image/svg+xmlEste artículo es publicado por la revista Neotropical Helminthology de la Facultad de Ciencias Naturales y Matemática, Universidad Nacional Federico Villarreal, Lima, Perú auspiciado por la Asociación Peruana de Helmintología e Invertebrados Afines (APHIA). Este es un artículo de acceso abierto, distribuido bajo los términos de la licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0) [https:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es] que permite el uso, distribución y reproducción en cualquier medio, siempre que la obra original sea debidamente citada de su fuente original.ISSN Versión impresa 2218-6425ISSN Versión Electrónica 1995-1043Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic:91-105.ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL1Laboratório de Biologia Tropical, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes, Av. Murilo Dantas, 300 - Aracaju, CEP 49032-490, Sergipe, Brasil. 2Universidade Federal de Sergipe. Av. Marechal Rondon Jardim s/n - Rosa Elze, São Cristóvão - SE, CEP 49100-000 Sergipe, Brasil.3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus Avaré, Av. Prof. Célso Ferreira da Silva - Jardim Europa II, Avaré, CEP 18707-150, São Paulo, Brasil. 4Laboratório de Doenças Infecciosas e parasitárias, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes - UNIT. Av. Murilo Dantas, 300 - Aracaju, CEP 49032-490, Sergipe, Brasil. *Corresponding author: andremta@outlook.comAndré Mota Alves: https://orcid.org/0000-0002-9150-5287Janaína Freitas Freire: https://orcid.org/0000-0002-2694-2026Andressa Sales Coelho: https://orcid.org/0000-0001-9042-682XGeza Thais Rangel e Souza: https://orcid.org/0000-0002-1039-6710 Verónica de Lourdes Sierpe Jeraldo: https://orcid.org/0000-0001-9813-79691*12André Mota Alves; Janaína Freitas Freire; Andressa Sales Coelho; 34Geza Thais Rangel e Souza & Verónica de Lourdes Sierpe JeraldoABSTRACTIsopods are ectoparasitic crustaceans of marine and freshwater fish with diverse morphology where taxonomic studies involve a series of methods for collection, fixation and techniques for illustrating the species. These methods are applied in a series of studies involving ecology, distribution, biodiversity and morphology. However, approaches from the perspective of scientific illustration are often lacking in the study of parasitic isopods. This study provides a background on the illustration of these organisms by observing published works and presents the application of mixed color technique in the illustration of these invertebrates. This study combined information from the literature and ichthyoparasitological studies involving taxonomy and scientific illustration. The history of isopod illustrations revealed that some older illustrations present greater visual and scientific elaboration compared to some recent ones, despite presenting greater taxonomic and visually less attractive elements, such as the application of pointillism and Neotropical Helminthology91DOI: http://dx.doi.org/10.24039/rnh20221621407SCIENTIFIC ILLUSTRATION IN THE REPRESENTATION OF PARASITIC ISOPODSILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA NA REPRESENTAÇÃO DE ISÓPODES PARASITASILUSTRACIÓN CIENTÍFICA EN LA REPRESENTACIÓN DE ISÓPODOS PARÁSITOSDDDDDart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml92RESUMOPalavras chave: Crustáceos – Isopoda – Ilustração científica – Ilustração parasitológica – Parasitologia Isópodes são crustáceos ectoparasitas de peixes marinhos e dulcícolas com morfologia diversificada onde os estudos taxonômicos envolvem uma série de métodos para coleta, fixação e técnicas para ilustração das espécies. Esses métodos são aplicados em uma serie de estudos envolvendo ecologia, distribuição, biodiversidade e morfologia, entretanto abordagens na perspectiva da ilustração científica são inexistentes no estudo de isópodes parasitas. Este estudo fornece um histórico sobre a ilustração desses organismos observando trabalhos publicados e apresenta a aplicação da técnica mista em cores na ilustração desses invertebrados. O estudo combinou informações da literatura e estudos de ictioparasitologia envolvendo taxonomia e ilustração