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Este artículo es publicado por la revista Neotropical Helminthology de la Facultad de Ciencias Naturales y Matemática, Universidad Nacional
Federico Villarreal, Lima, Perú auspiciado por la Asociación Peruana de Helmintología e Invertebrados Afines (APHIA). Este es un artículo de
acceso abierto, distribuido bajo los términos de la licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0) [https://
creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es] que permite el uso, distribución y reproducción en cualquier medio, siempre que la obra original
sea debidamente citada de su fuente original.
ISSN Versión impresa 2218-6425
ISSN Versión Electrónica 1995-1043
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic:91-105.
ORIGINAL ARTICLE / ARTÍCULO ORIGINAL
1
Laboratório de Biologia Tropical, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes, Av. Murilo Dantas, 300
- Aracaju, CEP 49032-490, Sergipe, Brasil.
2
Universidade Federal de Sergipe. Av. Marechal Rondon Jardim s/n - Rosa Elze, São Cristóvão - SE, CEP 49100-000
Sergipe, Brasil.
3
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus Avaré, Av. Prof. Célso Ferreira da Silva -
Jardim Europa II, Avaré, CEP 18707-150, São Paulo, Brasil.
4
Laboratório de Doenças Infecciosas e parasitárias, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes -
UNIT. Av. Murilo Dantas, 300 - Aracaju, CEP 49032-490, Sergipe, Brasil.
*Corresponding author: andremta@outlook.com
André Mota Alves: https://orcid.org/0000-0002-9150-5287
Janaína Freitas Freire: https://orcid.org/0000-0002-2694-2026
Andressa Sales Coelho: https://orcid.org/0000-0001-9042-682X
Geza Thais Rangel e Souza: https://orcid.org/0000-0002-1039-6710
Verónica de Lourdes Sierpe Jeraldo: https://orcid.org/0000-0001-9813-7969
1*12
André Mota Alves; Janaína Freitas Freire; Andressa Sales Coelho;
34
Geza Thais Rangel e Souza & Verónica de Lourdes Sierpe Jeraldo
ABSTRACT
Isopods are ectoparasitic crustaceans of marine and freshwater fish with diverse morphology where
taxonomic studies involve a series of methods for collection, fixation and techniques for illustrating the
species. These methods are applied in a series of studies involving ecology, distribution, biodiversity and
morphology. However, approaches from the perspective of scientific illustration are often lacking in the
study of parasitic isopods. This study provides a background on the illustration of these organisms by
observing published works and presents the application of mixed color technique in the illustration of these
invertebrates. This study combined information from the literature and ichthyoparasitological studies
involving taxonomy and scientific illustration. The history of isopod illustrations revealed that some older
illustrations present greater visual and scientific elaboration compared to some recent ones, despite
presenting greater taxonomic and visually less attractive elements, such as the application of pointillism and
Neotropical Helminthology
91
DOI: http://dx.doi.org/10.24039/rnh20221621407
SCIENTIFIC ILLUSTRATION IN THE REPRESENTATION OF PARASITIC ISOPODS
ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA NA REPRESENTAÇÃO DE ISÓPODES PARASITAS
ILUSTRACIÓN CIENTÍFICA EN LA REPRESENTACIÓN DE ISÓPODOS PARÁSITOS
D
D
D
D
D
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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92
RESUMO
Palavras chave
: Crustáceos – Isopoda – Ilustração científica – Ilustração parasitológica – Parasitologia
Isópodes são crustáceos ectoparasitas de peixes marinhos e dulcícolas com morfologia diversificada onde os
estudos taxonômicos envolvem uma série de métodos para coleta, fixação e técnicas para ilustração das
espécies. Esses métodos são aplicados em uma serie de estudos envolvendo ecologia, distribuição,
biodiversidade e morfologia, entretanto abordagens na perspectiva da ilustração científica são inexistentes
no estudo de isópodes parasitas. Este estudo fornece um histórico sobre a ilustração desses organismos
observando trabalhos publicados e apresenta a aplicação da técnica mista em cores na ilustração desses
invertebrados. O estudo combinou informações da literatura e estudos de ictioparasitologia envolvendo
taxonomia e ilustração científica. A história das ilustrações isópodes revelou que algumas ilustrações mais
antigas apresentam maior elaboração visual e científica em comparação com algumas recentes, apesar de
apresentarem maiores elementos taxonômicos e visualmente menos atrativas, como a aplicação do
pontilhismo e acabamento do corpo dos isópodes, demonstrando ser crucial combinar o conhecimento
científico e o domínio da técnica ilustrativa. As ilustrações dos isópodes demonstram a eficácia da técnica
mista, permitindo sobreposição de materiais, didática na visão taxonômica rigorosa, destaque para cor
preservando aspectos morfológicos, além dez resgatar uma semelhança as primeiras descrições em cores de
1800-1900. Esse trabalho é o primeiro descrever um histórico sobre representações científicas de isópodes
parasitas ao longo do tempo e apresentar a técnica mista como possibilidade de ilustração científica para esse
grupo taxonômico.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Keywords
: Crustaceans – Isopod – Scientific illustration – Parasitological illustration – Parasitology
finishing of the isopod body, demonstrating that it is crucial to combine scientific knowledge and mastery of
the illustrative technique. The illustrations of isopods demonstrate the effectiveness of mixed techniques,
allowing overlapping of materials, didactics in the rigorous taxonomic view, highlighting the color
preserving morphological aspects, in addition to rescuing a similarity to the first descriptions in colors from
1800-1900. This work is the first to describe a history of scientific representations of parasitic isopods over
time and to present the mixed technique as a possibility of scientific illustration for this taxonomic group.
