image/svg+xmlEste artículo es publicado por la revista Neotropical Helminthology de la Facultad de Ciencias Naturales y Matemática, Universidad Nacional Federico Villarreal, Lima, Perú auspiciado por la Asociación Peruana de Helmintología e Invertebrados Afines (APHIA). Este es un artículo de acceso abierto, distribuido bajo los términos de la licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0) [https:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es] que permite el uso, distribución y reproducción en cualquier medio, siempre que la obra original sea debidamente citada de su fuente original.ISSN Versión impresa 2218-6425ISSN Versión Electrónica 1995-1043Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic:147-160.ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL1Laboratório de ecologia aquática, Universidade Federal do Acre (UFAC),Cruzeiro do Sul, Campus Floresta, Acre, Brasil. *Corresponding author: lurubita@gmail.comLilian Estefani Lima Araujo: https://orcid.org/0000-0001-6390-3782Ademar Guimaraes de Souza Neto: https://orcid.org/0000-0002-9337-2000Josivan Conceição da Silva: https://orcid.org/0000-0001-9769-8254Lucena Rocha Virgilio:https://orcid.org/0000-0001-7962-135X11Lilian Estefani Lima Araujo; Ademar Guimaraes de Souza Neto; 1Josivan Conceição da Silva¹ & Lucena Rocha VirgilioABSTRACTLarvae of the genus Contracaecumcan be found in several species of fish. This study aims to analyze the prevalence, incidence and average abundance of Contracaecumsp. in fish, and to relate host species richness to parasite abundance. A total of 2888 specimens of host fish were collected, and only 217 specimens showed Contracaecumsp. infections. A total of 64 species of fish were collected, in which the greatest richness of hosts was evidenced during the dry season. During the dry season, the highest prevalence values ​​of Contracaecumsp. were found in Erythrinus erythrinus(P=43.18%) and Acestrorhynchussp. (P=17.39%). The values ​​of high abundance (AM= 0.73) and average intensity (IM= 9.77) were evidenced in Sorubim lima. During this period, the relationship between host richness and occurrence of Contracaecumsp. was also significant. In conclusion, the study showed the occurrence and prevalence of Contracaecumsp. in a great richness of host fishes, mainly species of great commercial importance. The decrease of the river level during the dry season increases the richness of infected hosts.Neotropical Helminthology147DOI: http://dx.doi.org/10.24039/rnh20221621432DISTRIBUTION AND OCCURRENCE OF CONTRACAECUMSP. IN WESTERN AMAZON FISHESDISTRIBUCIÓN Y PRESENCIA DE CONTRACAECUMSP. EN LOS PECES DE LA AMAZONÍA OCCIDENTALDISTRIBUIÇÃO E OCORRÊNCIA DE CONTRACAECUMSP. EM PEIXES DA AMAZÔNIA OCIDENTALDKeywords: Drought – Fishes – Nematodes – Parasitology – Zoonotic potentialDDart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xmlLima Araujo et al.Larvas del género Contracaecumse pueden encontrar en varias especies de peces. Este estudio tuvo como objetivo analizar la prevalencia, incidencia y abundancia promedio de Contracaecumsp. en peces, y relacionar la riqueza de especies hospederas con la abundancia de parásitos. Se recolectaron un total de 2888 ejemplares de peces hospederos, y solo 217 ejemplares presentaron infección com Contracaecumsp.. Se recolectaron un total de 64 especies de peces, en las que se evidenció la mayor riqueza de hospederos durante la época seca. Durante la estación seca, los valores mas altos de prevalencia de Contracaecumsp. se encontraron en las especies de Erythrinus erythrinus(P=43,18%) y Acestrorhynchussp. (P=17.39%), y en Sorubim limase evidenciaron altos valores de abundancia (AM= 0.73) e intensidad media (IM= 9.77). Durante este período, la relación entre la riqueza de hospederos y la ocurrencia de Contracaecumsp. también fue significativa. En conclusión, el estudio mostró la ocurrencia y prevalencia de Contracaecumsp. en una gran riqueza de peces hospederos, principalmente especies de gran importancia comercial. Además de demostrar que la disminución del nivel del río durante la época seca aumenta la riqueza de hospederos infectados.148Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicRESUMENPalabras clave: Nematodos – Peces – Parasitología – Potencial zoonótico – SequíaO parasitismo