científica. A história das ilustrações isópodes revelou que algumas ilustrações mais antigas apresentam maior elaboração visual e científica em comparação com algumas recentes, apesar de apresentarem maiores elementos taxonômicos e visualmente menos atrativas, como a aplicação do pontilhismo e acabamento do corpo dos isópodes, demonstrando ser crucial combinar o conhecimento científico e o domínio da técnica ilustrativa. As ilustrações dos isópodes demonstram a eficácia da técnica mista, permitindo sobreposição de materiais, didática na visão taxonômica rigorosa, destaque para cor preservando aspectos morfológicos, além dez resgatar uma semelhança as primeiras descrições em cores de 1800-1900. Esse trabalho é o primeiro descrever um histórico sobre representações científicas de isópodes parasitas ao longo do tempo e apresentar a técnica mista como possibilidade de ilustração científica para esse grupo taxonômico. Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicKeywords: Crustaceans – Isopod – Scientific illustration – Parasitological illustration – Parasitologyfinishing of the isopod body, demonstrating that it is crucial to combine scientific knowledge and mastery of the illustrative technique. The illustrations of isopods demonstrate the effectiveness of mixed techniques, allowing overlapping of materials, didactics in the rigorous taxonomic view, highlighting the color preserving morphological aspects, in addition to rescuing a similarity to the first descriptions in colors from 1800-1900. This work is the first to describe a history of scientific representations of parasitic isopods over time and to present the mixed technique as a possibility of scientific illustration for this taxonomic group.RESUMENPalabras clave: Crustáceos – Isópodo - Ilustración científica - Ilustración parasitológica - ParasitologíaLos isópodos son crustáceos ectoparásitos de peces marinos y de agua dulce con morfología diversa, donde los estudios taxonómicos involucran una serie de métodos de recolección, fijación y técnicas de ilustración de la especie. Estos métodos se aplican en una serie de estudios que involucran ecología, distribución, biodiversidad y morfologia; sin embargo, faltan enfoques desde la perspectiva de la ilustración científica en el estudio de los isópodos parásitos. Este estudio proporciona antecedentes sobre la ilustración de estos organismos mediante la observación de trabajos publicados y presenta la aplicación de la técnica de color mixto en la ilustración de estos invertebrados. Este estudio combinó información de la literatura y estudios de ictioparasitología que involucran taxonomía e ilustración científica. La historia de las ilustraciones de isópodos reveló que algunas ilustraciones más antiguas presentan una mayor elaboración visual y científica en comparación con algunas recientes, a pesar de presentar elementos taxonómicos mayores y visualmente menos atractivos, como la aplicación del puntillismo y el acabado del cuerpo del isópodo, demostrando que es crucial combinar el conocimiento científico y el dominio de la técnica ilustrativa. Las ilustraciones de los isópodos demuestran la eficacia de la técnica mixta, permitiendo la superposición de materiales, didáctica en la rigurosa vista taxonómica, resaltando el color conservando aspectos morfológicos, además de rescatar una similitud con las primeras descripciones en colores de 1800-1900. Este trabajo es el primero en describir una historia de las representaciones científicas de los isópodos parásitos a lo largo del tiempo y en presentar la técnica mixta como una posibilidad de ilustración científica para este grupo taxonómico.Mota Alves et al.art. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml93A ilustração científica (IC) é uma ferramenta que existe há mais de 5 séculos, composta pelo conhecimento científico e das artes plásticas. Essa tem como principal finalidade auxiliar a compreensão e disseminação do conhecimento, tanto para à aprendizagem de um público menos específico quanto para especialistas, onde é possível descrever informações, por meio de uma imagem, que mesmo acompanhada de um texto possui autonomia, por expressar semelhança com o observado ressaltando rigor aos detalhes e precisão científica (de Oliveira & Conduru, 2002; Correia, 2011; Rapatão & Perió, 2016; Vitor & Martins, 2020). Na taxonomia, o uso do IC é essencial para que as espécies possam ser organizadas, reconhecidas e identificadas onde a transmissão do conhecimento a partir da imagem se dá por meio de diversas técnicas simples ou sofisticadas. Técnicas simples incluem o grafite (que depende muito de quem aplica e material utilizado) e o nanquim (Pontilhismo e Hachuras), enquanto técnicas complexas incluem o lápis de cor, aquarela e até modelos digitais mais sofisticados, o que colabora para uma grande variação na composição e elaboração de uma ilustração (de Oliveira & Conduru, 2002; Araújo, 2009; Suguituru & Moroni, 2012; Rapatão & Perió, 2016; de Freitas, 2022). A IC alcançou um patamar elevado, superando técnicas ilustrativas como a fotografia, pois na ilustração pode-se destacar aspectos e características que não são facilmente observados em uma foto do objeto/material observado. A ilustração tem muito destaque em estudos zoológicos e suas subáreas, como por exemplo na Ictioparasitologia, área inicialmente desenvolvida com fins veterinários, com o intuito de conhecer organismos capazes de parasitar peixes destinados ao cultivo e comércio. Assim, a existência de uma parte da biosfera composta de organismos que normalmente não são visíveis veio a se tornar importante em estudos sobre a biodiversidade global, no intuito de documentar e descrever suas espécies (Luque, 2004; Neves, 2009; Amato & Amato, 2010; Cavalcanti et al., 2010; 2013; Vasconcelos, 2014).Desde então muitos grupos e espécies de parasitas que afetam organismos aquáticos foram descritos e ilustrados: acantocéfalos, copépodes, cestódeos, isópodes, nematódeos e trematódeos ressaltando sua biologia, diversidade e morfologia (Knoff et al., 2013). Entre esses organismos, os isópodes (Filo Arthopoda, subfilo Crustacea, subclasse Malacostraca, Superordem Peracacida) se destacam devido a sua grande variedade morfológica, tornando-os um desafio para serem ilustrados por pesquisadores em seus estudos.Isópodes estão distribuídos em ambientes aquáticos e terrestres, possuem morfologia muito diversificada, com numerosa variedade de formas, muitas espécies são ectoparasitas e se associam a peixes em muitos hábitats (Espinosa-Pérez e Hendrickx, 2001; Thatcher, 2006; Eiras et al., 2010). Mesmo com a diversidade morfológica, ainda apresentam semelhanças: corpo dorso-ventralmente achatado, presença de “cephalon” com estruturas taxonômicas essenciais - dois pares de antenas, olhos compostos e aparelho bucal; um “pereon” composto de sete segmentos, onde em cada um está acoplado a um par de “pereópodes” (pernas) totalizando sete pares semelhantes; um segmento abdominal curto composto pelo “pleon” e “pleotelson”; um par de “urópodes”, compostos por um edópode e um exópode (Menzies & Kruczynski, 1983; Thatcher, 2006; Alberto, 2008; Lima et al., 2013).Para promover o estudo taxonômico desses organismos uma série de métodos de coleta e fixação são necessários, assim como técnicas ilustrativas para uma representação detalhada das espécies. Esses métodos são utilizados e abordados em uma extensa rede de estudos publicados em periódicos e envolvem ecologia, distribuição, biodiversidade e morfologia de isópodes parasitas, entretanto são inexistentes trabalhos que abordem esses organismos dentro de uma perspectiva da ilustração científica. Diante disso, este trabalho teve como objetivo descrever um histórico sobre as representações científicas de isópodes parasitas ao longo do tempo, comparando as visões e aplicação das técnicas ilustrativas entre autores referências na área e por fim, apresentando a técnica mista como possibilidade de ilustração científica para esse grupo taxonômico.INTRODUÇÃONeotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicScientific illustration of parasitic isopodsart. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml94Os métodos aqui apresentados derivam de uma combinação de informações coletadas da literatura científica em busca bibliográfica e em estudos com parasitas de organismos aquáticos envolvendo taxonomia e estudo de ilustração científica. De modo a garantir que houvesse rigor científico que é exigido na composição de uma IC, um conjunto de etapas foi seguido, e são detalhadas no decorrer deste tópico.Para a descrição desse estudo uma pesquisa bibliográfica foi realizada em bases de pesquisa (Google acadêmico, Research Gate) em busca de referencial científico utilizando-se de palavras-chave como: “isopod parasites morphology”, “taxonomy isopod parasites”, “species isopod parasites”, e através de uma filtragem foram selecionados artigos científicos com bons registros fotográficos e descrições de isópodes parasitas, estes foram utilizados na esquematização e elaboração das artes finais, e também para compor alguns esboços que haviam sido previamente feitos em pesquisas desenvolvidas em laboratório. Foram utilizados como modelos espécimes previamente coletados em estudos parasitológicos do próprio laboratório. Os artigos que continham as mesmas espécies foram selecionados, preferencialmente aqueles que continham descrições detalhadas e aspectos como forma, pigmentação e cor do material. As espécies e referências descritas são mostradas na Tabela 1.MATERIAL E MÉTODOSNeotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dicMota Alves et al.Tabela 1. Espécies de isópodes parasitas selecionadas com base em material de laboratório e pesquisa bibliográfica.EspécieMaterial/Referência bibliográfica Cymothoa excisaMaterial coletado em laboratório (2018) Perty, 1830+Thatcher et al. (2003)Alves et al. (2019)Ribeiro et al. (2021) Braga cichlae Material coletado em laboratório (2019) Schioedte & Meinert, 1881+Thatcher (2006)Thatcher et al. (2009)Fotografias do material previamente feitas em laboratório também foram utilizadas para auxiliar na compreensão de alguns aspectos como morfologia, cor e pigmentação de algumas das espécies selecionadas (Fig. 1). Para realização das ilustrações foram utilizados os seguintes materiais: a) Papel bloco super sulfite Canson 120mg; b) Lapiseira Pentel 0.5mm - para esboço; c) Borracha técnica - apagar traços do grafite; d) Lápis de Cor Castle 72 cores - para tonalidades do material observado; e) Canetas Brush coloridas - para mesclar com as tonalidades dos lápis de cor; f) Caneta nanquim Brush - para acabamentos finais na ilustração; g) Régua - para a escalas;Os isópodes que haviam sido previamente coletados e limpos em pesquisas anteriores foram isolados e posicionados em placas de Petri sob um microscópio estereoscópico (Nikon modelo C-PS160) para início ao processo ilustrativo, feito com auxílio do material literário e as fotografias para detalhes. A preparação dos isópodes é um procedimento comum e difundido dentro da ictioparasitologia, o material coletado em pesquisas anteriores seguiu a metodologia de Eiras et al.(2006).A ilustração é algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa, mediante o estudo e exercício art. 1=10-24art. 2=26-41Art 3 =42-51art. 4=52-59art. 5=60-65art 6=66-79art. 7=80-91art 8 =92-100art 9=102-111nota 1=112-116nota 2=118-123 rev =124-134
image/svg+xml95constantes do mesmo. Entretanto, por ser uma técnica avançada é aconselhável possuir certo conhecimento teórico e prático em desenho, pois o estudo das cores é um pouco mais complexo que a ilustração monocromática. Embora possa ser replicada, a técnica mista não possui um “manual” de aplicação, ela se baseia na mistura de materiais de diferentes técnicas que o ilustrador possui domínio (grafite, nanquim, lápis de cor, aquarela), assim a forma como aplicar é variada. Para isso, o ilustrador precisa fazer testes e estudos prévios e analisar como os materiais se comportam quando são utilizados juntos, observando quais mesclam de forma adequada, quais se complementam e como fazer diferentes camadas e texturas.Aspectos éticos da pesquisa: Esse estudo seguiu e se comprometeu com todos os aspectos éticos para ser realizado. Os peixes de onde foram coletados os parasitas são oriundos da pesca artesanal e adquiridos diretamente com os pescadores nos pontos de comércio do terminal pesqueiro da cidade de Aracaju, um procedimento padrão e comum em pesquisas ictioparasitológicas.