RESUMEN
Palabras clave:
Crustáceos – Isópodo - Ilustración científica - Ilustración parasitológica - Parasitología
Los isópodos son crustáceos ectoparásitos de peces marinos y de agua dulce con morfología diversa, donde
los estudios taxonómicos involucran una serie de métodos de recolección, fijación y técnicas de ilustración
de la especie. Estos métodos se aplican en una serie de estudios que involucran ecología, distribución,
biodiversidad y morfologia; sin embargo, faltan enfoques desde la perspectiva de la ilustración científica en
el estudio de los isópodos parásitos. Este estudio proporciona antecedentes sobre la ilustración de estos
organismos mediante la observación de trabajos publicados y presenta la aplicación de la técnica de color
mixto en la ilustración de estos invertebrados. Este estudio combinó información de la literatura y estudios
de ictioparasitología que involucran taxonomía e ilustración científica. La historia de las ilustraciones de
isópodos reveló que algunas ilustraciones más antiguas presentan una mayor elaboración visual y científica
en comparación con algunas recientes, a pesar de presentar elementos taxonómicos mayores y visualmente
menos atractivos, como la aplicación del puntillismo y el acabado del cuerpo del isópodo, demostrando que
es crucial combinar el conocimiento científico y el dominio de la técnica ilustrativa. Las ilustraciones de los
isópodos demuestran la eficacia de la técnica mixta, permitiendo la superposición de materiales, didáctica
en la rigurosa vista taxonómica, resaltando el color conservando aspectos morfológicos, además de rescatar
una similitud con las primeras descripciones en colores de 1800-1900. Este trabajo es el primero en describir
una historia de las representaciones científicas de los isópodos parásitos a lo largo del tiempo y en presentar
la técnica mixta como una posibilidad de ilustración científica para este grupo taxonómico.
Mota Alves
et al.
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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A ilustração científica (IC) é uma ferramenta que
existe há mais de 5 séculos, composta pelo
conhecimento científico e das artes plásticas. Essa
tem como principal finalidade auxiliar a
compreensão e disseminação do conhecimento,
tanto para à aprendizagem de um público menos
específico quanto para especialistas, onde é
possível descrever informações, por meio de uma
imagem, que mesmo acompanhada de um texto
possui autonomia, por expressar semelhança com o
observado ressaltando rigor aos detalhes e precisão
científica (de Oliveira & Conduru, 2002; Correia,
2011; Rapatão & Perió, 2016; Vitor & Martins,
2020).
Na taxonomia, o uso do IC é essencial para que as
espécies possam ser organizadas, reconhecidas e
identificadas onde a transmissão do conhecimento
a partir da imagem se dá por meio de diversas
técnicas simples ou sofisticadas. Técnicas simples
incluem o grafite (que depende muito de quem
aplica e material utilizado) e o nanquim
(Pontilhismo e Hachuras), enquanto técnicas
complexas incluem o lápis de cor, aquarela e até
modelos digitais mais sofisticados, o que colabora
para uma grande variação na composição e
elaboração de uma ilustração (de Oliveira &
Conduru, 2002; Araújo, 2009; Suguituru &
Moroni, 2012; Rapatão & Perió, 2016; de Freitas,
2022). A IC alcançou um patamar elevado,
superando técnicas ilustrativas como a fotografia,
pois na ilustração pode-se destacar aspectos e
características que não são facilmente observados
em uma foto do objeto/material observado.