é uma relação na qual o hospedeiro favorece o parasito com alimento e este se mantém vivo por meio da manutenção do padrão metabólico do seu hospedeiro (Odum, 2010). Apesar do parasitismo nem sempre esta INTRODUÇÃOrelacionado a doença, existem casos em que essa relação acaba causando danos metabólicos ao hospedeiro, provocados pela densidade e a ocorrência de determinadas espécies de parasitos (Neves, 2003). As infecções parasitárias relacionam-se com o ambiente, demografia, hábitos, variações Os peixes são os vertebrados que apresentam a maior quantidade e diversidade de espécies parasitas. No caso das larvas do gênero Contracaecum, podem ser encontradas em diversas espécies de peixes. Tendo em vista a importância de estudos sobre esse parasito, este trabalho teve como objetivo analisar a prevalência, incidência e abundância média de Contracaecumsp. em peixes, e relacionar a riqueza de espécies de hospedeiros à abundância de parasito. Foram coletados 2888 espécimes de peixes hospedeiros, sendo que somente 217 espécimes apresentaram Contracaecum sp.. Foram coletadas 64 espécies de peixes no total, no qual durante a estiagem foi evidenciada a maior riqueza de hospedeiros. Durante a estiagem, os maiores valores de prevalência de Contracaecum sp. foram encontrados nas espécies de Erythrinus erythrinus(P=43,18%) e Acestrorhynchussp. (P=17,39%), e os maiores valores de abundância (AM= 0,73) e intensidade média (IM= 9,77) foram evidenciados em Sorubimlima. Nesse período, a relação entre riqueza de hospedeiro e ocorrência de Contracaecum sp. também foi significativa. Em conclusão, o estudo evidenciou ocorrência e prevalência de Contracaecumsp. em uma grande riqueza de peixes hospedeiros, principalmente espécies de grande importância comercial. Além de demostrar que a diminuição do nível do rio durante a estiagem aumenta a riqueza de hospedeiros infectados. RESUMOPalavras-chaves:Estiagem – Nematoides – Parasitologia – Peixes – Potencial zoonóticoart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml149ambientais e geralmente são ocasionados pela ação antrópica (Stuart & Strier, 1995). Sendo que a temperatura e precipitação são algumas condições climatológicas que influenciam na diversidade dos parasitos e na composição de algumas comunidades hospedeiras (Vital et al., 2011; Neves et al., 2013).Na região amazônica, por exemplo, durante o período de estiagem, as condições extremas do ambiente acarretam desequilíbrios nutricionais aos peixes, que influencia na disponibilidade de alimentos e conduza uma dieta para hospedeiros intermediários, fatores que propiciam um aumento na infestação de endoparasitos (Madanire-Moyo et al., 2011). Ainda que a maioria desses parasitos não seja patogênica para o homem, algumas espécies podem acarretar em graves doenças em virtude do consumo de peixes parasitados.Na região Amazônica, larvas de nematoides da família Anisakidae apresentam gêneros que se destacam por causarem zoonoses parasitárias, como o ContracaecumRailliet & Henry, 1912 (De Souza et al., 2016), por ser um gênero com ampla distribuição geográfica e ocorrência em espécies de peixes amazônicos, como organismos de sistema de cultivo e ecossistemas naturais de água doce (Pinheiro et al., 2019). O gênero Contracaecumpode causar lesões ao pró-ventrículo dos seus hospedeiros definitivos (Kuiken et al., 1999), como por exemplo as aves piscívoras (Torres et al., 2000). Ainda em seu ciclo de vida, os peixes podem agir como hospedeiros intermediários ou paratênicos, sendo relatada a infestação em inúmeras espécies, demonstrando uma ausência de especificidade quanto ao seu hospedeiro intermediário (Kohn & Fernandes, 1987; Moravec, 1998).Em seus hospedeiros, é possível que as larvas ocorram livremente ou até mesmo encapsulada na cavidade abdominal, ou aderidas ao fígado dos peixes (Moravec, 1998). Na fase inicial deste helminto, os ovos começam a se desenvolver no período de uma a duas semanas para o primeiro estágio larval (L), ainda dentro do ovo, entre cinco 1a sete dias ocorre o crescimento e o desenvolvimento do segundo estágio larval (L), no 2qual o 1º hospedeiro intermediário, pode ser um molusco que ingere a larva no segundo estágio (L) 2do nematoide (Moravec, 1998).O peixe é o segundo hospedeiro intermediário, no qual helmintos atravessam