpo alongado, fno e esbran-quiçado, cutícula espessa e com estrias transversais muito marcadas, dente larval, esôfago, apêndice ventricular e ceco intestinal. DISCUSSÃONeste trabalho é feito o primeiro registro dessas espécies de Nematoda para este hospedeiro. Foram encontrados indivíduos adultos de P. (S.) inopinatusparasitando o estômago e intestino do hospedeiro, e os indivíduos de
image/svg+xml232Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023Ferreira-Cordeiro et al.Contraceacum sp. foram encontrados em estágio larval infectante (L3) parasitando o estômago do hospedeiro. Portanto, A. nuchalisé considerado hospedeiro defnitivo para P. (S.) inopinatuse hospedeiro intermediário acidental para Contracaecumsp.Procamallanus (S.) inopinatusé considerado o nematóide mais comum no Brasil, e já foi citado para 51 espécies de peixes (Moravec, 1998; Eiras et al.,2010), dentre eles: Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) (Fischer et al., 2002; Morais et al., 2009); Brycon amazonicus (Spix & Agassiz, 1829) (= B. cephalus)(Aquino-Pereira, 2010); Serrasalmus rhombeus Linnaeus, 1766 (Lima, 2010); Pygocentrus nattereri Kner, 1858(Vital et al., 2011; Morais, 2011); Cichla monoculus Agassiz, 1931 (Santana, 2013) eAcestrorhynchus falcirostris Cuvier 1819 (Dumbo, 2014) na Amazônia Central. Para a Amazônia Oriental foi citado para Metynnis lippincottianus Cope, 1870, Hemibrycon surinamensis Géry, 1962, Acestrorhynchus falcatus Cuvier 1819e Acestrorhynchus falcirostris Cuvier 1819 no estado do Amapá (Hoshino, 2013). É comum, encontrarmos peixes de água doce sendo parasitados por P. (S.) inopinatus em toda América do Sul, pois esta espécie apresenta baixa especifcidade para-sitária. Quando liberadas no meio aquático, as larvas de P. (S.) inopinatus alcançam o fundo dos rios e lagos onde são ingeridas por copépodes, que atuam como hospedei-ros intermediários. Quando o peixe ingere o copépode parasitado adquire o parasito (Fusco, 1980). As espécies da família Anisakidae, que incluem as larvas do gênero Contraceacum, apresentam baixa especifcidade parasitária e foram citadas parasitando o intestino de Acestrorhynchus falcirostris Cuvier, 1819 (Dumbo, 2014) e Anodus elongatus Agassiz, 1829(Chicre, 2018) de lagos de várzea do rio Solimões, no estado do Amazonas. Em Triportheus angulatusCope,1872 do rio do Peixe do estado de São Paulo (Abdallah et al. 2012). Em Triportheus angulatusCope, 1872 (Oliveira et al., 2016) e Metynnis lippincottianus Cope, 1870do igarapé Fortaleza do estado do Amapá (Hoshino, 2013). Em Pygocentrus nattereri Kner, 1858 e Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1837 do rio Cuiabá, do estado do Mato Grosso (Barros et al.,2006). Espécimes do gênero Contracaecum também foram encontradas em Hoplias malabaricusBloch, 1794, Plagioscion squamosissimus Heckel, 1840 e Hoplerythrimus unitaeniatus Agassiz, 1829(Moravec et al.,1993; Martins et al., 2005; Pereira, 2010).Em Acestrorhynchus britskiiMenezes, 1969 e A. lacustris Lütken, 1875em Minas Gerais(Costa, 2011). Em Piaractus mesopotamicusHolmberg, 1887 em São Paulo (Franceschini, 2012). Em Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006(Lacerda et al.,2013) e em Iranocichla hormuzensis Coad, 1982 (Ansary et al.,2010).Devido ao conhecimento insufciente da morfologia das larvas de Contracaecum spp. parasitas de peixes, não é possível elaborar uma chave confável para a correta iden-tifcação. Além disso, como a determinação da espécie geralmente é feita baseada na morfologia de indivíduos adultos, é praticamente impossível atribuir com certeza o nível taxonômico de espécie a estas larvas (Moravec, 1998). Dessa forma, utilizamos das mesmas característi-cas específcas usadas por Pardo et al.(2009) na identif-cação desta espécie. Estes parasitos utilizam-se de mecanismos de “escape” ao sistema de defesa do hospedeiro como, formação de cistos por exemplo. As larvas de terceiro estágio L3 (forma infectante) localizam-se nas serosas viscerais dos peixes, mas podem migrar para a musculatura, onde fcam encistadas, constituindo assim um potencial risco para humanos, se a carne do peixe for ingerida crua ou malcozida (Moravec, 1998; Tavares & Alejos, 2006; Tatcher, 2006). Diversos estudos mostraram a ocorrência simultânea de P. (S.) inopinatus eContracaecum sp. (Barros et al.,2010; Abdallahet al.,2012; Hoshino, 2013; Dumbo, 2014). Provavelmente deve existir algum tipo de relação interespecífca entre essas duas espécies parasitas, ou ainda similaridades entre seus hospedeiros intermediários (Dumbo, 2014).O índice de prevalência de infecção do parasito Contracaecumsp. encontrado neste trabalho, corrobora com os resultados para T. angulatus,do igarapé Fortaleza, do estado do Amapá, que foi de apenas 3,3% e também atribuída como acidental (Oliveira et al.,2016), já que no mesmo estado, no rio Preto,A. ocellatusapresentou prevalência bem mais alta, cerca de 38,5% (Bittencourt et al.,2014). O valor de importância das espécies parasitas de A. nuchalisfoi defnido da seguinte maneira: P. (S.) inopinatuscomoespécie secundária eContraceacum sp. como espécie satélite. A ausência de espécies centrais (prevalência maior que 66%), e a baixa ocorrência tanto de espécies secundárias quanto de espécies satélites indicam que a infracomunidade parasitária analisada é instável e está longe do equilíbrio. Resultados semelhantes foram descritos para T. angulatuscoletados também no lago Catalão, Amazonas (Moreira et al., 2017).