A ilustração tem muito destaque em estudos
zoológicos e suas subáreas, como por exemplo na
Ictioparasitologia, área inicialmente desenvolvida
com fins veterinários, com o intuito de conhecer
organismos capazes de parasitar peixes destinados
ao cultivo e comércio. Assim, a existência de uma
parte da biosfera composta de organismos que
normalmente não são visíveis veio a se tornar
importante em estudos sobre a biodiversidade
global, no intuito de documentar e descrever suas
espécies (Luque, 2004; Neves, 2009; Amato &
Amato, 2010; Cavalcanti
et al
., 2010; 2013;
Vasconcelos, 2014).
Desde então muitos grupos e espécies de parasitas
que afetam organismos aquáticos foram descritos e
ilustrados: acantocéfalos, copépodes, cestódeos,
isópodes, nematódeos e trematódeos ressaltando
sua biologia, diversidade e morfologia (Knoff
et
al.,
2013). Entre esses organismos, os isópodes
(Filo Arthopoda, subfilo Crustacea, subclasse
Malacostraca, Superordem Peracacida) se
destacam devido a sua grande variedade
morfológica, tornando-os um desafio para serem
ilustrados por pesquisadores em seus estudos.
Isópodes estão distribuídos em ambientes
aquáticos e terrestres, possuem morfologia muito
diversificada, com numerosa variedade de formas,
muitas espécies são ectoparasitas e se associam a
peixes em muitos hábitats (Espinosa-Pérez e
Hendrickx, 2001; Thatcher, 2006; Eiras
et al
.,
2010). Mesmo com a diversidade morfológica,
ainda apresentam semelhanças: corpo dorso-
ventralmente achatado, presença de “cephalon”
com estruturas taxonômicas essenciais - dois pares
de antenas, olhos compostos e aparelho bucal; um
“pereon” composto de sete segmentos, onde em
cada um está acoplado a um par de “pereópodes”
(pernas) totalizando sete pares semelhantes; um
segmento abdominal curto composto pelo “pleon”
e “pleotelson”; um par de “urópodes”, compostos
por um edópode e um exópode (Menzies &
Kruczynski, 1983; Thatcher, 2006; Alberto, 2008;
Lima
et al
., 2013).
Para promover o estudo taxonômico desses
organismos uma série de métodos de coleta e
fixação são necessários, assim como técnicas
ilustrativas para uma representação detalhada das
espécies. Esses métodos são utilizados e abordados
em uma extensa rede de estudos publicados em
periódicos e envolvem ecologia, distribuição,
biodiversidade e morfologia de isópodes parasitas,
entretanto são inexistentes trabalhos que abordem
esses organismos dentro de uma perspectiva da
ilustração científica. Diante disso, este trabalho
teve como objetivo descrever um histórico sobre as
representações científicas de isópodes parasitas ao
longo do tempo, comparando as visões e aplicação
das técnicas ilustrativas entre autores referências
na área e por fim, apresentando a técnica mista
como possibilidade de ilustração científica para
esse grupo taxonômico.
INTRODUÇÃO
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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94
Os métodos aqui apresentados derivam de uma
combinação de informações coletadas da literatura
científica em busca bibliográfica e em estudos com
parasitas de organismos aquáticos envolvendo
taxonomia e estudo de ilustração científica. De
modo a garantir que houvesse rigor científico que é
exigido na composição de uma IC, um conjunto de
etapas foi seguido, e são detalhadas no decorrer
deste tópico.
Para a descrição desse estudo uma pesquisa
bibliográfica foi realizada em bases de pesquisa
(Google acadêmico, Research Gate) em busca de
referencial científico utilizando-se de palavras-
chave como: “isopod parasites morphology”,
“taxonomy isopod parasites”, “species isopod
parasites”, e através de uma filtragem foram
selecionados artigos científicos com bons registros
fotográficos e descrições de isópodes parasitas,
estes foram utilizados na esquematização e
elaboração das artes finais, e também para compor
alguns esboços que haviam sido previamente feitos
em pesquisas desenvolvidas em laboratório.
Foram utilizados como modelos espécimes
previamente coletados em estudos parasitológicos
do próprio laboratório. Os artigos que continham as
mesmas espécies foram selecionados,
preferencialmente aqueles que continham
descrições detalhadas e aspectos como forma,
pigmentação e cor do material. As espécies e
referências descritas são mostradas na Tabela 1.