o intestino e ocupam diversos órgãos e continuam o seu desenvolvimento até atingir a terceira fase larval (L). Encapsulados, os parasitos alcançam o seu 3hospedeiro definitivo que podem ser aves piscívoras, mamíferos aquáticos ou até mesmo o ser humano (Koie & Fagerholm, 1995). Porém, caso um ser humano consuma essa larva L3 encapsulada, pode apresentar sintomas como dores gastrointestinal, diarreia, náuseas, vômitos, congestão nasal, tosse com produção de excreção amarelada, dores musculares e febre (Ubeira et al., 2000).Como as manifestações clínicas das parasitoses causadas por este parasito não são especificas, o diagnóstico efetivo é dificultado. Quanto ao tratamento, ainda não foi desenvolvido um tratamento efetivo para essa doença, possivelmente devido à escassez de casos registrados (Okumura et al., 1999; Eiras et al., 2016).Até o presente momento, Contracaecumsp. foi registrado na Amazônia brasileira parasitando 34 espécies de peixes (Tabela 1). Segundo os registros, o maior número de hospedeiros foi registrado em estudos na Amazônia Oriental, no qual Hoplias malabaricusBloch, 1794 foi a espécie com maior número de ocorrência desse endoparasito, os estudos também demonstraram Contracaecumsp. em espécies de peixes com potencial comercial, como Brycon amazonicusGunther, 1869, Leporinus friderici Bloch, 179, Mylossoma duriventre Cuvier, 1817, Osteoglossum bicirrhosumVandelli, 1829, Oxydoras niger (Valenciennes, 1821), Pellona castelnaeana (Valenciennes, 1847),Piaractus brachypomusCuvier, 1818ePlagioscion squamosissimus Heckel, 1840(Tabela 1). Tendo em vista a importância de estudos sobre esse parasito, o presente trabalho objetivou analisar a prevalência, incidência e abundância média de Contracaecumsp. em peixes, assim como relacionar a riqueza de espécies de hospedeiros a abundância de parasitos e realizar um levantamento das espécies de peixes parasitadas por esse gênero na Amazônia.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicDistribution and occurrence of Contracaecumart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml150Tabela 1.Espécies de hospedeiros parasitados por Contracaecumsp. na região da Amazônia Brasileira.Espécies de peixesLocal de ocorrênciaReferênciasAcestrorhynchus falcatusBloch, 1794APHoshinoetal. (2016); Oliveira et al.(2020)Acestrorhynchus falcirostrisCuvier, 1819APHoshinoetal. (2016)Acestrorhynchus lacustrisLütken, 1875AMEirasetal. (2016)Ageneiosus ucayalensisCastelnau, 1855APFerreira & Tavares-Dias (2017)Astronotus ocellatus Agassiz, 1831PA; APTavares-Dias et al. (2014); Pinheiro et al. (2019)Brachyplatystoma filamentosumLichtenstein, 1819PARodriguesetal. (2015)Brachyplatystoma rousseauxiiCastelnau, 1855PARodriguesetal. (2015)Brycon amazonicusSpix & Agassiz, 1829AMRibeiroetal. (2016)Brycon melanopterusCope, 1872AMRibeiroetal. (2016)Cichla monoculusAgassiz, 1831APOliveira et al. (2020)Geophagus camopiensisPellegrin, 1903APNeves et al. (2021)Hemibrycon surinamensis Géry, 1962APHoshinoetal. (2014); Hoshino& Tavares-Dias (2019)Hemiodus unimaculatusBloch, 1794APAlmeida et al. (2021)Hoplerythrinus unitaeniatusSpix & Agassiz, 1829PA, APAlcântara & Tavares-Dias (2015)Eirasetal., (2016); Oliveira et al. (2020)Hoplias malabaricus Bloch, 1794AP; PA; ACBenignoetal. (2012); Alcântara & Tavares-Dias (2015); Oliveira et al.(2020); Corrêa et al. (2021); Silva et al. (2022)Leporinus friderici Bloch, 1794APOliveiraetal. (2017); Oliveira et al.(2018); Neves et al. (2021)Metynnis hypsauchenMüller & Troschel, 1844APOliveiraetal. (2016)Metynnis lippincottianusCope, 1870APHoshino & Tavares-Dias (2014); Carvalho et al. (2020)Moenkhausia lepiduraKner, 1858APNeves et al. (2021)Lima Araujo et al.