image/svg+xml233First record of Procamallanus(Spirocamallanus)Neotropical Helminthology (Lima). Vol. 17, Nº2, jul - dic 2023No geral, os nematoides são ótimos modelos para interpretar as condições ambientais de seus habitats naturais, pois apresentam alta diversidade e densidade, além de respostas rápidas às perturbações ambientais (Bongers, 1999). Em uma comunidade parasitária, a alta riqueza de espécies de nematóides pode ser indicador de que esse ambiente ainda está bem preservado e têm sofrido pouca ação antrópica (Abdallah et al., 2012).Os dados demonstram que a relação interespecífca entre A. nuchalise as duas espécies de Nematoda: Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus e Contracaecumsp. está aparentemente equilibrada, indicando que estas espécies estão bem adaptadas a coexistência. Entretanto, estudos futuros e continuados são necessários e importantes para fornecer maiores informações sobre esta relação, e sobre a relação destes indivíduos com o meio em que vivem.Author contributions: CRediT (Contributor Roles Taxonomy)JYFC = Jéssica Yelle Ferreira-Cordeiro AKSJ= Amanda Karen Souza-Jtineant JCOM= José Celso de Oliveira-Malta LHRD= Lúcia Helena Rapp-Py-DanielConceptualization: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDData curation: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDFormal Analysis: JCOM, LHRDFunding acquisition: JCOM, LHRDInvestigation: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDMethodology: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDProject administration: JCOM, LHRDResources: JCOM, LHRDSoftware: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDSupervision: JCOM, LHRDValidation: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDVisualization: JYFC, AKSJ, JCOM, LHRDWriting – original draft: JYFCWriting – review & editing: AKSJ, JCOM, LHRDREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAbdallah, V.D., Azevedo, R.K., Carvalho, E.D., & Silva, R.J. (2012). New hosts and distribution records for Nematode parasites of freshwater fshes from São Paulo State, Brazil. Neotropical Helminthology, 6, 43-57.Ansary, T.H., Moghaddar, N., & Esmaeili, H.R. (2010). Iranocichla hormuzensis(Coad, 1982), a new paratenic host ofContracaecum sp. andPhocanema sp. (Nematoda: Anisakidae). Comparative Clinical Pathology, 19, 335-337.Aquino-Pereira, S.L. (2010). Composição e estrutura das infracomunidades parasitárias de Brycon amazonicus (Spix & Agassiz, 1829) explotada nos rios Juruá e Purus, tributários do rio Solimões e desembarcada em Manaus no Estado do Amazonas, Brasil. (Tese de Doutorado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. 71p).Barros, L.A., Moraes Filho, J., & de Oliveira, R.L. (2006). Nematóides com poten-cial zoonótico em peixes com importância econômica provenientes do rio Cuiabá. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 13, 55-57.Bittencourt, L.S., Pinheiro, D.A., Cárdenas, M.Q., Fernandes, B.M.M., & Tavares-Dias, M. (2014). Parasites of native Cichlidae populations and invasive Oreochromis niloticusin tributary of Amazonas River (Brazil). Brazilian Jour-nal of Veterinaty Parasitology, 23, 1-11.Bush, A.O., & Holmes, J.C. (1986). Intestinal helminthes of lesser scaup ducks: an interactive community. Canadian Journal of Zoology, 64, 142-154.Bongers, T. (1999). Te maturity index, the evolution of nematode life history traits, adaptive radiation and cp-scaling. Pant and Soil, 212,12-22.Brooks, D.R.A., & Hoberg, E.P. (2000). Triage for the biosphere: Te need and rationale for taxonomic inventories and phylogenetic studies of parasites. Comparative Parasitology, 67, 1-25.Cordeiro, J.Y.F., Jtinenat, A.K., Malta, J.C.O., & Py-Daniel, L.H.R. (2021). Primer registro de Spinitectus Rodolphihe-ringiVaz & Pereira, 1934 (Spirurida: Cystidicolidae) en Auchenipterus nuchalis(spix & agassiz, 1829) (Silurifor-mes: Auchenipteridae) de los lagos de la llanura aluvial del Amazonas. Neotropical Helminthology, 15, 161-168.
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