MATERIAL E MÉTODOS
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Mota Alves
et al.
Tabela 1
. Espécies de isópodes parasitas selecionadas com base em material de laboratório e pesquisa bibliográfica.
Espécie
Material/Referência bibliográfica
Cymothoa excisa
Material coletado em laboratório (2018)
Perty, 1830
+
Thatcher
et al
. (2003)
Alves
et al
. (2019)
Ribeiro
et al
. (2021)
Braga cichlae
Material coletado em laboratório (2019)
Schioedte & Meinert, 1881
+
Thatcher
(2006)
Thatcher
et al
. (2009)
Fotografias do material previamente feitas em
laboratório também foram utilizadas para auxiliar
na compreensão de alguns aspectos como
morfologia, cor e pigmentação de algumas das
espécies selecionadas (Fig. 1).
Para realização das ilustrações foram utilizados os
seguintes materiais:
a) Papel bloco super sulfite Canson 120mg;
b) Lapiseira Pentel 0.5mm - para esboço;
c) Borracha técnica - apagar traços do grafite;
d) Lápis de Cor Castle 72 cores - para
tonalidades do material observado;
e) Canetas Brush coloridas - para mesclar com
as tonalidades dos lápis de cor;
f) Caneta nanquim Brush - para acabamentos
finais na ilustração;
g) Régua - para a escalas;
Os isópodes que haviam sido previamente
coletados e limpos em pesquisas anteriores foram
isolados e posicionados em placas de Petri sob um
microscópio estereoscópico (Nikon modelo C-
PS160) para início ao processo ilustrativo, feito
com auxílio do material literário e as fotografias
para detalhes. A preparação dos isópodes é um
procedimento comum e difundido dentro da
ictioparasitologia, o material coletado em
pesquisas anteriores seguiu a metodologia de Eiras
et al.
(2006).
A ilustração é algo que pode ser aprendido por
qualquer pessoa, mediante o estudo e exercício
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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constantes do mesmo. Entretanto, por ser uma
técnica avançada é aconselhável possuir certo
conhecimento teórico e prático em desenho, pois o
estudo das cores é um pouco mais complexo que a
ilustração monocromática. Embora possa ser
replicada, a técnica mista não possui um “manual”
de aplicação, ela se baseia na mistura de materiais
de diferentes técnicas que o ilustrador possui
domínio (grafite, nanquim, lápis de cor, aquarela),
assim a forma como aplicar é variada. Para isso, o
ilustrador precisa fazer testes e estudos prévios e
analisar como os materiais se comportam quando
são utilizados juntos, observando quais mesclam
de forma adequada, quais se complementam e
como fazer diferentes camadas e texturas.
Aspectos éticos da pesquisa
: Esse estudo seguiu e
se comprometeu com todos os aspectos éticos para
ser realizado. Os peixes de onde foram coletados os
parasitas são oriundos da pesca artesanal e
adquiridos diretamente com os pescadores nos
pontos de comércio do terminal pesqueiro da
cidade de Aracaju, um procedimento padrão e
comum em pesquisas ictioparasitológicas.
Figura 1.
Exemplares de espécimes de isópodes parasitas coletados em laboratório; a e b -
Cymothoa excisa
na cavidade bucal de
seu hospedeiro; c - visão dorsal de
Braga cichlae
.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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Histórico ilustrativo dos isópodes
O isópodes são um grupo antigo e com uma grande
diversidade de espécies descritas. Suas primeiras
descrições de espécies parasitas datam a partir dos
anos 1800. Desde as primeiras descrições já se
compreendia um pouco do significado de uma IC
no conceito moderno. Uma monografia elaborada
por Richardson (1905) reflete desde aquela época
um exemplo da forma como esses organismos eram
representados (Fig. 2). A preocupação com
detalhes já era evidente nas representações
morfológicas mais antigas como pode ser
observado nos espécimes de
R. signata
(Fig. 2-1)
onde se observa uma estrutura detalhada do corpo
segmentado e alguns apêndices;
C. excisa
(Fig. 2-
2) representados pela fêmea, macho e filhotes e já
demonstrando mais alguns aspectos de segmentos
do corpo isolados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2
. Pranchas com ilustrações de espécies de isópodes do início do século XX. Fonte: adaptado de Richardson (1905).
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Mota Alves
et al.