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml151MATERIAIS E MÉTODOSÁrea de estudoO estudo foi realizado na região do Alto Juruá na Amazônia Ocidental em torno dos municípios de Cruzeiro do Sul – Acre e Guajará – AM, Brasil, (07° 37' 52'' S; 72° 40' 12'' W). Foram selecionadas seis sub-bacias nessa região, sendo: Rio Juruá (7°40'34.1”S 72°39'39.5”W), Rio Crôa (7°71'48.30”S 72°53'34.98”W), Rio Môa (7°37'18”S 72°47'47”W), Rio Paranã (7°17'13”S 72°36'49”W), Rio Gama (7°37'13”S 72°16'49”W), e Rio Santa Rosa ( 7°39'43.6”S 72°48'44.4”W) (Figura 1).Coleta de dadosForam realizadas coletas passivas de peixes utilizando-se 12 redes de espera com 80 m de comprimento e 3,0 m de altura, distribuídas em malhas 1,5 cm, 2,5 cm, 3,5 cm, 5,5 cm entre nós opostos, em áreas de rios, lagos e riachos. As redes foram instaladas no início da tarde, permanecendo expostas durante 24 h. As despescas foram realizadas a cada 4 horas, na qual foram obtidas amostras para os períodos da manhã, tarde e noite. As coletas ativas foram realizadas com uma rede de arrasto de 25 m de comprimento e 2,5 m de altura, onde foram passadas nas margens de lagos, rios e riachos. Uma tarrafa com 12 m de comprimento e 1,8 m de altura também foi utilizada para as amostragens nos ambientes durante 24 h; a cada 4 h foram realizados seis lances na margem, seis na correnteza e seis em áreas de remanso ((zona de água que no rio, penetra em recorte curvo da margem e forma uma espécie de pequena enseada tranquila). Os peixes capturados foram identificados, medidos, pesados e necropsiados, alguns indivíduos, após a biometria, foram fixados em formalina a 10% e levados para o laboratório, onde foram depositados no Núcleo de Ictiologia do Vale do Juruá – NIVAJ, na Universidade Federal do Acre (UFAC).Mylossoma duriventre Cuvier, 1818APOliveira et al. (2018)Osteoglossum bicirrhosum Cuvier, 1829APTavares-Dias et al. (2014)Oxydoras nigerValenciennes, 1821PA; APRodriguesetal. (2015)Pellona castelnaeanaValenciennes, 1847ACVirgilio et al. (2021)Piaractus brachypomusCuvier, 1818APOliveira & Tavares-Dias (2016)PimelodusornatusKner, 1857APLima et al. (2021)PlagioscionauratusCastelnau, 1855APNeves et al. (2021)Plagioscion squamosissimusHeckel, 1840PAEirasetal. (2016)Pygocentrus nattereriKner, 1858PA; APBenignoetal. (2012); Oliveira et al.(2020)Serrasalmus rhombeusLinnaeus, 1766APOliveira et al. (2020)Serrasalmus spilopleuraKner, 1858APOliveira et al. (2020)Trachelyopterus coriaceusValenciennes, 1840APPantojaetal. (2016)Trachelyopterus galeatusLinnaeus, 1766APPantojaetal. (2016)Triportheus angulatusSpix & Agassiz, 1829APOliveiraetal. (2016; 2020); Borges et al. (2021)Triportheus auritusValenciennes, 1850APBorges et al. (2021)Espécies de peixesLocal de ocorrênciaReferênciasNeotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicDistribution and occurrence of ContracaecumAP=Amapá. AC=Acre; PA=Pará; AM=Amazonas.art. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xmlcalculado para o valor r, como o objetivo de medir a significância. A análise de correlação foi realizada com uso do software R 3.6.1 (The R Foundation for Statistical Computing).Aspectos éticos: Os peixes foram capturados (licença de coleta SISBIO 59642-2/2019) em março de 2019 a abril de 2021.Foram coletados no total 2888 espécimes de peixes em dois períodos sazonais, pertencentes a 64 espécies (Figura 2), no qual a maior riqueza de espécies foi verificada durante o período de estiagem (Figura 2). Durante a estiagem foram coletados 2053 espécimes pertencentes a 58 espécies nos ambientes de rio, sendo que 174 desses indivíduos apresentaram Contracaecumsp. (Figura 2). No qual, os maiores valores de prevalência foram encontrados nas espécies de Erythrinus erythrinus152RESULTADOSColeta e Análises dos parasitosPara coleta dos Contracaecum sp., foi realizada uma incisão longitudinal, com o objetivo de expor todo conteúdo da cavidade visceral. Os órgãos internos foram retirados cuidadosamente e separados individualmente em placas de Petri contendo solução salina fisiológica a 0,65%. Os parasitos foram colocados em placas de Petri e lavados com solução salina fisiológica a 0,85% e observados no microscópio estereoscópico. Os nematodas encontrados foram fixados em álcool 70% a 65ºC, após 72 horas, os Contracaecumsp. foram clarificados e montados em lâminas semipermanentes em Fenol e após serem estudados foram guardados em recipientes contendo álcool 70%. A identificação dos helmintos foi realizada segundo Moravec (1998). Análises de dadosÍndices parasitários (Bush et al., 1997) foram feitos em cada hospedeiro coletado em diferentes ambientes amostrais. O coeficiente de correlação ​​de Pearson (r) foi calculado para medir a relação entre a riqueza de hospedeiros e abundância de parasitos, o valor p foi Figura 1.Áreas de amostragem de Contracaecum sp. de peixes no Vale do Juruá, Amazônia Ocidental.Lima Araujo et al.