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
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Os antigos textos científicos raramente eram
acompanhados de um suporte visual (desenhos e
imagens), e quando presente, ainda que com certo
nível de esquematização, havia uma
predominância do imaginário de quem estudava o
material, e que essa imaginação era consequência
de limitações artísticas do estudioso, que
consequentemente repercutia sobre a arte final,
deixando-a com aspectos diferentes de uma
realidade existente (Capucho, 2021). Apesar dos
evidentes detalhes, isso pode ser observado na
ilustração de
R. signata
(Fig. 2-1a, b), onde os
espécimes encontram-se com os pares de patas 4-7
estendidos, similar ao padrão utilizado para insetos
em coleções entomológicas, quando na realidade
esses organismos não adotam em sua natureza tal
posição anatômica e distensão dos apêndices
móveis, o mesmo pode ser observado na
representação dos estágios juvenis de
C. exisa
(Fig.
2-2d). Observa-se também uma despreocupação
morfológica na diferenciação dorsal da fêmea
adulta de
C. excisa
(Fig. 2-2c) e seu congênere
C.
exigua
(Fig. 2-3a) onde a única diferença visível é
uma pigmentação mais densa do exoesqueleto.
Essas ilustrações eram muito simples, mesmo
apresentando bons traços ainda não apresentavam
aspectos essenciais como escalas para as reais
dimensões do material estudado, ou aspectos
morfológicos específicos para as espécies.
Entretanto, com o passar dos anos tanto o estudo
dos isópodes quanto suas formas de representação
evoluíram com os avanços da arte.
O renascimento italiano proporcionou aos artistas e
cientistas novos olhares, formas e maneiras de
apresentar seus estudos com técnicas de
comunicação visual mais avançadas nas quais se
observa um desejo de representar o mundo de
forma fiel, um pouco mais realista (Mittman, 2020;
Capucho, 2021). Passados mais de 70 após as
publicações de Richardson (1905), Brusca (1981)
realizou uma monografia de isópodes da família
Cymothoidae, e em seus estudos já era evidente
uma evolução considerável na qualidade das
ilustrações (Fig. 3).
Figura 3.
Espécimes de isópodes da família Cymothoidae ilustrados por Brusca; em a – visão dorsal de
Nerocila acuminata
, em b –
visão dorsal de
Cymothoa exígua.
Fonte: Adaptado de Brusca (1981).
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
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Nas ilustrações do autor se observa uma grande
evolução na forma de aplicação da técnica
nanquim, utilizando o tradicional sombreamento
feito com pontilhismo. A estrutura, volume e
camadas feitas beiram o realismo, sem perder seu
significado didático, conferindo um resultado belo
e cuidadoso com o rigor dos detalhes,
principalmente em relação ao corpo desses
organismos, que até os dias atuais são feitos
puramente com base na capacidade de macro
observação do pesquisador, sem métodos ou meios
de montagem. Entretanto, apesar de visualmente
belos, alguns desenhos feitos por Brusca (1981)
ainda carecem de informações e detalhes que as
tornem cientificamente corretas, como a ausência
de escala de tamanho e outras posições anatômicas
dos espécimes, como visões lateral e ventral. Ainda
assim, o autor permanece sendo uma das principais
referências dentro morfologia e ilustração de
isópodes parasitas, havendo poucos trabalhos que
atualmente possam ser comparados a qualidade de
suas imagens. Esse fato reforça a importância da
união das capacidades artísticas e de observação do
pesquisador na representação do material
observado.
Após 25 anos, Thatcher (2006) em seu livro
“
Amazon Fish Parasites
” mostra uma nova fase na
representação de espécies de isópodes. Isso pode
ser observado em sua representação de
Braga
amapaensis
Thatcher, 1996 (Fig. 4a), onde já
demonstra uma preocupação com detalhes,
trazendo uma prancha completa com estruturas de
cunho taxonômico da espécie e escalas de
tamanho. Ainda assim, em sua obra, nota-se uma
falta de cuidado em alguns aspectos das
ilustrações, o corpo de
B. amapaensis
por exemplo,
não apresenta vestígios de suas antenas (Fig. 4a,
seta I), outras espécies são representadas com as
antenas, mostrando uma ausência de padronização
nos desenhos. Em outras ilustrações percebe-se
também alguns detalhes que não receberam um
cuidado especial, como a forma da antena em
Braga nasuta
Schioedte & Meinert, 1881 (Fig. 4b,
seta II) representada no corpo do espécime
desenhado com uma forma distorcida, onde o ápice
da mesma está mais largo que a base.
Figura 4.
Isópodes ilustrados por Thatcher; a – Ilustração dorsal completa de
Braga amapaensis
, seta I destaca a ausência das
antenas desenhadas; b- Ilustração dorsal do corpo de
Braga nasuta
, seta II indica a antena distorcida. Fonte: adaptado de Thatcher
(2006).
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Mota Alves
et al.
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
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nota 1=112-116
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Após a publicação das obras de Brusca e Thatcher,
as ilustrações feitas a mão foram perdendo espaço
sendo paulatinamente substituídas pela ilustração
digital que permitem algumas vantagens em
relação a ilustração tradicional, apesar disso,
alguns pesquisadores continuam ilustrando
parasitas da forma tradicional, tendo o auxílio dos
avanços tecnológicos, como observado nas
ilustrações de Ribeiro
et al
. (2021), que
descreveram detalhadamente espécies de isópodes
da família Cymothoidae que ocorrem no Brasil,
observando atentamente os traços, percebe-se que
a ilustração foi feita manualmente com nanquim e
posteriormente foi escaneada, sem perder a
qualidade do trabalho final.
Contudo, apesar dessa evolução tecnológica as
ilustrações continuaram mantendo um padrão de
representação em preto e branco ao longo dos anos,
utilizando linhas, pontilhismo ou até mesmo uma
mescla de ambos, mesmo que de forma digital, sob
a justificativa deste ser o mais adequado. Esse tipo
de pensamento que tem se disseminado na
comunidade científica faz com que ilustradores em
ascensão acabem simulando o mesmo tipo de
desenho padronizado, bloqueado a capacidade de
reproduzir ou criar novas técnicas e ocultando a
realidade: A determinação de qual técnica é a mais
adequada ou eficiente varia de acordo com a
experiência do ilustrador para adquirir um
resultado esperado, não sendo possível propor ou
impor qual a técnica seja mais adequada. Essa ótica
distorcida pode ser um indicio do porquê de não
haver inovação por parte dos autores nesse sentido,
deixando uma lacuna na exploração de outras
técnicas ilustrativas para representar seus achados
na atualidade.
Produção das Ilustrações dos isópodes
O esboço é uma parte fundamental de todo
desenho, ele permite que o ilustrador estude e
compreenda a forma e composição do material. Ele
consiste apenas de linhas contínuas que variam em
espessura. Aqui os esboços inicialmente
produzidos em grafite foram realizados
respeitando todas as proporções das espécies
observadas, e delimitadas das áreas de passagem
entre luzes e sombras (Fig. 5, setas I, II, III),
deixando o esboço o mais próximo possível da
forma da arte final. O exoesqueleto foi observado
cuidadosamente, respeitando as delimitações de
cada segmento e articulações corpóreas.
Figura 5.
Exemplos de esboços das faces dorsal e ventral de espécie de isópode, feitos com auxílio de microscópio estereoscópico.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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100
Embora a maioria dos isópodes não possuam uma
coloração chamativa, muitas espécies possuem
diferentes graus de pigmentação, em alguns casos
intensas, isso permite que possam ser ilustradas em
sua cor real o que torna essa técnica muito útil em
suas representações.
A técnica apresentada neste trabalho utilizada
como base o lápis de cor, e incorpora a utilização de
outros materiais como canetas Brush coloridas
para a formação de camadas com textura e nanquim
para delinear alguns contornos da ilustração. A
técnica é complexa e requer testes prévios de cores
para identificar as tonalidades que se
complementam para cada material. Ao ser iniciada
a coloração das iustrações deve ser feita segmento
por segmento do isópode, assim pode-se alcançar
homogeneidade das cores durante todo corpo do
desenho.
Na ilustração de
C. excisa
(Fig. 6) inicialmente o
esboço foi preenchido com uma cor base
respeitando as áreas de luz previamente
delimitadas, utilizando o próprio branco do papel
para fornecer esse efeito. Após a plicação da cor
base, foi feita a sobreposição com Amarelo
Cadimum em todo corpo do isópode realçando
partes mais pigmentadas e com mais sombra.
Posteriormente, foi utilizado uma caneta Brush
laranja pastel nessas mesmas áreas, deixando-as
com uma textura visual densa e brilhosa, o lápis
preto foi utilizado para fazer efeitos de sombra. Os
efeitos de luz foram harmonizados com lápis
branco. A caneta de nanquim foi utilizada para
realçar algumas linhas de divisões entre segmentos
do exoesqueleto. Esse procedimento foi realizado
em cada segmento, um por vez, para manter um
padrão no aspecto da arte final. A mesma sequência
e aplicação de materiais foi utilizada na
composição de
B.cichlae
, nesse ultimo a caneta
nanquim foi usada para fazer um pontilhismo sutil
no exoesqueleto do isópode.