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xmlFigura 3.Média e desvio padrão A- Número de Contracaecumsp. entre os períodos de inundação e estiagem.153(P=43,18%) e Acestrorhynchus sp. (P=17,39%). E os valores de abundância (AM= 0,73) e intensidade média (IM= 9,77) foram evidenciados em Sorubim lima(Tabela 2).Figura 2.Contracaecumsp. encontrado no intestino de Hoplias malabaricus, A; B; D- Parte anterior do parasito. C – Região posterior do parasito.Já durante o período de inundação foram amostrados 835 espécimes de peixes pertencentes a 21 espécies, 43 destes espécimes estavam parasitados por Contracaecumsp. (Figura 3). A maior prevalência de Contracaucumsp. nesse período foi observada em Plagioscion squamosissimus(P=14,2%) e Acestrorhynchussp. (P%=14,0), no qual P. squamosissimusapresentou maior abundância (AM=4,2±0,71) e intensidade média (IM=50) (Tabela 2).Não houve correlação entre a riqueza de hospedeiros e a abundância de Contracaecumsp. nos ambientes de rios durante a inundação (r=-0,18; p=0,91). Porém essa correlação foi evidenciada no período de estiagem, onde a abundância de parasito aumentou com a riqueza de espécies de hospedeiros nos ambientes de rio (r=0,51; p=0,04). Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicDistribution and occurrence of Contracaecumart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml154Tabela 2.Índices parasitológicos de Contracaecumsp., em peixes hospedeiros da Amazônia Ocidental nos períodos de inundação e estiagem. TPE: total de peixes examinados; TPP: Total de peixes parasitados; P= Prevalência; IM= Incidência média; AM: Abundância média; TNP: Total do número de parasito.CtenoluciidaeBoulengerellamaculataValenciennes,18502328,701±0,020,09±0,012------EstiagemInundaçãoEspéciesTPETPPP %IMAMTNPTPETPPP %IMAMTNPChacariformesAcestrorhynchidaeAcestrorhynchus falcatusBloch, 179462711,21,7±0,40,1±0,212------Acestrorhynchus falcirostrisCuvier, 18192214,5510,0512314,3510,041Acestrorhynchus heterolepis Cope, 18783313,0310,03±0,31------Acestrorhynchus sp. Eigenmann & Kennedy, 19031152017,31,9±0,50,34±0,23964914,02,5±0,10,36±0,123AnastomidaeSchizodon fasciatusSpix & Agassiz, 18292314,3510,0411317,620,152CharacidaeBrachychalcinus copeiSteindachner, 18824224,762±0,30,10±0,24------BryconopscaudomaculatusGünther,18643425,881±0,20,06±0,012------Ctenobrycon sp. ------1218,331,00,11Charax pauciradiatusGünter, 18642214,5510,0512015,003,00,23Roeboides myersiiGill, 18703313,0310,031------RoeboidesaffinisGünther,18682314,3510,041------Tetragonopterus argenteusCuvier, 18162114,7630,143------TetragonopteruschalceusSpix&gassiz,18293213,1320,062------CurimatidaeCurimatella meyeri Steindachner, 1882------30310,01,0±0,1±3Steindachnerina bimaculataSteindachner, 18763113,2310,031------CynodontidaeCynodon gibbusAgassiz, 18291218,3310,0812229,091,5±0,020,1±0,0023Rhaphiodon vulpinusSpix & Agassiz, 18292214,5510,0511516,671,00,11ErythrinidaeErythrinus erythrinusBloch & Schneider, 1801441943,11,5±0,010,68±0,0230------Hoplerythrinus unitaeniatusSpix & Agassiz, 182966812,11,7±0,020,21±0,01145235,778,0±0,010,5±0,0224Hoplias malabaricusBloch, 1794116119,482±0,19±0,02223026,671,0±0,010,1±0,022HemiodontidaeAnodus elongatusAgassiz, 18292314,3510,041------Hemiodus unimaculatus Bloch, 1794------1815,561,00,11SerrasalmidaeMyloplus arnoldiAhl, 19362214,5510,051------Myloplus rubripinnis Muller & Troschel, 18443326,061,5±0,10,09±0,013------Serrasalmus spilopleuraKner, 18583213,1320,062------Lima Araujo et al.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml155CICHLIFORMESCichlidaeBiotodoma cupidoHeckel, 184032412,52±0,010,25±0,028------Caquetaia spectabilisSteindachner, 18752214,5510,051------Cichla pleiozonaKullander& Ferreira, 20062314,3520,092------Crenicichla cinctaRegan, 190512216,61±0,020,17±0,012------Crenicichla semicinctaSteindachner, 18924336,983,6±0,060,26±0,0111------Laetacara sp.66913,61,4±0,020,20±0,0113------Mesonauta festivusHeckel, 18403313,0320,062------SciaenidaePlagioscion squamosissimusHeckel, 18404324,651,5±0,20,07±0,01335514,210,8±2,01,5±0,254GymnotiformesGymnotidaeElectrophorus voltai Linnaeus, 17661317,691,00,11Gymnotus chaviroMaxime & Albert, 200952815,32,1±1,00,33±0,2171317,694,0±0,30,3±0,014Gymnotus curupiraThorsen & Albert, 20056058,330,4±0,20,03±0,012------ApteronotidaeMagosternarchusraptorLundberg,19964336,981,6±0,20,12±0,152727,4114,0±2,21,0±0,0228Pariosternarchus