Figura 6.
Preparação da arte de
C. excisa
. As setas apontam aplicações do material utilizado em regiões do exoesqueleto, que deve
ser feita sempre no sentido horizontal, acompanhando o sentido de cada segmento.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Mota Alves
et al.
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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101
Após a conclusão da arte final, as imagens foram
digitalizadas em boa resolução. Entretanto, mesmo
em boa qualidade, as imagens não podem ser
utilizadas sem um tratamento prévio. Isso porque
algumas imperfeições, manchas e vestígios podem
ser captadas pela digitalização, além de que
durante esse processo há também uma perda de
tonalidade, devido a iluminação promovida pelo
próprio scaner.
As ilustrações apresentadas foram produzidas
manualmente visando o mínimo de imperfeições
possíveis no objeto de estudo, e o processo de
digitalização concentrou-se apenas em limpar o
fundo da imagem e correções da tonalidade, que se
perde um pouco na digitalização. Esse processo
pode ser rápido ou demorado, a depender da
quantidade de correções necessárias. Aqui as
imagens sofreram apenas leves alterações de
brilho, contraste e saturação, sendo suficientes para
corrigir as falhas supracitadas. Para isso o
programa de edição de imagem utilizado foi o
GIMP.
As artes finais foram elaboradas e seguem abaixo
acompanhadas com uma breve descrição
taxonômica do material estudado, e fotos de
referência para comparação, demonstrando a
conservação das principais características das
espécies ilustradas:
Cymothoidae Leach, 1818
Cymothoa
Fabricius, 1793
Cymothoa excisa
Perty, 1830 (Fig. 7)
Descrição (segundo Thatcher
et al
., 2003; Alves
et
al
., 2019; Ribeiro
et al
., 2021)
Figura 7.
Fêmea de
Cymothoa excisa
; a – imagem adaptada de Thatcher
et al.
, (2003) para mostrar a cor próxima do material
observado em laboratório; b - ilustração feita com técnica mista, I - vista dorsal; II - vista ventral demonstrando a disposição dos
pereópodes, escala: 10mm.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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102
Fêmea: Corpo grande e truncado na região anterior.
Corpo apresenta coloração que mistura bege e
amarelo em diferentes tonalidades. Pereon
parcialmente convexo. Cephalon distinto, não
lobado e profundamente imerso no 1º pereonito,
com margens anterolaterais subagudas
circundando o cephalon. Traços de olhos presentes
e sutis, não proeminentes. Segmentos de Pleon
(pleonitos) são mais estreitos que os pereonitos e
estão profundamente imersos no 7º pereonito. As
placas coxais não são fortemente expandidas, não
atingindo as bordas dos pereonitos. Sete pares de
pereópodes divididos em seis segmentos cada,
todos adaptados terminando em garras fortemente
preênseis.
Braga
Schioedte & Meinert, 1881
Braga cichlae
Schioedte & Meinert, 1881 (Fig. 8)
Descrição (segundo Thatcher, 2006; Thatcher
et
al.
, 2009)
Corpo simétrico, mais comprido que largo.
Apresenta uma coloração predominantemente
amarela, e cromatóforos com uma pigmentação
mais escura, distribuídos dorsalmente pelo corpo.
Cephalon não imerso no 1° pereonito; com fronte
aguda; bases das antenas bem separadas. O
pereonito 1 é maior que o 7; e os 5 e 6 mais curtos
que os 2-5; placas coxais compactas, não se
estendendo posteriormente aos seus pereonitos.
Pereópodes relativamente longos, sendo o par 7
mais longo que os outros. Pleon levemente imerso
no pereonito 7; pleonitos produzidos lateralmente.
Pleotelson em forma de escudo. Urópodes curtos
com endópodos mais curtos que exópodos.
Pleópodes com contorno oval, mais largos que
compridos.
Figura 8.
a - Espécime de
Braga cichlae
coletado em laboratório, e observado sob esteromicroscópio, apresentando um padrão de
cores predominantemente amarelo, um com sutil pigmentação dos cromatóforos; b - Ilustração feita com técnica mista,
apresentando respeitando o padrão de cores e preservando as características morfológicas.