amazonensisAlbert & Crampton, 20063239,381±0,20,09±0,23------SILURIFORMESAuchenipteridaeAuchenipterussp. Valenciennes, 18362214,5510,051------Trachelyopterussp. Valenciennes, 18403313,0320,062------CallichthyidaeBrochis multiradiatusOrcés V., 19603213,1310,031------CallichthyscallichthysLinnaeus,17582229,091±0,20,092------DoradidaeAgamyxis cf. albomaculatusPeters, 18772328,701±0,30,09±0,022------Amblydoras affinisKner, 18553326,062,5±0,20,15±0,152214,552,00,12Anadoras cf. weddelliiCastelnau, 18553313,0370,217------MegalodorasuranoscopusEigenmann&Eigenmann,18881218,3320,172------Nemadoras cristinaeSabaj Pérez, Arce H., Sousa & Birindelli, 20141218,3310,081Ossancora asterophysaBirindelli & Sabaj Pérez, 201112216,61±0,20,17±0,02218931,591,3±0,20,0±0,024Platydoras costatusLinnaeus, 17583226,251±0,10,06±0,0122613,850,13Trachydoras brevis Kner, 18532314,3540,174------LoricariidaeHypostomus pyrineusiMiranda Ribeiro, 19203313,0310,031------Pseudorinelepis genibarbisValenciennes, 18402214,5510,051------Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicDistribution and occurrence of ContracaecumTabela 2art. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml156DISCUSSÃOAs pesquisas a respeito de parasitos em peixes na Amazônia brasileira relataram ampla ocorrência e distribuição da larva deContracaecumsp. e ainda evidenciaram uma baixa especificidade desse organismo para colonizar seus hospedeiros, ocorrendo em inúmeras espécies de peixes (Lima et al., 2022), como observado no presente estudo.A Amazônia Oriental foi a região que registrou maior ocorrência das larvas de Contracaecumsp., porém o presente estudo evidenciou o dobro de hospedeiros parasitados por esse organismo, além de indicar a ocorrência de espécies não relatadas na região Oriental. O maior esforço amostral no presente estudo em relação a coleta de hospedeiros pode ter aumentado o número de relatos de ocorrência de Contracaecum. Segundo Poulin (2020), o maior esforço de coleta em regiões com elevada diversidade de hospedeiros pode fornecer informações de ocorrência de parasitos ainda não relatados pela literatura. Nesse sentido, o relato de novos hospedeiros de parasitos com potencial zoonótico, principalmente de espécies de peixes comerciais é de extrema importância para entender como esse organismo está distribuído e assim alertar os órgãos responsáveis a respeito dos cuidados básicos ao preparar alimentos à base de peixe.Espécies com potencial comercial avaliadas na região de estudo, por exemplo Mylossoma duriventre, Pellona castelnaeana, Piaractus brachypomus ePlagioscion squamosissimus, apresentaram Contracaecumsp.. A prevalência desse parasito em peixes pode apresentar perigo a saúde pública, ainda mais na região Amazônica que a população consome carne de peixe crua ou mal cozida no preparo do “ceviche” o que pode aumentar as probabilidades de adquirir uma infecção zoonótica acidental (Morey et al., 2022). Embora ainda não haja relatos na região, de infecção por Contracaecumsp. no homem, há o risco de contaminação por esse parasito caso a carne dos peixes seja consumida crua (Okumura et al., 1999; Barros et al., 2006).À vista disso, salienta-se que a ausência de relatos de zoonoses transmitidas por peixe na Amazônia brasileira, está relacionado à falta de diagnóstico adequado e estudos mais aprofundados sobre parasitos zoonóticos de peixe e não à ausência destas doenças no país (Barros et al., 2006; Pavanelli et al., 2015), com isso, ressalta-se a necessidade de melhorias nos sistemas de informações sobre essas doenças parasitárias, afim de evitar que essas patologias permaneçam sendo negligenciadas (Corrêa & Pinheiro, 2017).Durante a estiagem a captura dos hospedeiros foi maior, o que pode ter influenciado a maior PimelodidaeCalophysus macropterusLichtenstein, 18192428,331±0,50,08±2------Cheirocerussp. 2328,701,5±0,20,13±3------Hemisorubim sp. 1317,691,00,11LeiariusmarmoratusGill, 18701218,331,00,11Pimelodina flavipinnisSteindachner, 18763339,091±0,20,09±0,023------Pimelodus blochiiValenciennes, 18407456,761±0,30,07±0,015------Pseudanos trimaculatusnKner, 18581218,3310,081------Pseudoplatystoma punctiferCastelnau, 18552214,5570,3272214,554,00,24PseudoplatystomareticulatumEigenmann,18892114,7610,051------Sorubim limaBloch & Schneider, 180112097,5078±2,30,73±0,388------SYNBRANCHIFORMESSynbranchidaeSynbranchus caripunasBloch, 17953326,061±0,20,06±0,022------Lima Araujo et al.