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Mota Alves
et al.
art. 1=10-24
art. 2=26-41
Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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103
O estudo tem algumas limitações por ser uma visão
nova sobre a ilustração taxonômica, trazendo uma
possibilidade que se desvincule do padrão
monocromático adotado por taxonomistas. O
número de espécies utilizadas no estudo foi baixo,
uma vez não havia muitas espécies de isópodes
disponíveis para elaborar mais ilustrações na
coleção do laboratório. A técnica utilizada é de alta
complexidade, o que faz com que haja um
investimento considerável em materiais e tempo de
estudo em ilustração e no material analisado.
O trabalho descreveu que há poucos estudos e
investigações que abordem evolução e composição
da ilustração científica dentro um campo
específico abrangente como a ictioparasitologia. A
maioria dos trabalhos de ilustração científica
trazem apenas um contexto sobre sua utilização no
ensino e aprendizado de ciências biológicas,
explanações mais gerais e comparativas das
técnicas mais utilizadas como nanquim, grafite e
lápis de cor. Enquanto que os trabalhos que
envolvem parasitologia de organismos aquáticos
geralmente abordam aspectos como ecologia,
biogeografia e taxonomia, dessa forma trabalhos
que unam essas duas áreas e envolvam discussões
sobre uma técnica de ilustração parasitológica são
praticamente inexistentes para a área, fazendo com
que haja pouca inovação e exploração nesse campo
por parte dos pesquisadores nesse sentido.
O histórico de ilustrações de isópodes ao longo do
tempo permitiu a explanação de alguns aspectos
retratados na literatura. Algumas ilustrações mais
antigas feitas com tecnologia mais limitada da
época, estavam visual e cientificamente mais
elaboradas, enquanto outras mais recentes, já com
avanços tecnológicos, apresentavam a
visualização de mais elementos taxonômicos
embora não estivessem visualmente belas e
padronizadas, como nos desenhos do corpo dos
isópodes nos trabalhos de Thatcher. Esse fato
observado permite compreender que
independentemente da tecnologia, é crucial o
equilíbrio entre o conhecimento científico do
objeto estudado e o domínio da técnica a ser
utilizada, que tem influência direta no resultado
final da obra.
As ilustrações aqui feitas foram cuidadosamente
preparadas, o estudo das mesmas demonstra que a
técnica mista permite um material ilustrativo
consistente com uma sobreposição de camadas
onde os materiais se complementam gerando um
efeito visualmente belo e realístico, resgatando
uma semelhança com suas primeiras descrições
entre os anos 1800-1900, além de enfatizar que as
ilustrações não deixam a desejar no ponto de vista
taxonômico, destacando as cores, preservando
características morfológicas, o que faz manter o
rigor científico na técnica.
Por ser uma técnica complexa, recomenda-se que
haja uma prévia preparação e estudos
aprofundados de cores e materiais à ilustradores
que queiram inserir a técnica em estudos
taxonômicos. Entretanto, dentro da área
ictioparasitológica a técnica se mostrou eficaz até o
momento somente para crustáceos parasitas,
especificamente nesse trabalho para os isópodes,
pois podem ser vistos a olho nu ou com auxilio de
lupa e apresentam coloração, assim Copepodes e
Branchiura. Por se tratar uma nova aplicação de
ilustração científica, são necessários mais estudos
para estender a aplicação dessa técnica ilustrativa a
outros grupos parasitários. O presente estudo é o
primeiro a descrever uma história comparativa das
ilustrações de isópodes parasitas ao longo do
tempo e também o primeiro a trazer a técnica mista
como uma possibilidade de ilustração científica
para trabalhos e estudos taxonômicos de isópodes
parasitas.
Agradecimentos a todos os colegas de laboratório
que cederam material de suas pesquisas para que
este estudo pudesse ser realizado e a todos os
professores que acompanharam e contribuíram ao
desenvolvimento em pesquisa do início da
graduação até a realização profissional em
ilustração científica. Agradecimentos a professora
Maria Nei da Silva (
in memoriam
) que apresentou
esse campo de pesquisa e sempre esteve presente
ao longo dessa jornada.
AGRADECIMENTOS
Alberto, RM de F. 2008.
Aspectos bioecológicos e
parasitários de cimotoídeos em peixes do
REFERÊNCIAS
Neotropical Helminthology, 2022, 16(2), jul-dic
Scientific illustration of parasitic isopods
art. 1=10-24
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Art 3 =42-51
art. 4=52-59
art. 5=60-65
art 6=66-79
art. 7=80-91
art 8 =92-100
art 9=102-111
nota 1=112-116
nota 2=118-123
rev =124-134
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nota 2=118-123
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