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicTabela 2art. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml157prevalência e ocorrência de Contracaecumsp. nos peixes. Segundo Lizama et al. (2006), as temperaturas mais altas facilitam rápidas infestações, pois as condições ambientais tornam-se favoráveis a proliferação de patógenos. Segundo Yamamoto et al. (2004), a alteração das estações seca e chuvosa e a decorrente variação no nível da água do rio, conseguem influenciar os recursos alimentares dos peixes e indiretamente interferir no número de parasitos, em consequência da predação variável em seus hospedeiros intermediários.No presente estudo, as espécies de peixes E. erythrinus, Acestrorhynchus sp. e S. limaapresentaram elevadas taxas de prevalência de Contracaecumsp., pode-se sugerir que o aumento desse endoparasito nesses hospedeiros possivelmente está associado ao hábito alimentar dessas espécies e ao fato de serem presas de aves piscívoras (Luz-Agostinho et al. 2009; Da Frota et al., 2021), fatos que favorecem esses parasitos a completar seu ciclo de vida. Quanto a relação entre a riqueza de hospedeiros e ocorrência de Contracaecumsp. durante a inundação foi considerada menor, alguns estudos sugerem que durante as inundações o aumento do número de abrigos reduz a densidade de presas (Junk et al., 1989), o que pode reduzir a prevalência de parasitos transmitidos troficamente para alguns hospedeiros piscívoros. No entanto, durante a estiagem a relação foi evidenciada, segundo Luz-Agostinho et al. (2009), nesse periodo ocorre elevada confinação de algumas espécies da biota aquática ao reduzir a profundidade da água, aumentando concentração de presas como peixes de nível trófico inferior, e aumenta a oferta de alimento para espécies de peixes piscívoros. Segundo Yamamoto et al. (2004), a alteração das estações seca e chuvosa e a decorrente variação no nível da água do rio, conseguem influenciar os recursos alimentares dos peixes e indiretamente interferir no número de parasitos, em consequência da predação variável em seus hospedeiros intermediários.Em conclusão, o presente estudo evidenciou a ocorrência e prevalência de Contracaecumsp. em uma grande riqueza de peixes hospedeiros, principalmente espécies de grande importância comercial, além de demostrar que a diminuição do nível do rio durante a estiagem aumenta a riqueza de peixes hospedeiros infectados por esse parasito. Assim, essas informações visam esclarecer a população sobre os riscos de ingerir o pescado sem o devido cuidado, aliado a fiscalização e manutenção da qualidade dos peixes e aumentar o banco de dados com informações sobre parasitos de caráter zoonóticos em espécies de peixes.Ageze, N & Menzir, A. 2018. Prevalence of Nematode (Contracaecum) and Cestode (Ligula intestinalis) parasites infection in two fish species at Lake Tana. Journal of Advanced Research, vol. 2, 43-50.Alcântara, NM & Tavares-Dias, M. 2015. Structure of the parasites communities in two Erythrinidae fish from Amazon River system (Brazil). Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 24, pp. 183-190.Almeida, OM, Oliveira, MSB & Tavares-Dias M. 2021. Communities and infracommunities of metazoan parasites in Hemiodus unimaculatus(Hemiodontidae) from the Jari River basin, a tributary of the Amazon River (Brazil).Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 30, e016521.Barros, LA, Filho, JM & Oliveira, RL. 2006. Nematoides com potencial zoonótico em peixes com importância econômica provenientes do rio Cuiabá́. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, vol. 13, pp. 55-57.Benigno, RNM, São Clemente, SC, Matos, ER, Pinto, RM, Gomes, DC & Knoff, M. 2012. Nematodes in Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias malabaricusand Pygocentrus nattereri(Pisces: Characiformes) in Marajó Island, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 21, pp. 165-170. Borges, WF, Oliveira, MSB & Tavares-Dias, M. 2021. Diversidade de parasitos metazoários em peixes Triportheus angulatuse Triportheus auritusvivendo em simpatria na Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 30, e008221.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASNeotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicDistribution and occurrence of Contracaecumart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml158Bush, AO, Lafferty, KD, Lotz, JM & Shostak, AW. 1997. Parasitology meets ecology on its own terms: Margolis et al. revisited. The Journal of Parasitology, vol. 83, pp. 575-583.Carvalho, A, Ferreira, RL, Araújo, P, Tavares-Dias, M, Matos, E. & Videira, MN, 2020. Condition factor and ecology of endohelminths in Metynnis lippincottianusfrom the Curiaú river, in eastern Amazon (Brazil). Boletim do Instituto de Pesca, vol. 46, e1–6.Corrêa, LL, Oliveira, MSB, Eiras, JGC, Tavares-Dias, M & Adriano, EA. 2021. High prevalence and intensity of fish nematodes with zoonotic potential in the Brazilian Amazon, including a brief reflection on the absence of human infections.Journal of Tropical Pathology, vol. 50, pp. 150-162.Corrêa, LL & Pinheiro, ADSF. 2017. Dynamics of parasitic diseases and the environmental and sanitation context in cities of the Brazilian Amazon. Journal of Parasitic Diseases: Diagnosis and Therapy, vol. 2, pp. 1-2.Da Frota, AVB, Vitorino, BD, Almeida, SM, Nunes, JRS & Da Silva, CJ. 2021. Effect of flood pulse on the functional diversity and traits composition of birds with different degrees of wetland dependence in the Brazilian Pantanal. Praça da Pesquisa.De Souza, ME, Cardoso, EDO, Leal, LA, De Lima, TMP & Toledo, RCC. 2016. Anisakidose Humana: Zoonose com risco potencial para consumidores de pescado cru. Veterinária e Zootecnia, vol. 23, pp. 25-37.Eiras, JC, Pavanelli, GC, Takemoto, RM, Yamaguchi, MU, Karkling, LC & Nawa, Y. 2016. Potential risk of fish-borne nematode infections in humans in Brazil–current status based on a literature review. Food and Waterborne Parasitology, vol. 5, pp.1-6.Ferreira, DO & Tavares-Dias, M. 2017. Ectoparasites and endoparasites community of Ageneiosus ucayalensis(Siluriformes: Auchenipteridae), catfish from Amazon River system in northern Brazil. Journal of Parasitic Diseases, vol. 41, pp. 639- 646.Hoshino, EM & Tavares-Dias, M. 2019. Temporal and seasonal variations in parasites of Metynnis lippincottianus(Characiformes: Characidae), a host from the eastern Amazon (Brazil).Journal of Natural History, vol. 53, pp. 2723-2736.Hoshino, MDFG, Hoshino, EM & Tavares-Dias, M. 2014. First study on parasites of Hemibrycon surinamensis(Characidae), a host from the eastern Amazon region. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 23, pp. 343-347.Hoshino, M.D.F.G., Neves, L.R. & Tavares-Dias., M., 2016. Parasite communities of the predatory fish, Acestrorhynchus falcatus and Acestrorhynchus falcirostris,living in sympatry in Brazilian Amazon. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, vol. 25, pp. 207-216.Hoshino, MDFG & Tavares-Dias, M. 2014. Ecology of parasites of Metynnis lippincottianus(Characiformes: Serrasalmidae) from the eastern Amazon region, Macapá, State of Amapá, Brazil.Acta Scientiarium Biological Sciences, vol. 6, pp. 249-255.Junk, WJ, Bayley, PB & Sparks, RE. 1989. The flood pulse concept in river-floodplain systems. Canadian special publication of fisheries and aquatic sciences,vol.106, pp. 110-127.Kohn, A & Fernandes, BMM. 1987. Estudo comparativo dos helmintos parasitos de peixes do rio Mogi Guassu, coletados nas excursões realizadas entre 1927 e 1985.Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, vol.82, pp.483-500. Koie, M & Fagerholm, HP. 1995. O ciclo de vida de Contracaecum osculatum(Rudolphi, 1802) sensu stricto (Nematoda, Ascaridoidea, Anisakidae) diante de infecções experimentais.Pesquisa em Parasitologia, vol. 81, pp. 481-489.Kuiken, T, Leighton, FA, Wober, G & Wagner, B. 1999. Causes of mortality and their effect on reproductive success in double-crested cormorants from Saskatchewan. Journal of Wildlife Disease, vol. 35, pp.331-346.Lima, FS, Melo, HPS, Camargo, LMA, Takemoto, RM, Meneguetti, DUO & Virgilio, LR. 2022. Helminth parasites of Hoplias malabaricus(Bloch, 1794) in areas of Brazilian Amazon with different degree of deforestation. Conjecturas, vol. 22, pp. 460-484.Lima Araujo et al.Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
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